A garota que você deixou para trás

Titulo: A garota que você deixou para trás

Autora: Jojo Moyes

Editora: Intrínseca

Páginas: 384

Edição: 1

Lançamento: 2014

Sinopse: Durante a Primeira Guerra Mundial, o jovem pintor francês Édouard Lefèvre é obrigado a se separar de sua esposa, Sophie, para lutar no front. Vivendo com os irmãos e os sobrinhos em sua pequena cidade natal, agora ocupada pelos soldados alemães, Sophie apega-se às lembranças do marido admirando um retrato seu pintado por Édouard. Quando o quadro chama a atenção do novo comandante alemão, Sophie arrisca tudo — a família, a reputação e a vida — na esperança de rever Édouard, agora prisioneiro de guerra. Quase um século depois, na Londres dos anos 2000, a jovem viúva Liv Halston mora sozinha numa moderna casa com paredes de vidro. Ocupando lugar de destaque, um retrato de uma bela jovem, presente do seu marido pouco antes de sua morte prematura, a mantém ligada ao passado. Quando Liv finalmente parece disposta a voltar à vida, um encontro inesperado vai revelar o verdadeiro valor daquela pintura e sua tumultuada trajetória. Ao mergulhar na história da garota do quadro, Liv vê, mais uma vez, sua própria vida virar de cabeça para baixo. Tecido com habilidade, A garota que você deixou para trás alterna momentos tristes e alegres, sem descuidar dos meandros das grandes histórias de amor e da delicadeza dos finais felizes.

Resenha

Uma vez feito, não pode ser desfeito.

Quando vi que a editora Intrínseca havia lançado outro livro da Jojo Moyes já me fez querer lê-lo, pois ela havia se tornado uma das minhas autoras favoritas. Ele acabou ficando um pouco para trás por conta das minhas metas de leitura, mas consegui arranjar um espacinho para Sophie, nossa heroína da vez.

Sophie é uma mulher francesa atingida pela Segunda Guerra Mundial assim como milhões de pessoas, e ela não tem muita coisa que a diferencie das outras mulheres da época: está tão magra que não se reconhece ao olhar no espelho, espera ansiosamente a volta do marido, vive com sua irmã e alguns sobrinhos no hotel que um dia fora fino e elegante, e sente um ódio mortal pelos soldados alemães que invadiram sua cidade natal. 

“Era esse o motivo de os alemães estarem aqui, não para discussões sobre arte e boa comida. Eles estavam aqui para matar nossos filhos e nossos maridos. Estavam aqui para nos destruir.” – página 63

Todos na cidade pareciam enfrentar os problemas juntos, dividiam o pouco que lhes restava de comida e estavam sempre unidos caso alguma coisa acontecesse. Mas quando Herr Kommandant decidiu que o hotel de Sophie, Le Coq Rouge, será o novo restaurante de seus homens, as pessoas começam a duvidar do caráter da moça, acreditando que ela apoiava os homens que lhe tiraram o marido e a saúde.

Durante todo o livro, Sophie aguarda noticias de seu amado marido, Édouard, e nos conta como eles se conheceram e se apaixonaram. Mas também conta a história do A garota que você deixou para trás, quadro que Édouard pintou da esposa. Esse quadro chega a ser o ponto mais importante da história, unindo Sophie com outra personagem, da qual eu falarei mais tarde. 

“Cheguei mais perto e examinei meu rosto: as sombras embaixo dos olhos, os leves vincos entre as sobrancelhas. Estremeci, mas não de frio. Pensei na garota que Édouard deixara para trás havia dois anos. Pensei no toque das mãos dele na minha cintura, seus lábios macios no meu pescoço. E fechei os olhos.” – página 97 

Gostar dos personagens alemães era impossível, mas assim como Sophie, eu consegui enxergar algo humano no Kommandant. Claro, ele era um nazista, mas parecia querer cuidar de Sophie, ele realmente parecia gostar bastante dela, mas tudo o que a moça queria, era ter seu pintor de volta, custasse o que fosse.

“A cantoria terminou e, passado um momento, quase com relutância, ele recuou e me soltou.- Obrigado, Madame. Muito obrigado.Quando finalmente ergui os olhos, vi lágrimas em seus olhos.” – página 77 

A história se passa no passado e presente. Sophie nos conta em primeira pessoa como era viver junto com os alemães, e um narrador nos conta como Liv vive em nosso tempo, atolada em dividas, sem trabalho e tendo seu marido falecido há alguns anos. As duas moças estão ligadas, como já era de se imaginar, pelo quadro A garota que você deixou para trás, e Liv começa a procurar pistas de Sophie e sua família para conseguir que o quadro fique com ela.

Ler a história de Sophie foi a melhor parte, a leitura flui rápida e mesmo tratando de um assunto pesado, a autora conseguiu deixar a escrita bem leve. Já na parte de Liv, eu não conseguia ler no mesmo ritmo, era tudo tão cansativo, e não consegui gostar de nenhum personagem, nem mesmo dela. Gostaria que Jojo tivesse dividido o livro em dois (não em partes como foi feito), o primeiro tratando de Sophie e o segundo ligando ela
à Liv. Acredito que as histórias seriam melhores dessa forma, e teriam mais o que contar. 

“Os olhos de Édouard eram as janelas de sua alma; neles, seu próprio eu estava posto a nu. Os do Kommandant eram intensos, astutos e, no entanto, de certa forma velados, como se para esconder seus verdadeiros sentimentos.” – página 72

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Dryh Meira