A estrela

Titulo: A estrela

Autores: Javi Araguz e Isabel Hierro

Editora: Raí

Páginas: 240

Edição: 1

Lançamento: 2012

Sinopse: Após uma catástrofe ter transformado o Linde em um ambiente hostil e instável, todos os habitantes do mundo precisam aprender a viver em clãs isolados, dentro dos Limites Seguros. As rupturas fazem com que o mundo mude de forma repentinamente e os que não estão preparados podem perder-se para sempre. Durante uma violenta ruptura, Lan, uma garota que vive no clã de Sálvia, não resiste e acorda sozinha e sem mantimentos no meio do deserto. Logo a garota é resgatada, porém, por seu pior inimigo. Destemida e determinada a encontrar sua família, Lan percebe que a única forma de reencontrá-la e talvez encontrar uma cura para o Linde depende unicamente da aliança com um povo nada confiável.

Resenha

O mundo onde Lan vive é catastrófico. Ele está se partindo por dentro, no núcleo, no interior, e isso causa rupturas na superfície, destruindo casas, florestas e fazendo com que pessoas se percam, indo parar do outro lado do mundo. Lan mora numa vila (clã) chamada Sálvia, onde pula telhados e espera ansiosamente a chegada dos Errantes, que sempre trazem histórias.

Os Errantes são pessoas sem um lar fixo, eles foram vitimas de uma maldição que os proíbe de tocar qualquer ser humano, e por conta disso, estão sempre andando. O simples toque de um Errante poderia matar alguém como Lan.

Lan não gosta das regras e precauções que todos na vila precisam tomar para fugir das Partículas e das rupturas da Quietude, mas não pode arriscar se machucar ou se perder, assim como aconteceu com seu pai, e deixar sua mãe sozinha. Partícula é uma substância amarela que saí da Quietude (nome dado ao rompimento), um resíduo perigoso que pode deixar as pessoas loucas ou matá-las.

Assim era a vida no Linde e, ainda que Lan estivesse cansada de todas aquelas regras e precauções, não podia fazer nada para mudar isso. Eram sobreviventes, e o menor descuido poderia ser fatal. – página 18

Porém um dia, um garotinho chamado Ivar se perde na floresta durante uma das rupturas, que ficavam cada vez mais freqüentes e chegavam ainda mais perto dos Limites Seguros (lugares que ficavam afastados das rachaduras). Lan decide ir atrás dele, contra a vontade de sua mãe, e ao encontrar o garoto, ela dá de cara com um homem que parecia estar seqüestrando o pequeno Ivar. Lan apelida-o de Seqüestrador.

Ao voltar para a vila sã e salva com o garoto nos braços, Lan percebe que os Errantes estão de volta, e todos eles têm a mesma tatuagem do Seqüestrador: uma estrela. Confusa e assustada, ela acredita que aquele Errante era do mal por ter levado o garoto, e o mais estranho, é que ele a tocou.

Lan respirou profundamente, tomada pelo pânico, enquanto se maravilhava com o esplendor daqueles lindos olhos cintilantes, repletos de tristeza e rancor; sem esperança. – página 112

Alguns dias depois, uma ruptura muito grande atinge a vila, fazendo com que Lan se perca e vá parar no deserto. A partir daí as coisas começam a ficar mais tensas e ela dá de cara com o tal Seqüestrador novamente. Eles então precisam lutar para sobreviver, e vão atrás de uma cura para as Partículas, e uma forma de impedir o rompimento completo do planeta.

Bom, eu sou muito fã de distopias, e a sinopse e a capa (principalmente a capa) desse livro me conquistaram de cara. Não sabia o que esperar dele, mas com certeza não imaginava que seria tão intenso. A escrita dos autores é maravilhosa, leve e bem detalhista, mas em certo momento chegou a ficar cansativa, e eu não via a hora de terminar logo o livro para ler outro. Mas então certas coisas acontecem e eu me vi presa na história, torcendo para que os personagens principais encontrassem uma saída da confusão em que se meteram.

Por falar neles, ainda não consegui me desapegar de Lan e do Seqüestrador. Ela é uma menina corajosa e faz o que for preciso para salvar seu planeta e para ver sua família novamente; ela acredita que o pai está vivo, perdido em algum lugar próximo. Seqüestrador é diferente dos outros Errantes, ele não aceita as coisas tão fácil e também fará de tudo para salvar Lince. Já dá para imaginar que acontecerá um romance entre esses dois (impossível não perceber), e é nessa hora que conseguimos enxergar quão sensíveis ambos são. A melhor parte do livro, eu diria.

Gostei bastante do livro, mas ainda estou revoltada com o final! A história é muito criativa, mas senti que faltou algo mais para deixá-la ainda melhor. Fiquei um pouco confusa em algumas partes, mas no geral, a narrativa é muito boa.

Para quem gosta de distopias (0/), com certeza vai gostar.

O menino sorriu de modo confiante e finalmente disse: As estrelas sempre mostram um caminho. – página 162