Flores da Ruína

Olá a todos!

Hoje trago minha primeira experiência lendo Patrick Modiano, sempre ouvi falar do escritor, porém li meu primeiro livro dele nessas férias.

Título: Flores da Ruína
Autor: Patrick Modiano
Editora: GaleraRecord
Versão: e- Pub
Páginas: 98

Sinopse: Novo livro da “trilogia essencial” de Patrick Modiano Em 24 de abril de 1933, dois jovens cônjuges se suicidam em seu apartamento em Paris. Naquela noite, eles teriam se encontrado com diversas pessoas e foram dançar. Trinta anos depois, o narrador tenta reconstruir a história deles, que parece se cruzar com a sua própria. Cada pergunta suscita outras, como um eco, ao curso de andanças fantasmagóricas por Paris, de lembranças que retornam à memória... Remissão da Pena, Flores da Ruína e Primavera de Cão são histórias independentes mas formam a “trilogia essencial” da obra de Patrick Modiano.

Resenha

Antes de começar a resenha, é melhor explicar a história do escritor brevemente. Patrick Modiano é francês, e ele viveu em Paris na época da invasão nazista, então Flores de Ruína vai abordar algumas experiências reais do escritor.

O livro tem 98 páginas (na versão ePub), ele é contado a partir de uma caminhada em Paris, cada nome de um lugar, rua ou pessoa vai fazer jus ao narrador e ele logo ligará esse nome com algum acontecimento. Nós temos três principais raízes nesse romance, a história de um casal que foi assassinado em Paris; Pacheco, que aparentemente deve ter ajudado o inimigo durante a invasão e por fim há a história do pai do narrador.

Eu não posso dizer que gostei de como esses acontecimentos brotaram durante a narração, mas eu não posso dizer também que Modiano escreve mal, pois isso seria mentira. É necessário se tornar refém de cada detalhe do narrador, somente assim a história vai fluindo aos poucos.

O que me surpreende bastante é que Modiano trouxe inúmeros detalhes minuciosos em apenas 98 páginas, isso é um dádiva do escritor, são detalhes, nomes e feições ricas. Eu sempre gostei de livros que se passam em Paris, mas posso dizer que a Paris que Modiano criou durante a história foi diferente para mim, era como se eu fosse descobrindo segredos da cidade em cada linha.

Como eu disse anteriormente, temos três "histórias" dentro desse livro, as três necessariamente não se conectam no final, uma delas na minha opinião acaba ficando sem um "final". A história do casal tem uma pegada um pouco policial. A história de Pacheco parece ser memórias de quando Modiano estudava, foi para mim a mais real. E por fim há a história do pai do narrador, que fugiu durante a invasão, que eu gostei muito também.

Eu gostaria de sentar com Modiano em um café de Paris (de preferência algum dos que ele cita no livro) e conversar sobre esse livro, saber como foi mexer com experiências passadas e liga-las a detalhes minuciosos. Espero poder continuar lendo mais de Modiano e tentar entender mais desse ótimo escritor.

Flores da Ruína faz parte de uma trilogia, mas não é necessário ler os anteriores para entender esse, Modiano ganhou o Nobel da Literatura com o livro Flores da Ruína. 

Recomendo esse livro a pessoas que estão em uma jornada de descobertas, assim como eu. Apreciadores de uma caminhada agradável em Paris também vão gostar desse livro, uma leitura dinâmica, rica em detalhes e minuciosa aos olhos do leitor.