A menina submersa

Titulo: A menina submersa

Autora: Caitlin R. Kiernan

Editora: Darkside

Páginas: 320

Edição: 1

Lançamento: 2014

Sinopse: 'A Menina Submersa - Memórias' é um verdadeiro conto de fadas, uma história de fantasmas habitada por sereias e licantropos. Mas antes de tudo uma grande história de amor construída como um quebra-cabeça pós-moderno, uma viagem através do labirinto de uma crescente doença mental. Um romance repleto de camadas, mitos e mistério, beleza e horror, em um fluxo de arquétipos que desafiam a primazia do 'real' sobre o 'verdadeiro' e resultam em uma das mais poderosas fantasias dark dos últimos anos. Considerado uma 'obra-prima do terror' da nova geração, o romance é repleto de elementos de realismo mágico e foi indicado a mais de cinco prêmios de literatura fantástica, e vencedor do importante Bram Stoker Awards 2013. A autora se aproxima de grandes nomes como Edgar Allan Poe e HP Lovecraft, que enxergaram o terror em um universo simples e trivial - na rua ao lado ou nas plácidas águas escuras do rio que passa perto de casa -, e sabem que o medo real nos habita

Resenha

Venho querendo ler esse livro há bastante tempo, desde que vi sua capa pela primeira vez. Fiquei encantada com a diagramação quando ele chegou, e imagino que muita gente também tenha namorado as folhas belíssimas que envolvem a história antes de ler. A sinopse me deixou curiosa, e eu esperava uma história maravilhosa que mexesse comigo, mas não foi bem o que aconteceu.

É um mito que as pessoas loucas não saibam que são loucas. – página 15

Vinda de uma linhagem de suicidas, Inp já está seguindo o mesmo caminho que sua mãe e avó. Ela tem esquizofrenia e toma vários remédios todos os dias, visita uma psiquiatra e escreve tudo o que se passa em sua vida, e na sua cabeça. São coisas bem confusas para a personagem, e mais ainda para o leitor.

Uma moça solitária que gosta de pintar e de vez em quando escreve contos (bem bizarros, devo dizer).

O livro é narrado em primeira pessoa, e é como um diário da personagem principal. Ela chega a conversar com o leitor, mas na maior parte do tempo, aparenta estar discutindo com si mesma e mistura os acontecimentos várias vezes, o que me deixou ainda mais confusa. Cheguei a pensar que a protagonista era a própria autora, pois os relatos pareciam tão verdadeiros e tão sinceros, que pensei ser impossível serem fictícios. E Inp é uma personagem tão real!

Quando alguma coisa deixa uma forte impressão em nós, deveríamos fazer o nosso melhor para não esquecer. Por isso, anotar é uma boa ideia. – página 22

As coisas começaram a mudar drasticamente quando ela conheceu Eva, em novembro... ou fora em julho? Uma mulher que ela encontrara no meio da estrada, encharcada e nua. Inp a levara para seu apartamento, mas pouco depois, Eva sumiu. Inp então ficou obcecada com a tal sereia, tinha sonhos bizarros com ela e passara a procurá-la em todos os lugares por onde andava, para total desgosto de sua namorada, Abalyn.

Um pássaro preto significa mentira, a menos que o pássaro preto seja a própria mentira. – página 212

Inp conta sobre como ficou fascinada pelo quadro A menina submersa, de Phillip George Saltonstall desde a primeira vez em que o viu. Ela estava no museu com sua mãe e não conseguia desgrudar os olhos da tela. Ela menciona o tal quadro e o artista dezenas de vezes no livro, assim como tantas outras obras (tanto literárias quanto artísticas), o que eu achei bem interessante, mas não consegui anotar o nome de todos, como sempre faço, para pesquisar depois.

Eu não disse que seria mais fácil. Disse que apenas não sou capaz de fazer isso nesse momento. Quero acabar com isso. Quero botar tudo para fora para não ter medo de botar para fora. É um maldito caroço na minha garganta. Dói e quero tossir isso, por favor. – página 175

O livro é encantador, angustiante e muito realista, mas também cansativo demais. Não sei como consegui terminá-lo. Enquanto lia A menina submersa, tudo em que eu conseguia pensar era em qual livro eu leria depois. Fiquei um pouco incomodada com a escrita, pois a personagem misturava muita coisa e fugia do assunto, mas o que mais incomodou mesmo foi a narrativa lenta e maçante. Não sei se indicaria esse livro, pode ser que você goste, pode ser que não. Vai depender do seu ponto de vista e do que achará da protagonista e seus pensamentos, mas acho que vale a pena arriscar.

Rio para manter os lobos à distância. – página 152