De olho no autor #16: Lucinda Riley

Oiee ^^

Quem já leu algum livro da Lucinda Riley? A autora veio este ano para o Brasil, durante a Bienal do livro em SP, e o Heitor conseguiu conhecê-la E fez uma entrevista com ela. Os livros da Lucinda foram publicados pela editora Novo Conceito.

     1.    Você já tinha imaginado se tornar uma escritora?

LR.: Eu sempre tive uma vívida imaginação, e quando criança eu passava muito do meu tempo livre fazendo histórias, então não foi algo sem querer, eu tinha talento, tanto quanto a paixão por escrever. Sempre foi uma coisa que pareceu vir naturalmente.

     2.     Na sua opinião, como é o relacionamento entre o leitor e o escritor?

LR.: A motivação por trás das minhas histórias é mostrar como perdoar e entender o passado pode nos ajudar a viver feliz no presente e olhar pra o futuro, e isso é um tema relevante para todos os meus leitores, e cria uma grande reação emocional. O mundo no qual vivemos está ficando cada vez mais tecnológico, me baseando ano a ano eu penso que é maravilhoso ter tanta mídia para atingir meu público diretamente. Agora, eu recebo lindas cartas, emails e mensagens no meu site, e esta comunicação é importante para mim e para meus leitores. Eles variam de adolescentes a mulheres que criam uma família, mas uma qualidade que todos os meus leitores parecem compartilhar é que eles acreditam que o amor verdadeiro existe.

3. Qual era a sua ambição antes de se tornar uma escritora?

LR.: Eu comecei a minha carreira como atriz, mas aos 22, eu fiquei doente e então não podia trabalhar. Eu escrevi meu primeiro romance e consegui o contrato de três livros com a Simon & Schuster (Editora britânica). Escrevi mais sete novelas sobre o pseudônimo "Lucinda Edmonds" e eles foram ótimos, mas depois, eu estava escrevendo um livro e tendo um bebê por ano e alguma coisa teria que parar.

Então eu me concentrei em ser uma mãe por seis anos, então, há quatro anos atrás, quando meu filho mais velho entrou pra escola, eu tive o impulso por escrever novamente então veio "A Casa Das Orquídeas". Quando o livro estava terminado, deixei meu agente publicar, mas como "Lucinda Riley". Então eu seria julgada como uma escritora desconhecida, sem um histórico.

    4. O livro As Sete Irmãs trata da história do Cristo Redentor. Como foi o processo de escrita desse livro?

LR.: Quando eu estava no Brasil promovendo meu primeiro livro, eu me apaixonei pelo país e as pessoas, então eu percebi que eu nunca tinha escrito um livro baseado no Brasil. Eu fui ao Corcovado para ver o Cristo Redentor e fiquei maravilhada com a estátua e pensei sobre as histórias que se passaram nesta construção há mais de 100 anos. Após eu começar minha pesquisa, eu voltei ao Rio de Janeiro e aluguei um apartamento em Ipanema, por coincidência, eu descobri que meu vizinho era Bel Noronha, que é a bisneta do Heitor da Silva Costa, o designer e o criador do Cristo Redentor. Ela me deu acesso aos diários e a vastos documentos sobre o período da construção. Então, eu fui para as montanhas para ficar em uma velha fazenda de café chamada Fazenda Santa Tereza, que foi o local de infância da Bel no livro.

5. Na Bienal do Livro de São Paulo deste ano, qual foi a sua reação ao ver todas aquelas pessoas ali apenas para ver você?

LR.: Foi muito estranho. Eu me lembro de me sentir como uma estrela do rock. Quando eu estava andando nos bastidores, eu podia ouvir meus leitores me chamando e aquilo foi surreal, significa muito pra mim ver e conhecer os meus leitores.

6. Muitos livros se tornam filmes atualmente, você imagina seus livros se tornando filmes?

LR.: Infelizmente não sei se algum dos meus livro será transformado em filme, mas seria maravilhoso ver meus personagens e histórias contadas a um grande público. Nada está confirmando, mas recentemente eu tive duas propostas sobre meus livros.

7.  Nos livros A Casa Das Orquídeas e As Sete Irmãs, você apresenta aos leitores um novo país e cultura, com uma história por trás disso. Pra você, como é escrever dessa forma?

RL.: A motivação inicial ás vezes começa comigo viajando para algum lugar especial ou procurar alguma construção que me faça querer saber mais, uma vez que a inspiração flui, os personagens e as histórias fluem em minha cabeça rapidamente.

Eu assisto aos filmes e leio os livros sobre aquele tempo ou local que eu posso, mas quando eu volto naquele local e conheço pessoas que moraram ali, eu construo uma imagem completa. Curiosamente eu acho que eu surpreendo todas as pessoas que viveram naquela área com a sua própria história, geralmente, eu me sinto atraída pelo passado e por mostrar o seu impacto sobre as nossas vidas hoje. A maior parte da ficção que eu tenho lido é histórica, Meu período favorito é o de 1930/20 e os maravilhosos escritores como F. Scott Fitzgerald e Evelyn Waugh, que escreveram evocativamente naquela parte da história. Todos os meus livros são contados em dois pontos de vista (POV), com poderosas histórias. Ás vezes eu realmente sinto que eu estou sendo contada a história, eu não tive nenhuma problema até agora com os capítulos, tudo parece se reunir de forma holística até o final.

      8.  Você é fan de algum escritor brasileiro?

LR.: O livro que me ajudou a ter inspiração para escrever A Sete Irmãs é De Braços Abertos, Bel Noronha escreveu um lindo livro sobre seu avô Heitor da Silva Costa e a construção do Cristo Redentor no Rio e Paris.

PS.: A casa das orquídeas é um livro M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O! Super recomendo! Eu ficaria muuito feliz se ele fosse adaptado para as telonas ♥

PS².: Todos os livros da autora contam uma história no presente e ao mesmo tempo uma no passado, unindo uma ou mais gerações. 

PS³.: O Heitor conseguiu conhecer a Lucinda na bienal de SP e participou de um bate-papo com a autora, promovido pela Novo Conceito.

O Heitor ficou ausente por algum tempo no blog, estava ocupado com as provas finais e coisas do tipo, mas insistiu para que eu acrescentasse que ele vai se dedicar ao blog e dar as caras de vez em quando. Fica frio, Heitor, a gente sabe como é final de ano, né?