A menina que fazia nevar

Titulo: A menina que fazia nevar

Autora: Grace McCleen

Editora: Paralela

Páginas: 312

Edição: 1

Lançamento: 2013

Sinopse: Todos os dias se parecem na vida que Judith McPherson leva ao lado do pai. Eles têm uma rotina simples e reclusa, numa casa repleta de lembranças da mãe que ela nunca conheceu, e as únicas pessoas com quem convivem são os fiéis da igreja cristã a que pertencem. Judith não tem amigos na escola, onde é alvo de gozações, e para encontrar consolo se refugia no mundo de sucata que construiu em seu quarto. Lá, cada dia é um dia, e a vida pode ser incrivelmente feliz graças a sua imaginação. Basta acreditar que a Terra Gloriosa, como ela chama sua maquete, é realmente o paraíso prometido onde um dia vai viver ao lado da mãe. Aos dez anos, Judith vê o mundo com os olhos da fé, e onde os outros veem mero lixo, ela identifica sinais divinos e uma possibilidade de criar. Assim, constrói bonecos de pano e inventa para eles histórias felizes na Terra Gloriosa. O que nem Judith poderia imaginar é que talvez seu brinquedo seja mais do que uma simples maquete. Pelo menos é o que parece quando ela cobre a Terra Gloriosa de espuma de barbear e a cidade aparece coberta de neve na manhã seguinte.

Resenha

 “As pessoas dizem que têm medo do escuro, mas elas não têm medo do escuro em si, têm medo das coisas do escuro, como os monstros e os fantasmas, por exemplo. Mas eu tenho medo do escuro em si, porque no escuro não há Nada.” – página 246

Li esse livro porque a capa me pareceu interessante, mas confesso que não prestei muita atenção na sinopse, e quando cheguei mais ou menos na metade do livro, percebi que deveria ter pesquisado mais sobre ele, pois foi uma das maiores decepções literárias que eu já tive.

Judith é uma menina de nove anos que mora com o pai numa casinha simples. Eles são super religiosos, saem nos finais de semana pregando citações da bíblia na casa das pessoas, mas como já era de se esperar, normalmente são expulsos dos bairros. Por causa disso, Judith é alvo na escola. As outras crianças zombam dela e fazem de tudo para humilhá-la, principalmente Noel, um valentão que se acha melhor que os outros.

O pai de Judith não gosta dela, e não estou dizendo isso por que ele não dá atenção para a menina. Ele realmente não gosta dela, podemos ver isso já nas primeiras páginas, tudo o que ela faz é repreendido por ele, qualquer coisinha o deixa irritado e é motivo para aumentar a voz com Judith.

“Tenho um segredo. O segredo é: o Pai não me ama.” – página 69 

Para fugir de tudo isso, Judith se isola em seu quarto, com a Terra Gloriosa, que é como uma maquete que ela vive construindo, esse é o seu tesouro. Judith sai ás ruas procurando materiais recicláveis ou simplesmente lixo, para construir pessoas e casas na Terra Gloriosa, e bom, as outras pessoas não vêem isso de uma forma boa.

Quando Judith faz nevar na Terra Gloriosa com creme de barbear, e o dia seguinte amanhece branco, ela começa a acreditar que tem um dom, que fez um milagre, e acho que já dá para imaginar como a história anda a partir daí. Ela tenta convencer as pessoas de que tem o poder de fazer milagres e de conversar com Deus, mas é claro que ninguém acredita.

“Era manhã quando acordei. O ar estava quieto e denso. Pesava sobre mim como um cobertor, e o cobertor estava frio. Saí da cama. Puxei as cortinas. O mundo estava inteiro branco.” – página 45 

Os capítulos são bem curtinhos, mas ainda assim, a leitura é muito cansativa, não sei como consegui terminar o livro em tão pouco tempo. Não consegui gostar de nenhum personagem, nem mesmo de Judith, por mais que eu tentasse.

Não é um livro que eu recomendo, mas como eu sempre digo, vai da opinião e do gosto de cada um.

MilkMilks

Dryh Meira