Autora: Nnedi Okorafor
Editora: Geração
Páginas: 412
Edição: 1
Lançamento: 2014
Sinopse: Numa terra devastada por uma hecatombe nuclear, uma jovem e misteriosa mulher com o incomum nome de Onyesonwu – que pode ser traduzido como Quem Teme a Morte – descobre que tem superpoderes e foi escolhida para salvar a humanidade. Este seria um romance distópico como qualquer outro se não transcorresse na África e sua autora não fosse a surpreendente Nnedi Okorafor, elogiada pelo prêmio Nobel nigeriano Woyle Soyinka. Fantasias, batalhas, tradições e alta tecnologia, sonhos, visões, discriminação racial e sexual, tudo se mistura numa narrativa tensa e poética que confere uma nova linguagem para os romances do gênero.
Ler que esse livro é uma distopia
e que a personagem tem superpoderes e luta para salvar um mundo devastado me
fez querer o livro, conhecer a história, e Onyesonwu (nome que eu não consigo
pronunciar até agora), mas quando comecei a leitura, percebi que acabaria não
gostando tanto assim da história, e vou contar o por quê.
Numa África futurista, onde os
Okeke e Nuru’s vivem em pé de guerra, nasce Onyesonwu, fruto de estupro de um
homem Nuru. Onyesonwu é uma Ewu, filha da dor e do sofrimento, mistura de uma
mulher Okeke e um homem Nuru, sendo assim, motivo de vergonha para sua mãe, que
não podia deixar-se padecer com um filho no ventre.
“Minha mãe me batizou de Onyesonwu. Significa “Quem teme a morte”. Ela escolheu um bom nome. Nasci há vinte anos, durante tempos difíceis. Ironicamente, cresci longe de toda a matança.” – página 10
Nossa protagonista cresceu numa
vila pequena, sob olhares maldosos de todos que a rondavam, pois ser um Ewu
significava ter cabelos e pele cor de areia e sardas no rosto, sem contar a cor
estranha nos olhos. Assim como acontece nos dias de hoje, quando uma mulher é
estuprada e a culpa cai sobre ela, em Quem
teme a morte acontece a mesma coisa.
Com o tempo, Onyesonwu começa a
perceber que tem poderes. Ela pode se transformar em animais e curar as pessoas,
mas não sabe como usá-los, então procura um feiticeiro que a ensine a
controlá-los, e é ai que entra Aro, um homem velho e sábio que a recusa no
inicio, mas que acaba ensinando-a mais tarde. Aro é um dos personagens que eu
mais odiei no livro todo, perdendo apenas para o pai biológico de Onyesonwu,
que a persegue nos sonhos com feitiços.
Aro é um homem arrogante e
irritante assim como muitos dos outros personagens.
“Eu não estava ouvindo nada do que Mwita dizia. Estava correndo. Corri até ter certeza de que ele não estava me seguindo. Procurei em minha mente a lembrança de penas negras cobrindo asas imponentes, um bico poderoso, uma cabeça carregando um cérebro inteligente de uma maneira que apenas eu e provavelmente aquele Aro pênis de bode entendíamos.” – página 75
Um personagem que se sobressai é
Mwita, um garoto Ewu fruto de um amor entre Okeke e Nuru, mas rejeitado e
humilhado da mesma forma. Ele e Onyesonwu acabam se tornando amigos e se
apaixonando com o passar dos anos, e mesmo que ele também seja arrogante e
muito machista, é um dos melhores personagens do livro todo.
“E assim a conexão foi feita. Nós havíamos sido amigos, brigado, aprendido, rindo um com o outro, mas, nesse momento, percebemos que estávamos apaixonados.” – página 82
Um dos poucos pontos fortes do
livro foi a mitologia criada pela autora ao contar a história dos povos e
deuses da época. Ela deu detalhes absurdamente interessantes sobre cada coisa,
fez com que eu me interessasse além da conta pela mitologia, mesmo que não conseguisse
pronunciar muitos nomes... haha’
Infelizmente a leitura é
cansativa. Bastante. Demorei mais do que esperava para terminar o livro; alguns
pontos são fortes, outros fracos demais, e Onyesonwu não é lá a melhor
personagem do mundo, mas tem seus momentos.
Algumas coisas me deixaram
confusas, a autora deixa algumas coisas soltas no ar, eu não sabia se aquilo
estava acontecendo de verdade ou se Onyesonwu estava sonhando.
O final do livro me surpreendeu
bastante, mesmo que o inicio do livro já tenha mostrado alguns fragmentos do
final, pois Onyesonwu ia narrando os acontecimentos de sua vida nos capítulos.
O desfecho salvou o livro, não me decepcionou, e finalmente mostrou quão
corajosa Onyesonwu era.
“Naquele momento eu soube que jamais seria capaz de controlar o fogo dentro de mim novamente. Me tornei uma criatura diferente naquele dia, não tão humana. Tudo o que aconteceu depois, agora entendo, teve inicio naquele momento.” – página 7
MilkMilks
Dryh Meira
Oi Dryh,
ResponderExcluirEu não conhecia o livro e no primeiro momento ele não me interessou, mas conforme fui lendo sua resenha fui percebendo que apesar de algumas falhas a autora criou uma boa trama , então pode ser que no futuro eu me arrisque a conhecê-la.
*bye*
http://loucaporromances.blogspot.com.br/
se ela corrigisse as falhas o livro seria maravilhoso ♥ realmente :)
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