Austenlândia

Titulo: Austenlândia

Autora: Shannon Hale

Editora: Galera

Páginas: 240

Edição: 1

Lançamento: 2014

Sinopse: Jane Hayes tem 33 anos e mora na Nova York atual. Bonita, inteligente e com um bom emprego, ela guarda um um segredo constrangedor: é verdadeiramente obcecada pelo Sr. Darcy. Embora sonhe com ele, os homens reais com os quais se depara são muito diferentes dos que habitam sua fantasia. Justamente por isso, ela decide deixar de lado sua vida amorosa e aceitar seu destino: noites solitárias aconchegada no sofá assistindo a Colin Firth em seu DVD. Porém, esses não são os planos que sua rica e velha tia-avó Carolyn, tem para a moça. A única a descobrir o segredo de Jane deixa, em seu testamento, férias pagas para a sobrinha-neta na Austenlândia. A ideia é que Jane tenha uma legítima experiência como uma dama no início do século XX e consiga se livrar de uma vez por todas de sua obsessão. Contudo, para isso, ela terá que abrir mão do celular, da internet e até do uso de sutiãs em troca de tardes de leitura, espartilhos e... a companhia de belos cavalheiros. 

“Ele, ele, ele!, pensou ela. O que eu quero é ele e isto e tudo, cada flor, cada acorde de musica. E não quero embrulhado em uma caixa, quero vivo, ao meu redor, real. Por que não posso ter isso? Não estou pronta para desistir.” – página 193

Resenha

Não sou muito fã de Jane Austen, para falar a verdade, nunca li nenhum livro dela ou vi algum filme inspirado em suas obras; comprei esse livro porque a sinopse me deixou encantada, e a capa mais ainda. Ela tem detalhes nas orelhas e laterais, sem contar a contra capa.

Jane Hayes é uma mulher nova-iorquina obcecada pelo Sr.Darcy e por histórias que se passaram em épocas passadas, como Orgulho e Preconceito e Persuasão. Durante grande parte de sua vida, ela sonhou em encontrar um homem lindo e cavalheiro como o Sr.Darcy, e esse foi o motivo de diversos rompimentos amorosos; ela sempre acabava encontrando alguma coisa em seus pretendentes que o Sr.Darcy não tinha, e acabava dispensando os homens por quem se apaixonava.

“E Jane estava ansiosa para concordar. É sério, uma mulher de 30 e poucos anos não deveria sonhar acordada com um personagem fictício de um mundo de 200 anos de idade a ponto de influenciar sua vida e seus relacionamentos muito reais e muito mais importantes. É claro que não deveria.” – página 16

Quando sua tia-avó, Carolyn, falece, Jane se surpreende ao ver que seu nome está no testamento, e sua tia lhe deixou férias pagas para Austenlândia, um lugar que Jane sempre sonhou em conhecer. Austenlândia é como um “castelo”, cheio de empregados, mulheres com vestidos elegantes e homens cavalheiros, o tipo de cenário que nossa protagonista sempre sonhou em conhecer, e que foi local de diferentes romances de época.

No inicio, Jane não entendeu muito bem por que sua tia lhe mandou para aquele belíssimo lugar britânico, mas ao longo da narrativa ela percebe que a principal razão era fazê-la se desapegar do Sr.Darcy e dos espartilhos.

Como não poderia ser diferente, Jane encontra alguns cavalheiros belos e elegantes na enorme casa onde está hospedada, mas é preciso seguir as regras da época, ou será expulsa; ou seja, nada de ficar à sós com um homem solteiro.

Um dos personagens que mais se destacam, é o Sr. Nobley, um rapaz mau humorado e misterioso que intrigou nossa protagonista desde o inicio; e também Martin, um jardineiro que despertou nela sentimentos que há muito tempo estiveram escondidos. Não sei dizer qual dos dois é mais encantador, mesmo depois de tudo o que aconteceu.

“Esta noite, Jane tinha sido beijada. Esta noite, ela pensou: Sr. Darcy quem?” – página 87

Jane é uma personagem confusa, seus sentimentos e pensamentos estão quase sempre emaranhados, e ela não sabe o que achar de Austenlândia. Não era para ser entediante, não era para ela estar se sentindo sozinha ou pressionada a seguir regras. Ela deveria encontrar um homem como o Sr.Darcy, e se apaixonar perdidamente por ele, e vice-versa. Nada estava acontecendo como ela esperava, mas não podia negar um presente de uma falecida tia, podia?

A personagem não é infantil, por mais que pareça. Ela é só uma mulher solteira com sonhos. O livro não é engraçado, como eu pensei que seria, mas chega a ser divertido. A história é encantadora e flui rapidamente, tanto que eu mal percebi que o livro estava acabando.

O final não foi como eu esperava, acabou se mostrando um pouco clichê, mas eu adorei, admito.

Eu nunca tinha lido nada da autora antes, mas depois de ler este livro, me tornei uma fã.