Deixe-me entrar

Título: Deixe-me entrar

Autora: Letícia Godoy

Editora: Arwen (cortesia)

Páginas: 356

Edição: 1

Lançamento: 2016

Série: Deixe-me #1

Sinopse: Julianne Ipswich cresceu confinada no internato Le Rosey, afastada de sua família com o pretexto de receber uma educação de qualidade. Este fato sempre a incomodou e o maior desejo de Julianne era descobrir a verdade para que a família tenha a afastado, uma vez que não ficou convencida de que a preocupação com os seus estudos seria o único motivo.
Ao completar 15 anos, ela retorna para Stone Forest, a cidade de seus pais, e, aos poucos, acaba descobrindo mais do que gostaria de saber.
Cercada por muito mais perigos e desafios do que ela jamais pôde imaginar que surgiriam em sua vida, Julianne precisará desvendar os mistérios de seu passado e preparar-se para os desafios do futuro rapidamente se quiser sobreviver. As vozes se misturam, os olhos sedentos nunca param de espreitar e o perigo está onde ela menos imagina. Será que Julianne conseguirá enfrentar tudo isso?

 Resenha 

— Eu prometo que voltarei para ti! — página 12

No ano de 1462, a jovem Jeanne du Chantraine foi queimada viva, juntamente com suas irmãs e sua mãe pela inquisição. Bruxas do bem, elas foram condenadas por praticar bruxaria e pagaram com suas vidas, o que deixou Lorde Gerard, o amor da vida de Jeanne, que era um vampiro, completamente perdido e desolado. Mas a jovem bruxa acredita em reencarnações, e sabe que, não importa o quanto demore, voltará a encontrar Gerard. Sendo assim, ela pede para que ele beba de seu sangue, e Gerard o faz.

Séculos depois, conhecemos Julianne Ipswich, uma garota de quinze anos solitária que vive no internato Le Rosey, na Suíça. Ela não sabe por que fora abandonada ali pelos pais, mas anseia pela hora em que finalmente poderá vê-los, e, quem sabe, viver junto à sua família. E, quando menos espera, seu maior desejo se realiza: seu pai a busca, levando-a de volta para os Estados Unidos, junto de sua enorme família.

O único pecado que cometeram foi nascer pertencendo a uma linhagem antiga e que muito recentemente era cobiçada pelos seres da noite por conta de uma descoberta magnífica. – página 9

E é neste momento que o mundo de Julianne vira de cabeça para baixo. Ela não só descobre que vampiros existem, como também sua família faz parte de um clã, e que ela, sendo a única humana restante dos Ipswich, corre grande perigo, pois é uma presa fácil, e o ponto fraco de seus familiares. E, para completar, ela ainda passa por poucas e boas na nova escola, conhecendo o maravilhoso Einar (~suspiros~), que, por um acaso também é vampiro, e percebendo certas coisas misteriosas ao seu redor, como vozes em sua cabeça e vultos correndo para lá e para cá.

Estaria ela louca, ou apenas em perigo? E por que diabos não podia ter uma vida normal? Por que sua família tinha que ser um bando de vampiros pertencentes a um clã que provavelmente entraria em guerra com outro grupo de vampiros? E por que, quando conheceu um vampiro chamado Gerard, sentiu como se já o conhecesse, e como se não pudesse viver sem ele? E que vozes são aquelas em sua cabeça, que a incitam a fazer coisas que trazem consigo descobertas um tanto assustadoras?

O livro começa em 1462, onde a autora nos apresenta Jeanne, Gerard e o amor que sentem um pelo outro. Após a morte de Jeanne, pulamos alguns séculos e conhecemos Julianne, e, a partir daí, passamos a acompanha-la em seu dia-a-dia no castelo da família (nem um pouco sinistro, né?), e na escola, além de suas descobertas e de seus sentimentos pelo vampiro Gerard, que a encantara completamente, mesmo sendo muito perigoso uma adolescente de 15 anos de idade se aventurar na floresta sozinha, principalmente se alguns clãs inimigos de vampiros a querem morta.

Julianne era dele, ele sentia. Jeanne lhe disse que ele saberia reconhece-la quando a reencontrasse. Não podia estar enganado, ele a conhecia bem demais para se enganar. Ele a tinha dentro de si. – página 260

O que eu achei mais fascinante neste livro, é o cuidado que a autora teve ao criar os clãs e a história dos vampiros, além do passado de Jeanne e Gerard. Fiquei impressionada com a complexidade da história, com os detalhes e com os mistérios, sem contar que Letícia Godoy ainda conseguiu criar um romance muito fofo... E um pouco conturbado, vai. O livro possui uma diagramação maravilhosamente linda, mas eu encontrei vários erros de revisão, o que não atrapalha a leitura, mas incomoda um pouco. A escrita da autora flui muito rápido, rápido demais para o meu gosto, porque eu mal via as páginas passando, e quando percebi, o livro tinha acabado...haha’ maldade Letícia Godoy!

Só que... Julianne.... Bem, não me encantou muito. Ela se mostrou uma personagem mais mimada e imatura do que eu imaginei, mesmo tendo seus momentos de coragem e determinação. Algumas cenas em que ela estava na escola também não me prenderam muito, dramas adolescentes não são comigo. Mas eu gostei de Dean e Dash, um casal de amigos que estão sempre por perto (principalmente Dash), quando ela necessita. Mas Einar ainda é o meu queridinho. Só senti falta de um aprofundamento maior em relação aos personagens secundários, principalmente da família de Julianne, com seus muuuitos irmãos, dos quais três ou quatro aparecem bastante.

Mas eu estou mega ansiosa e curiosa pela continuação, felizmente, Deixe-me entrar não acaba de forma tãão desesperadora, mas tensa o suficiente para deixar uma leitora louca! Também há lobisomens na história, o que eu achei interessante, pois imagino que alguns conflitos entre os vampiros e os lupinos acontecerão nos próximos livros. Gostei de ver também que a autora teve o cuidado de esclarecer quem são os vampiros que compõem todos os clãs mencionados no livro e certos termos e jargões utilizados, o que mostrou ainda mais a complexidade da história.

Enfim, eu não sou fã de histórias fantásticas, mas este livro é muito bom! Imagino que os apaixonados por um romance com vampiros vão se apaixonar perdidamente, e quem gosta de uma pitadona de mistério (e um pouquiiinho de terror, vai), também. Que chegue logo a continuação, e que eu possa ter mais de Einar, por favor!