A esperança é uma torta de maçã

Título: A esperança é uma torta de maçã

Autora: Sarah Moore Fitzgerald

Editora: Galera (cortesia)

Páginas: 176

Edição: 1

Lançamento: 2016

Sinopse: Um romance delicado sobre pertencimento, primeiros amores e bullying. Oscar é o melhor amigo e vizinho de porta de Meg. Ele tem o incrível dom de consertar qualquer problema assando tortas de maçã perfeitas. Mas nem suas renomadas tortas conseguem aplacar a tristeza de seu pai, ainda de luto pela morte da esposa. Quando Meg recebe a notícia de que irá se mudar para a Nova Zelândia por seis meses, ela fica devastada com a ideia de ficar tanto tempo longe do amigo. Para piorar tudo, a casa de Meg é alugada pela família da terrível Paloma Killealy, que inventa todo tipo de mentiras sobre o garoto na escola. De repente, Oscar desaparece. Sua bicicleta e suas roupas são encontradas no litoral, e todos acreditam que o pior aconteceu e ele cometeu suicídio. Com a ajuda do irmãozinho de Oscar, Meg decide investigar o paradeiro dele, e por mais difícil que seja, nunca abrir mão da esperança.

Resenha

Aprendi que, se algum conhecido desaparece, você não deve tirar conclusões automaticamente. Deve fazer perguntas e olhar, e procurar até ter certeza. Não desista até ter eliminado todas as possibilidades. Mantenha a esperança em seu coração.  – página 18

Meg e Oscar são melhores amigos desde sempre. As janelas de seus quartos são extremamente próximas, de forma que eles estão sempre conversando e passando o tempo juntos, mesmo após o horário de dormir. Mas tudo muda quando os pais de Meg decidem que vão passar seis meses na Nova Zelândia, e que ela deve ir também. É claro que eles não a consultam, e para ela, a ideia de deixar Oscar era terrível.

De início ela não queria mesmo ir, fez birra e até acabou com a empolgação de seus pais, mas nada pode ser feito, e Meg foi. Algum tempo depois, a casa da menina é alugada por outra família, e, assim que Oscar começa a falar sobre a nova moradora que agora dorme no quarto de Meg, os dois começam a se afastar. Aliás, esse foi apenas um dos motivos. O outro é uma carta que Meg havia escrito para Oscar, mas tinha escondido, e, de alguma forma, a carta foi parar nas mãos do rapaz, deixando as coisas bem estranhas entre eles.

Tudo desmorona quando Meg recebe a pior ligação do mundo: Oscar havia desaparecido no mar, sua bicicleta e tênis encontrados no litoral. Todos sabiam que ele poderia estar morto, afinal, não haviam duvidas, mas Meg não acreditava nisso. Nem mesmo Stevie, o irmão mais novo de Oscar, e, juntos, eles decidem investigar a coisa de perto e descobrir o paradeiro do amigo, ao mesmo tempo em que Meg vai descobrindo que o Oscar desaparecido não é o mesmo rapaz que ela deixara na Irlanda meses atrás.

Oscar Dunleavy tinha desaparecido. Ninguém conseguia encontra-lo. Ninguém sabia onde ele estava. Ele tinha partido. – página 97

Senti falta de mistério na história, mas acho que isso deve-se ao fato de que Oscar também narra os acontecimentos. Ele e Meg possuem sentimentos além de amizade pelo outro, mas o medo de estragar tudo o que construíram ao longo dos anos é maior, e eles acabam guardando segredo, até a chegada da odiável Paloma Killealy, uma menina insuportavelmente fútil que consegue mexer com a cabeça de Oscar, e que não suporta o fato de ele ser apaixonado por alguém que não ela.

Oscar é um menino especial. Expert em fazer tortas (as melhores!), ele consegue sentir quando alguém está para baixo, e é quando assa suas famosas e mágicas tortas, que, já na primeira garfada, fazem os outros sorrirem. Além disso, ele é um menino incrível, e todos o adoram, até a chegada de Paloma. Eu não entendi qual era a dessa menina, ela parecia ter inveja de Oscar e de tudo o que ele tinha, então começou a falar coisas ridículas para ele, e Oscar, na maior inocência, acreditava em tudo o que a menina dizia, até que chegou uma hora em que Paloma passou dos limites.

Mas não é uma torta de maçã qualquer. Depois que você der uma mordida, o mundo vai parecer quase completamente diferente. As coisas vão começar a mudar, e depois que tiver comido uma fatia inteira, você vai perceber que tudo vai ficar bem. – página 44

Confesso que o principal motivo pelo qual eu pedi este livro à editora foi a capa. Convenhamos, é maravilhosa, né? E o título também ajudou, além do fato de a sinopse mencionar o bullying. É interessante notar como as coisas vão se desenrolando na história, desde o momento em que Meg descobre que o amigo pode estar morto (início do livro) até o momento em que nos são apresentados os motivos pelos quais Oscar fez o que fez. É triste, dá raiva, mas é interessante.

A única coisa que me incomodou no livro foi a falta de mistério (e eu nem sou fã de mistério) e o final corrido, além de um acontecimento envolvendo Paloma que eu achei muito surreal. Mas, tirando isso, o livro é incrível! Eu adorei a amizade de Meg e Oscar (apesar das pausas e desentendimentos), e adorei os personagens secundários (apesar de querer mais destaque e aprofundamento para Stevie e Barney).

A esperança é o que nos mantém vivos [...] Você precisa tanto de esperança quanto de ar e de água. Sem ela, todos poderíamos nos jogar do píer e cair no mar escuro lá embaixo. – página 119

Enfim, A esperança é uma torta de maçã não só possui uma capa linda, quanto também possui uma história belíssima. Acho que, apesar de não ter sido 100% desenvolvida (principalmente por ser um romance juvenil), a obra não me prendeu completamente, mas, ainda assim, é uma leitura que eu recomendo muito, principalmente pelas mensagens que traz.