Mosquitolândia

Eu tinha lido uma resenha deste livro (acredito que no blog Livroterapias) e ficado mega curiosa para lê-lo. Demorei um pouco para adquiri-lo (na verdade, quem o comprou foi minha irmã), e demorei mais ainda para ler. Mas eu li, e me encantei!

Título: Mosquitolândia

Autor: David Arnold

Editora: Intrínseca

Páginas: 352

Edição: 1

Lançamento: 2015

Sinopse: “Meu nome é Mary Iris Malone, e eu não estou nada bem.” Após o inesperado divórcio dos pais, Mim Malone é arrastada de sua casa em Ohio para o árido Mississippi, onde passa a morar com o pai e a madrasta e a ser medicada contra a própria vontade. Porém, antes mesmo de a poeira da mudança baixar, ela descobre que a mãe está doente. Mim foge de sua nova vida e embarca em um ônibus com destino a seu verdadeiro lugar, o lar de sua mãe, e acaba encontrando alguns companheiros de viagem muito interessantes pelo caminho. Quando a jornada de mais de mil quilômetros toma rumos inesperados, ela precisa confrontar os próprios demônios e redefinir seus conceitos de amor, lealdade e sanidade. Com uma narrativa caleidoscópica e inesquecível, Mosquitolândia é uma odisseia contemporânea, uma história sobre as dificuldades do dia a dia e o que fazemos para enfrentá-las.

Resenha

Meus motivos podem ser complicados, mas minha Missão é bem simples. Chegar a Cleveland, encontrar minha mãe. Uma continência para mim. Aceito essa missão. – página 41

Mary Iris Malone (Mim) mora com o pai desde que o mesmo se separara de sua mãe, mas ela odeia viver no Mississipi, e odeia mais ainda ter que morar com Kathy, sua madrasta e tomar os remédios que o médico (que ela também odeia) receitou. Quando descobre que sua mãe está doente, ao ouvir a conversa de seu pai, Kathy e o diretor de sua escola, Mim decide que viajará os 1524 km até Ohio, para vê-la.

Sendo assim, ela simplesmente sai da escola, segue para casa, onde pega algumas coisas, entra num ônibus e parte em direção a Cleveland, esperançosa de que lá encontrará a mãe, e descobrirá porque não recebe mais as cartas semanais da mesma. Mas Mim não contava conhecer tantas pessoas e passar por tanta coisa ao longo do caminho, e muito menos descobrir o valor da amizade ao passar por poucas e boas ao lado de pessoas que ela não esperava conhecer.

Meu nome é Mary Iris Malone, e eu não estou nada bem. – página 9

Duas dessas pessoas são Walt e Beck, o primeiro um garoto que tem síndrome de Down e vive numa barraca azul no meio da floresta, e o segundo foi uma crush que ela teve no segundo ônibus que pegou. Os dois estão tão perdidos e longe de casa quanto ela, mas a acompanham em sua viagem e nas descobertas que Mim faz ao longo do percurso. É interessante notar também o carinho que ela sente pelos dois (e a paixão por Beck), e o sentimento de cuidar e proteger Walt de tudo. E tais sentimentos são recíprocos, o que só deixa a história ainda mais apaixonante.

A escrita do autor é viciante, e eu confesso que não esperava isso. Já tinha lido algumas resenhas do livro antes, e minha irmã também leu e gostou, mas eu não imaginei que fosse ficar tão encantada com o livro e com os personagens, a ponto de sentir tanto medo por Mim durante a viagem, e muito menos que fosse ficar tão vidrada na história. Sem contar que o livro é narrado pela Mim, e ela é uma pessoa muito bem-humorada, apesar dos tantos problemas pelos quais passa, e me fez rir em diversas situações.

Mosquitolândia mexeu bastante comigo, e não só por ter como protagonista uma menina de 16 anos que toma antidepressivos e que é meio cega de um olho (coisa que ela esconde de todos), mas também por abordar muito bem temas como abandono, amor, amizade, morte e amadurecimento pessoal. Eu adorei acompanhar Mim em sua viagem e ver o quanto ela cresce ao longo do livro, mas alguns momentos foram de partir o coração, principalmente quando ela escrevia cartas para Isabel (acho que não devo falar quem ela é...hehe’) narrando alguns momentos de sua infância, como a preocupação obsessiva do pai em relação a ela, ou o divórcio, entre outros.

David me surpreendeu muito com esse livro, e eu realmente espero que ele escreva mais livros, e que sejam tão apaixonantes e eletrizantes quando este. Gostei principalmente do final, que não foi nem um pouco previsível, e que me surpreendeu bastante. Mas também me deixou com gostinho de quero mais, e de coração partido. Queria tanto que o livro não tivesse acabado...haha’

Sei que muitos livros estão abordando personagens sofridos e com um monte de problemas, e que isso já está cansando (não a mim, eu ainda adoro livros assim), mas acreditem quando eu digo que Mosquitolândia possui um diferencial incrível e que é um livro único, sem comparação com nenhum outro. É uma história que vale muito a pena conhecer, até mesmo para quem não gosta do gênero ou de qualquer coisa que o livro possa conter. Foi, sem dúvidas, um dos melhores livros que eu li este ano, e eu o leria novamente sem dúvidas, principalmente porque já estou com saudades da Mim e dos momentos engraçados da trama.