A entrevista com a Mo Daviau, autora do livro, foi publicada há poucos dias aqui no blog (clique para acessar) e, como prometido, trago minhas impressões do livro.
Autora: Mo Daviau
Editora: Fábrica 231 (cortesia da Editora Rocco)
Páginas: 308
Edição: 1
Lançamento: 2017
Sinopse: Imagine poder viajar no tempo para assistir a qualquer grande show da história: os Beatles no Shea Stadium ou no telhado da Apple Records, o Nirvana em um bar minúsculo de Seattle ou Miles Davis no lendário clube Birdland. A norte-americana Mo Daviau transformou esse desejo em realidade no engenhoso “30 e poucos anos e uma máquina do tempo”, uma espécie de cruzamento entre De volta para o futuro e Alta fidelidade protagonizado por Karl e Wayne, dois amigos de meia-idade que descobrem um meio de voltar no tempo para assistir a shows incríveis, e a ganhar dinheiro com o negócio. Tudo vai bem até que Wayne decide o óbvio: interferir no passado. Afinal, quem dispensaria a chance de reescrever uma ou outra linha da própria história? Movido a música e romance, “30 e poucos anos e uma máquina do tempo” é uma espirituosa, e um tanto nostálgica, reflexão sobre sonhos, escolhas de vida e a passagem do tempo.
Resenha
30 e Poucos Anos e uma Máquina do Tempo é um livro sobre viagens no tempo, porém, ele não é um Cavalo de Tróia ou algo que pretender salvar a humanidade. O personagem principal do livro, Karl Bender, usa sua descoberta para ir a shows de indie rock que ele não consegue esquecer.
Karl acabou descobrindo sua máquina do tempo, chamada de buraco de minhoca, acidentalmente. Um dia ele entrou em seu closet e entrou em outra dimensão, acabou caindo em um de seus shows prediletos nos anos 90. Wayne, um dos poucos amigos de Karl, e frequentador de seu bar, é um programador de computadores e acaba ajudando o amigo a programar a máquina, que, agora, consegue ir para qualquer data no passado.
Porque precisaríamos de música se nossas vidas fossem exatamente como queríamos que fossem?
Em um dos devaneios de Wayne, ele acaba pedindo para Karl envia-lo a 1890 para impedir o assassinato de John Lennon. Karl tem uma regra explicita; você não pode interferir no passado ou fazer contato com as pessoas. Wayne acaba insistindo e por um erro, Karl manda ele para 890, na era pré-colombiana.
Dono de bar e ex-guitarrista de uma banda indie, Karl, acaba pedindo ajuda para uma professora de física que tem uma foto de perfil um tanto diferente na página da faculdade. Lena é a garota para quem Karl recorre, na tentativa de salvar Wayne do ano de 980.
A nossa garota, Lena, não é uma personagem fácil. Ela enfrenta problemas pessoais por causa de seu peso, teve seu estudo da faculdade roubado pelo seu adversário e também era uma super fã da banda em que Karl tocava, The Axis.
No ápice dessa história, Karl e Lena tem que se ajudar para conseguirem trazer Wayne, que só queria impedir o assassinato de John Lennon. Em meio as decepções e problemas dos dois personagens, uma história com muita (coloquem muita) música indie vai se construindo.
Um dos pontos altos do livro é com certeza o lance da viagem ao tempo. É tão interessante ver que os personagens não se importam em desvendar os segredos do passado, eles só querem reviver shows que de alguma forma os tocaram. Outra grande qualidade do livro são os personagens fortes e de alguma forma, únicos.
Os dois, Lena e Karl tem seus próprios fantasmas. Lena sofre com a perda precoce da mãe e o fracasso em sua carreira, que poderia ter decolado. Karl levou um pé na bunda de uma de suas namoradas e largou a banda, The Axis, após eles quererem produzir um álbum apenas sobre garotas gordinhas.
A autora, Mo, peca apenas em um quesito; os diálogos forçados. Durante a leitura, os diálogos entre Karl e Lena acabaram sendo forçados e continham uma espécie de climax exagerado, beirando o monótono. Apenas com os diálogos, é possível fazer uma leitura dos caminhos que a autora tentou evitar durante sua escrita.
O lance da viagem no tempo não é tão discorrido ao decorrer da leitura, o que evita que os diálogos acabem ficando ainda mais monótonos. Um quesito que merece ser destacado é o incrível acervo e menções do universo indie, acabei gostando da maioria das músicas que não conhecia (a playlist do livro no Spotify acabou salvando minha semana, digite EVERY ANXIOUS WAVE by Mo Daviau para ouvi-la).
O trabalho da Editora Rocco está muito bom, como sempre. Fiquei com medo que wormhole - o dispositivo usado para a viagem do tempo - fosse traduzido de forma errada, porém, está tudo certo quanto a isso. O livro foi lançado pelo selo Fábrica 231, a capa foi alterada e o título também.
Recomendo 30 e Poucos Anos e uma Máquina do Tempo para quem tem medo de sci-fi e livros sobre viagem no tempo, vocês não sabem o que estão perdendo. 30 e Poucos Anos e uma Máquina do Tempo é um livro sobre viagem no tempo original, com personagens descolados e música descolada, só peca nos diálogos forçados, mas que podem ser desculpados pelas ótimas bandas mencionadas no livro.
P.S.; Deixem nos comentários qual show vocês voltariam no tempo para ver. Já digo que voltaria em 24 de Setembro de 1974 para ver o show do Leonard Cohen em Berlim!
Oi, tudo bem? Confesso que não conhecia esse livro, mas fiquei muito curiosa com essa história. Adoro livros sobre viagem no tempo e esse ainda mistura com música. Deve ser uma leitura muito gostosa!
ResponderExcluirAdorei a resenha e já vou adicionar esse livro na minha wishlist. Obrigada pela dica!
Beijos!
Oi Heitor!
ResponderExcluirAchei legal a premissa do livro, principalmente por não cair na mesmice de "vamos mudar o passado". O lance de querer visitar shows antigos é muito maneiro. Se eu pudesse voltar, queria voltar pra 1985 no primeiro Rock in Rio (sim, quero voltar pra um evento gigante e não só um show hahaha).
Fiquei curiosa pela personagem Lena.
beijos
Oi, Heitor!
ResponderExcluirA capa até que é legal, e a premissa é bem inusitada mesmo. O que mais se vê envolvendo máquinas do tempo é justamente a tentativa de evitar grandes conflitos históricos e tal em outros livros, então fugir dessa expectativa para assistir a shows antigos é bem inesperado, e deve ser mesmo legal acompanhar as andanças dos personagens por entre os shows citados. Uma pena que peque no quesito diálogos, mas mesmo que o lado indie da trama a salve ainda, não me chamou de verdade a atenção. Gosto muito de viagens no tempo na literatura ou em filmes, mas esse em particular não me atraiu muito. Ainda assim, apesar de seus altos e baixos, que bom que você gostou.
Beijos!
♥ Sâmmy ♥
♥ SammySacional.blogspot.com.br/ ♥
Olá tudo bem?
ResponderExcluirNossa fiquei fascinada por esse livro. Toda essa estória de viagem no tempo e Wayne ir parar na era colonial foi algo que realmente me chamou muita atenção. Agora o que me desmotivou um pouquinho foi a questão dos diálogos de Lena e Karl que continham uma espécie de climax exagerado, como você disse. Mas você acha que isso é um empecilho pra leitura? E a questão da viagem no tempo é mais desenvolvida ao longo da trama? Fiquei bem curiosa com esse livro e adorei sua resenha.
beijinhos ♥
Oi, tudo bem? Não lembro de ter visto esse livro por aí, mas adorei a capa. Viagens no tempo não fazem muito meu estilo, mas especificamente para reviver shows é novidade para mim. Uma pena os diálogos forçados, fico um pouco incomodada quando noto isso também, mas que bom que os personagens são bons, pelo menos isso pra compensar né haha. Beijos!
ResponderExcluirourbravenewblog.weebly.com
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Eu não voltaria no tempo pra ver nenhum show não, a não ser que fosse um show em que basicamente ninguém compareceu, porque odeio lugares lotados... Rs... Pensei em pedir esse livro, mas resolvi esperar resenhas e agora decidi que não quero ler. Apesar de amar o tempo da viagem no tempo, diálogos forçados me incomodam muito e não sou ligada em música, então não acho que seria uma história atrativa para mim.
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirNão conhecia o livro, mas adorei a premissa! A capa me lembra uma coisa que vi muita gente fazer nos anos 90, que era esperar a música favorita na rádio pra poder gravar - com anúncios e tudo! Se eu pudesse voltar no tempo, eu iria até Wembley, na Inglaterra, assistir a gravação do show do ABBA, em 10 de novembro de 1979!
Oiii!!
ResponderExcluirEu não conhecia todo o enredo da obra, lembro desse lançamento mas ele não tinha me atraido, porém, com essa resenha e mais uma que vi no Twitter já me arrependi e quero ler.
Gostei muito da premissa.
Acho que voltaria para o show do Green Day na gravação de Bullet in a Bible.
Beijinhos
Oi Dryh, sua linda, tudo bem?
ResponderExcluirAchei uma história diferente, mas confesso que por adorar o tema viagem ao tempo, senti falta dos conflitos que uma intervenção pode causar e do enredo que geralmente tende a ser fantásticos nesses livros, o que parece que não temos aqui. Além disso, eu preciso acreditar na história que está sendo contada, se os diálogos foram forçados, não vai passar verdade para mim, não conseguirei me envolver. Uma pena.
beijinhos.
cila.
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/
Dryh minha queridoa *-*
ResponderExcluirAmei a sua resenha... não conhecia o livro e perdi a entrevvista com a autora, vou lá conferir...
Adorei a ideia da história e o leria com certeza... salvar John Lenon acho que é o desejo de muitos nao? haha
Quanto ao show? Queen no Rock in Rio com o Freddy!! haha
beijos
http://www.livrosetalgroup.blogspot.com.br
Ameeeiiiii a resenha, já tinha visto essa capa várias vezes mas não achei que a historia seria essa? Voltar no tempo??? quem não ia gostar? Vi que a nota é de 4/5 isso é um alivio o que quer dizer que a historia nao se perdeu pelo caminho. Certamente já está na lista dos desejados. Baita dica!!
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