Boo

Oláá pessoas, como vocês estão?

Não sei vocês, mas eu tenho uma quedinha por livros com temáticas tristes e um tanto profundas, então, quando vi a respeito de Boo, fiquei imediatamente curiosa. O livro demorou bastante para chegar, mas, quando finalmente chegou, fiquei ainda mais animada para lê-lo. Com vocês, Boo ♥

Título: Boo

Subtítulo: Minha vida após a morte

Autor: Neil Smith

Editora: Fábrica 231 (cortesia da editora Rocco)

Páginas: 336

Edição: 1

Lançamento: 2016

Sinopse: Oliver Dalrymple é o típico “looser” americano: aos 13 anos, magro e pálido como um fantasma, está mais interessado em biologia e química do que em esportes e vida social. Um dia, enquanto se recupera de um dos frequentes episódios de bullying de que é vítima recitando a tabela periódica em frente a seu armário, ele desfalece para sempre. E é aí que sua verdadeira vida começa. O “céu” onde Oliver acorda depois do que acredita ter sido uma parada cardíaca em função de um problema congênito chama-se Cidade e é povoado por pessoas que morreram aos 13 anos, como ele e seu colega de escola Johnny Henzel, que chega dias depois de Boo à Cidade, trazendo notícias perturbadoras sobre a causa da morte deles. Notícias que mudam para sempre a percepção de Oliver Boo sobre sua personalidade e seu lugar no mundo. Elogiado pela crítica e adorado pelos leitores, Boo é um romance cativante sobre amizade, confiança, bullying e a difícil tarefa de ser adolescente.

Resenha

“Bom, toda sua vida americana acabou, meu bem. Mas sua vida no além está prestes a começar. ”– página 13

Oliver Dalrymple, também conhecido como Boo (por ser extremamente branco), estava recitando a tabela periódica em frente ao seu armário quando, de repente, morreu, indo parar numa espécie de céu para jovens norte-americanos de 13 anos. Diferente do que muita gente imagina, o céu para onde Boo foi não era nas nuvens, cheio de anjos dançando para lá e para cá e paz emanando pelos poros de todos. Era um lugar comum, cheio de adolescentes de 13 anos que morreram de centenas de formas diferentes, e que teriam uma remorte assim que completassem 50 anos no “céu”.

Na Cidade, que é como eles chamam o tal céu, Zig (como chamam Deus) envia suprimentos que acha serem necessários, como comida, roupas, blocos de notas e tantas outras coisas. Além disso, todos se locomovem através de bicicletas e possuem funções (trabalhos) que podem mudar com o tempo. O que significa que, se você é barbeiro, pode se tornar outra coisa quando quiser. Mas, claro, nem tudo é perfeito. Existe um lugar para os criminosos (que cometem algum tipo de violência ou crime mais grave) e também um para os triscons (tristes + confusos = triscons).

Quando vivo, Boo sofria bullying na escola, e não só por conta de sua aparência, que lembrava a de um fantasma. Ele é apaixonado por tudo o que envolve elementos químicos, biologia e é extremamente inteligente. Mas, mais do que isso, ele não gostava de ser tocado e não fazia questão de tentar fazer amizades, por conta dos fracassos de quando era mais novo. Sendo assim, Boo era o alvo principal dos bullies da escola. Agora que está morto, Boo tem Thelma e Esther como amigas, além de Johnny Henzel, um menino que estudava com ele, e que aparecera pouco depois na Cidade.

Johnny e Boo já tinham trocado algumas palavras lá na América, mas eles nunca foram nada mais do que colegas. Agora que estão presos na Cidade, moram juntos e tiveram mortes próximas, ocasionadas pelo mesmo objeto/pessoa/coisa/incidente, eles acabam tornando-se amigos, enquanto tentam desvendar os mistérios de suas mortes e parecem receber sinais de Zig, que parece ter um senso de humor macabro.

Eu não sabia o que esperar deste livro quando o recebi, mas já tinha lido umas duas resenhas a respeito dele, e Boo tinha sido muito elogiado até então. Por ser narrado em primeira pessoa pelo nosso protagonista (que está escrevendo uma espécie de diário para seus pais, caso encontre uma forma de contatá-los), não foi difícil gostar de Boo e sentir empatia pelo mesmo, principalmente por ele não saber como morreu. E, diferente de Johnny, Boo não estava 100% certo de que queria saber o que tinha acontecido. Ele tinha outras preocupações, como cronometrar quanto tempo demorava para um machucado curar (todos os machucados se curavam sozinhos na Cidade).

Prefiro investigar algo menos chocante, por exemplo, como as lanternas funcionam sem baterias. Este é o único tipo de mistério que quero solucionar. – página 142

Também gostei bastante de Johnny, mesmo nos momentos em que ele parecia perder a razão e se mostrava um tanto pirado. Mas todos somos um pouco pirados, então de boas. Ver a forma como ele e Boo cuidavam um do outro me fazia torcer para que tudo desse certo no final, para que eles descobrissem como suas mortes haviam acontecido e, não sei, voltassem para a América ou vivessem felizes para sempre na Cidade.

Maaas, eu acho que o autor não tinha isso em mente, pois o livro ganhou reviravoltas que eu não imaginava que teria. E quando eu começava a achar que tudo ia finalmente sossegar, lá vinham mais bombas. Eu fiquei chocada, surpresa, impressionada e emocionada. Eu queria tanto entrar no bendito livro e abraçar todo mundo, até os personagens que, de início, eu achei odiáveis (Czar, um hipnotista, e os gêmeos Lu, que são bem irritantes), e principalmente, Boo e Johnny, porque eles são incríveis.

Terminei o livro querendo mais, mas dei de cara com a página de agradecimentos e tive de aceitar que Boo tinha acabado. O final me deixou chocada, mas confesso que esperava encontrar mais explicações e mais alguma coisa...haha’ algo que me fizesse abraçar o livro e favoritá-lo, mas isso não aconteceu. Eu adorei Boo, adorei os personagens e adorei a escrita do autor, mas não adorei o final. Ainda assim, é um livro que me marcou muito, e acho que a capa não poderia ser melhor, apesar de um tanto triste.