O garoto dos olhos azuis

Oláá pessoas, tudo bem com vocês?

O garoto dos olhos azuis foi um livro que eu conheci ano passado, quando ele ainda tinha sido lançado de forma independente pela autora (eu tinha lido várias resenhas a respeito dele, e o pessoal falava maravilhas a respeito da obra), então, quando eu vi sobre o lançamento dele na bienal, pela Editora Pandorga, fiz questão de anotar no meu caderninho da bienal (como eu chamava), e ir prestigiar a autora. Comprei meu exemplar, consegui meu autógrafo e conheci a Raiza, mas só fui lê-lo mesmo este ano. Bora conhecer a história de Bárbara?

Título: O garoto dos olhos azuis

Autora: Raiza Varella

Editora: Pandorga

Páginas: 376

Edição: 2

Lançamento: 2016

Série: Trilogia Encantados #1

Sinopse: O príncipe encantado existe? Bárbara é linda, loira e bem-sucedida. Desde que assistiu a uma cerimônia de casamento pela primeira vez, ainda criança, seu sonho é apenas um: percorrer o tapete vermelho da igreja, vestida de noiva. Porém, contrariando todas as suas expectativas, ao ser abandonada no altar, a vida de Bárbara desmorona. Ela decide voltar à cidade natal e passa a viver com os irmãos e mais dois amigos. Todos homens. Com a ajuda de Vivian, uma espécie de Barbie Malibu, Bárbara tenta superar sua decepção amorosa recente e uma da adolescência, que volta com tudo à sua memória: o garoto dos olhos azuis. Será que o cavalo branco só passa uma vez? É isso que Bárbara vai descobrir com bom humor, jogo de cintura e uma pitada de neurose, em O Garoto dos Olhos Azuis, romance de estreia de Raiza Varella.

Resenha

Quantas vezes um coração podia se partir? – página 86

Desde criança, o maior sonho de Bárbara é se casar. É entrar na igreja vestida de branco, de braços dados com o pai, e ver no altar uma pessoa que a olhe como se ela fosse a coisa mais linda e preciosa de todo o mundo. E isso estava prestes a acontecer, não fosse seu noivo e sua “melhor amiga” se apaixonarem, e ela ser abandonada no altar. Desconsolada, Bárbara volta para a casa dos pais em Santa Catarina, tentando juntar os pedaços de seu coração.

Em menos de uma semana, eu perdi meu noivo, minhas duas melhores amigas, minha casa e encontrei a pessoa que mais me humilhou na vida. Na minha grande inocência, realmente não tinha como ficar pior, mas, como sempre demonstrava, o destino tinha algum problema pessoal comigo e me provou como podia ser espero e sacana quando queria. – página 74

Algum tempo depois, após assustar os pais e a avó com seu comportamento pós-abandono-no-altar, Bárbara acaba se mudando para o apartamento de seus irmãos (Augusto e Gustavo) em Floripa, e lá ela também conhece Bernardo e Ian, seus novos colegas de quarto. Morar com quatro rapazes não seria muito fácil, e, estando sem amigas, menos ainda. É aí que entra Vivian, um protótipo de Barbie que também é irmã de Ian, e que acaba se tornando a melhor amiga de Bárbara.

Pela capa, eu imaginava que esse seria um livro romance com açúcar, com tudo bem calmo e dramático, mas fiquei surpresa com a narração hilária da Bárbara, que é igualmente engraçada. Os momentos em que ela está com a família são incríveis, principalmente porque seu irmão mais velho é chato para danar, e o mais novo é mais manteiguinha. Também adorei as partes em que Bárbara está com Vivian, que parece ser do tipo princesinha, mas que vira uma fera quando estoura. E, como não poderia se diferente, me apaixonei pelas partes em que ela está com Ian.

Quantas vezes era possível se apaixonar pela mesma pessoa? – página 216

Eu gostei bastante da Bárbara, o que eu não imaginava que poderia acontecer, por causa do que dizem a respeito dela na sinopse. Linda, loira e bem-sucedida. Me deu a impressão de que eu lidaria com uma personagem completamente mimada e egoísta, e completamente mimada e chatinha. Sim, a Bárbara tem lá seus momentos de idiotice (decisões e ações precipitadas), e pode até ser um pouco dramática de vez em quando, mas ela também é mega engraçada (vou continuar repetindo isso porque ela é mesmo MUITO engraçada) e tem uma personalidade que encanta e conquista o leitor.

Não posso deixar de mencionar Vitório, o fiel (nem tanto) cachorro de Bárbara, que a acompanha para todos os lados, e também Vitória, a gatinha de Ian com intolerância à lactose. Tentem imaginar o que não vai acontecer com a pobre coitada nas mãos de Bárbara.

A escrita da autora é maravilhosa e flui muito rápida, e nada no livro é maçante, apesar de ele poder ser considerado grandinho. Os personagens são apaixonantes (apesar de eu ter vontade de estapeá-los de vez em quando) e a história é incrível (apesar de um acontecimento mais para o final, o qual [o acontecimento] eu achei que não foi totalmente desenvolvido, e me deixou com perguntas). O livro também é narrado pelo Ian, o que me fez gostar ainda mais dele e entender seus pontos de vista em relação a certas coisas e acontecimentos.

Estava na hora de parar de tentar enganar a mim mesmo. Estava na hora de parar de fingir que eu não estava apaixonado. – página 152

Mas a editora deixou passar alguns errinhos (comecei a conta-los, mas parei no 4º, ainda que tenha visto outros despois deste) bem bobos que me tiraram do sério. Como uma pessoa impulsiva a corrigir erros, não importa onde, essas coisas me irritam muito, principalmente porque elas acabam tirando o brilho do livro, transparecendo que a editora não lhe deu a devida atenção e não cuidou direitinho para que ele chegasse perfeito às mãos dos leitores. Espero que os próximos não estejam assim.

Eeeee, por falar em próximos. Eu necessito! Estou doida para ver o cabeça dura do Augusto (conhecido carinhosamente [ou não] como Monstro) se apaixonar, e espero que ele deixe de ser tão chato, rabugento e machista quando isso acontecer. E também estou doida para conhecer a garota que machucou Gustavo, e ver o que vai acontecer no livro dele. As capas são lindas, diga-se de passagem, e eu já estou contando as moedinhas para ter O garoto que tinha asas!