Sob um milhão de estrelas

Sob um milhão de estrelas é "continuação" de Sob a luz dos seus olhos, pois, no primeiro livro, temos a história de amor entre Elisa e Paul (mencionados neste segundo livro), e, aqui, a de Carlos Eduardo e Alma. Cadu havia aparecido no primeiro livro (de acordo com as resenhas que eu vi, já que não li Sob a luz dos seus olhos...hehe'). Mas eu li este livro sem problemas, então não acho que seja estritamente necessário ter lido SALDSO para ler SUMDE :)

Título: Sob um milhão de estrelas

Autora: Chris Melo

Editora: Fábrica 321 – Rocco (cortesia)

Páginas: 320

Edição: 1

Lançamento: 2017

Sinopse: Alma Abreu está prestes a lidar com um inventário e uma série de histórias de um passado tumultuado que pertence mais aos seus pais do que a ela mesma. Mas este parece o menor de seus problemas no momento. Passar alguns dias na pacata Serra de Santa Cecília veio bem a calhar para a jovem médica, após um incidente no hospital que a deixou sem chão. Ela só não esperava se envolver tanto com a pequena cidade – e com o prestativo vizinho da charmosa casa que sua avó lhe deixou, além de um animado grupo de amigas, filhas das melhores amigas de sua mãe –, a ponto de pensar em deixar sua vida em São Paulo para trás. Será que a vontade de ficar é apenas medo de enfrentar seus problemas? Mas como voltar à velha rotina depois de tudo o que descobriu e viveu em Serra?

Resenha

“Você pode se esconder fechando os olhos, deixando de dizer o que pensa ou até fugindo da cama, mas eu sempre vou achar um jeito de chegar até você, Alma. Enquanto o seu coração acelerar, eu te acho.” – página 234

Querendo fugir de alguns acontecimentos que a deixaram sem chão, Alma viaja para Serra de Santa Cecilia, no interior de São Paulo, para buscar a herança que sua avó, Samanta, havia deixado para ela. Mas aquela viagem era também a chance de escapar do hospital e de todos os olhares, e a chance de descobrir mais a respeito de seu passado, já que Alma não conseguia arrancar nenhuma informação de sua mãe.

Ela não chegou a conhecer a avó, mas, por algum motivo, Samanta queria que a neta fosse pessoalmente à cidade para receber sua herança, e, ao chegar, Alma se deparou com uma casa linda numa rua colorida, com pessoas maravilhosas e um vizinho apaixonante que era também professor e dono de um bar. Por ser pequena, a cidade ainda mantinha algumas tradições, e, uma delas era uma promessa que uma das antecedentes de Alma e de outras garotas haviam feito: todas as futuras filhas das famílias seriam melhores amigas. Então, quando Alma chega, ela já tem melhores amigas pré-determinadas. E não é que as meninas são incríveis?

Será que essa cidade é encantada e todo mundo aqui é feliz, sorridente e sincero? – página 71

Este livro não foca em como duas pessoas se apaixonam, como a maioria dos romances. Não fica no mocinho e a mocinha enfrentando desafios a trama toda, para chegarem no final e ficarem juntos. Noup. O foco aqui são as superações, os problemas e os medos que ambos os personagens têm, seja Alma e o incidente no hospital onde trabalhava, ou Cadu e o fato de um antigo amor seu não ter dado certo.

Eu só tinha lido um conto da Chris antes, e até que tinha gostado, mas ele não me encantou totalmente. Confesso que o que mais me chamou a atenção neste livro foi o título (é, eu sei...haha’), mas a sinopse também me deixou curiosa, então eu estava com expectativas altas quando comecei a ler. No início correu tudo bem, mas, no momento em que Alma e Cadu já estavam juntos, a história me cansou um pouco, e a minha animação com relação à história caiu um pouco. Infelizmente, foi assim em quase metade do livro, até o momento em que a autora decidiu ser má e pisar no meu coração, apesar de eu ter gostado dos personagens.

Não me levem a mal, a história é boa, os acontecimentos nos deixam apreensivos e alguns até me surpreenderam, mas eu não consegui gostar da escrita da autora. Não sei o que aconteceu, acho que o fato de Cadu e Alma (eles são os narradores da história) ficarem divagando sobre as coisas da vida, sentimentos e etc me irritou um pouco, e eu não consegui mergulhar totalmente na história.

O que é real quando tudo em que você se segurava desmorona? O que é real quando o que te mantém acesa são coisas que você não pode tocar? Eu não sei... Não sei mais... – página 85

Ainda assim, posso dizer que foi uma leitura rápida, e eu gostei bastante de ver Mário Quintana sendo citado nas introduções dos capítulos. Gostei de ver Alma descobrindo mais a respeito de seu passado, sobre a história de seus pais (ela fora criada pela mãe, que batalhara muito na criação da filha), e também de vê-la fazendo amizades em Serra, participando das festividades da cidade e esquecendo por alguns momentos o que havia acontecido na capital.

Este não é um livro engraçado (apesar de os personagens terem senso de humor), não é um livro previsível (apesar de eu ter adivinhado um dos acontecimentos), e, com certeza, não é um romance comum. A carga emocional de Sob um milhão de estrelas é um pouco grande, principalmente porque ambos os personagens principais passaram por momentos difíceis e traumas, e, bem, eles são gente como a gente, então precisam arranjar um jeito de superar tudo o que aconteceu.

Talvez eu esteja cansado de ser sozinho. – página 19

Gostei de ver que Sob um milhão de estrelas é real, não gira em torno de um conto de fadas ou de uma história que o leitor sabe que vai ter um final feliz. Cadu, Alma e os outros personagens são reais, as coisas que aconteceram com eles podem acontecer com qualquer um de nós, e o fato de eles não serem perfeitos só deixou a história ainda melhor. Sob um milhão de estrelas é um romance com uma carga real, e, mesmo que eu não tenha gostado 100% da obra, vou querer ler outras histórias da autora.

“Você vê um pedaço meu. O melhor que eu tenho.” “Deve ser porque eu estou completamente apaixonado por você.” – página 184