De Olho no Autor #1: Lilian Farias

Oie pessoal, tudo bem com vocês?

De olho no autor é a nova coluna do blog, onde teremos uma mistura de entrevistas e divulgações dos livros nacionais, abrindo exceções para os estrangeiros. A autora que vai inaugurar essa coluna é a Lilian Farias, que terá seu mais novo livro lançado em Agosto/2014, na Bienal do livro em São Paulo.

Lilian Farias é autora dos livros O céu é logo ali e Mulheres que não sabem chorar;

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“O céu é logo ali” se desenvolve em um turbilhão de sentimentos, em facetas representadas por duas personagens e o que as cercam, com desejos, sonhos, lembranças, descobertas e inquietações marcando um encontro em que histórias paralelas se unem pelo mesmo ideal: liberdade! Mas, o que é a liberdade? O que aprisionava Dolores e Clarice para que o encontro pudesse salvar suas almas encarceradas? Ao adentrarmos nos mundos distintos dessas duas jovens, mergulhamos numa profusa miscigenação de anseios, lutas, estratégias de sobrevivência. A história de duas mulheres que unidas pelo destino resolvem aflorar todo fluxo de sobrevivência do "ser", do corpo, da alma, da mente, que advém quando se é permitido ser livre. Liberdade, essa, assemelhada a quem saboreia o vôo das borboletas. 

Mulheres Que Não Sabem Chorar conta a história de duas pessoas que se reconhecem como mulheres e que se amam em toda a sua plenitude. Desse amor renascem sentimentos que outrora fora reprimidos: dores; curas e anseios sobre o próprio amar e ser amada. Duas mulheres que precisam quebrar o pior e mais severo dos preconceitos: aquele que habita em nossas entranhas! Mais que uma relação homoafetiva, Mulheres que não sabem chorar nasceu dos meus 40 dias no deserto, durante todas as privações e isolamentos sociais. O deserto me ensinou a recolher e emanar as minhas ancestrais para me dar vida própria e encarar o mundo, depois soprei nas palavras da vida, que pulsava nas minhas veias, a força de Ísis.

Recebi o livro de cortesia da autora e mais marcadores ♥

 Entrevista com Lilian Farias II

1.Mulheres que não sabem chorar será lançado em agosto, certo? Você está ansiosa para o lançamento? Quais as suas expectativas quanto a ele? 

L.: Sim, o lançamento será na Bienal de São Paulo, não sei se ansiosa, mas feliz, sim.

2. O povo brasileiro pode ser um pouco machista e preconceituoso, mas você acha que as pessoas reagirão bem ao lerem o seu novo livro?

L.: Bom, não sei ao certo sobre as reações, mas creio que o livro vai mexer muito com as pessoas... Se causar discussões sobre as temáticas a ponto que beneficiem os grupos em questões que trabalho no livro, já estou feliz!

3.  De onde você tirou inspiração para criar Marisa e Olga?

L.: Das mulheres que cruzaram meu caminho.

Olga, Marisa e Ana são resultados de diálogos e entrevistas que fiz com mulheres vítimas de violências, moradoras de rua, mães de família etc.

4. Dos seus livros, qual foi o mais difícil de escrever?

L.: Sem sombra de dúvidas: Mulheres que não sabem chorar.

5.  Como foi ficar 40 dias no deserto? Ajudou você a ver o mundo de uma maneira diferente?

L.: Isso é uma metáfora que me ajudou a olhar para mulher com sororidade.  

6. Os seus livros tratam de liberdade e sentimentos que, muitas vezes, acabam guardados dentro de nós por medo, como o amor. Por que você decidiu escrever sobre eles? 

L.: Existiam vozes silenciadas cá dentro de mim, essas vozes são das minhas ancestrais que me guiam na minha jornada da vida. Elas, um dia, foram silenciadas, feitas de escravas, quase dizimadas, violentadas e, hoje, querem voz, amor e liberdade!

7. De todos os seus personagens, algum deles é especial, ou o “queridinho”?

L.: Aff... Que pergunta difícil! Você é má! (risos)... brincadeira!

Olga é uma personagem muito especial.

8.   Você tem algum novo trabalho chegando? Pode nos contar sobre ele?

L.: Sim, estou concluindo dois romances com ‘finais felizes’, na mesma linha homoafetiva e são muito fofos...

9. Você tem um recado para os leitores?

L.: Olá, queridos!

“A cada uma hora e meia, uma mulher morre vítima de violência masculina no Brasil...”

O quê nós fazemos para mudar essa realidade?

Abraço para todos!

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Mulheres que não sabem chorar

Titulo: Mulheres que não sabem chorar

Autora: Lilian Farias

Editora: Literata

Páginas: 170

Edição: 1

Lançamento: 2014

Sinopse: Mulheres Que Não Sabem Chorar conta a história de duas pessoas que se reconhecem como mulheres e que se amam em toda a sua plenitude. Desse amor renascem sentimentos que outrora fora reprimidos: dores; curas e anseios sobre o próprio amar e ser amada. Duas mulheres que precisam quebrar o pior e mais severo dos preconceitos: aquele que habita em nossas entranhas! Mais que uma relação homoafetiva, Mulheres que não sabem chorar nasceu dos meus 40 dias no deserto, durante todas as privações e isolamentos sociais. O deserto me ensinou a recolher e emanar as minhas ancestrais para me dar vida própria e encarar o mundo, depois soprei nas palavras da vida, que pulsava nas minhas veias, a força de Ísis.

Resenha

“Muitas vozes são as nossas vozes. Nada e ninguém é capaz de calar a alma feminina; a essência feminina é natureza da própria terra.” – página 141

Marisa é uma mulher de 55 anos que já não sabe o que faz da vida; seus filhos cresceram e estão viajando para o exterior, onde ficarão por um bom tempo; ela está solteira há muito, desde que seu marido faleceu; e como se já não bastasse, vive em pé de guerra com sua vizinha, Olga, há anos. Elas se odeiam e fazem de tudo para irritar uma a outra.

“Elas se esperavam para brigarem; sinceramente, tanto ódio parecia mais amor.” – página 34

Olga é uma alcoólatra atormentada pelo passado e pelas escolhas que fez; sua filha faleceu há algum tempo e seu marido a abandonou, seu único consolo é a bebida, amiga que a fez companhia durante todos os esses anos. Ela é conhecida por vagar pelas ruas da cidade bêbada enquanto todos já estão em casa.

“Eu bebo para esquecer; esquecer aqueles que me esqueceram, esquecer da dor de ser esquecida. Sempre tive muito medo... aos poucos, desejei esquecer.” – página 37

Ambas as histórias se cruzam quando Olga é atacada na rua onde elas moram, e do sentimento de ódio que as seguiu por tanto tempo, uma outra coisa irá surgir. Um sentimento mais forte capaz de mudá-las e apresentar-lhes uma nova perspectiva de vida.

Essa não é UMA história de amor, são várias. Olga e Marisa não são as únicas personagens do livro, outras mulheres aparecem para contar história, todas tão importantes, fortes e guerreiras quanto as protagonistas.

“- Eu senti sua falta, Marisa.

- Como sentiu minha falta, se pouco me conhece?

- Não sei, só sei do que sinto, sem muita razão ou pensar sobre isso. Simplesmente você fez falta.” – página 80

A leitura flui rápido e a escrita da autora só ajudou a me prender ainda mais á história, mas encontrei vários erros de digitação no livro, e isso me incomodou um pouco, mas nada tão grave que atrapalhe a leitura.

Não consegui odiar as personagens nem mesmo quando elas faziam burradas, as duas me conquistaram pelas histórias e segredos que levavam nas costas, e também pelo carinho e amor que tinham pela outra, pela vontade de cuidar e proteger uma a outra.  Este não é um romance qualquer inspirado numa história de amor. Este á um romance inspirado em muitas histórias, e nem todas elas conseguiram um final feliz.

“As dores continuam lá, as cicatrizes ainda estão abertas!” – página 120

É um livro rápido e tocante que vale a pena conhecer. Ler Mulheres que não sabem chorar me fez ver o mundo de uma maneira diferente, e cá entre nós, gostei bem mais dessa nova maneira.

O final do livro é surpreendente, e com certeza, não chegou nem perto do que eu imaginei que iria acontecer.

Este é um livro pequeno... Com muitas lágrimas e histórias para contar. 

“Jamais, Marisa nada mais era do que uma mulher que não sabia chorar.” – página 157 

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Tá esperando o quê para garantir o seu exemplar?

Lilian Farias e Danilo Barbosa convidam vocês para a sessão de autógrafos no dia 24 de agosto no estante da editora Literata!

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Dryh Meira