Caviar é uma ova

Olá a todos!

Hoje eu trago a resenha de um livro que estava bem curioso para ler. Caviar É Uma Ova é uma compilação de crônicas de um dos integrantes do coletivo Porta dos Fundos. 

Título: Caviar É Uma Ova

Autor: Gregório Duvivier
Editora: Companhia das Letras (cortesia)
Páginas: 184
Ano: 2016

Sinopse: Caviar é uma ova reúne as melhores e mais interessantes crônicas publicadas por Gregorio Duvivier, um dos autores mais inventivos do Brasil na atualidade. Gregorio é ao mesmo tempo ator, roteirista, comediante, cronista e poeta, e este livro é uma versão impressa da multiplicidade única do autor. Transitando entre ficções, memórias de infância, artigos de opinião, militância política e exercícios de estilo, o conjunto final acaba marcado pela agudeza crítica.Em pouco tempo, Gregorio se transformou numa das vozes mais ativas da esquerda brasileira, tornando-se referência por conta de sua combatividade generosa, em que a inteligência é a principal arma.

Resenha

Caviar É Uma Ova, título da compilação de crônicas de Gregorio Duvivier, é um título forte e também uma réplica ao livro Esquerda Caviar. O livro do integrante do coletivo Porta dos Fundos me pareceu interessante mesmo quando discordo do autor em tudo! Estamos falando do autor e não do livro, então respire e fundo e me acompanhe.

Duvivier escreve sobre quase tudo em suas crônicas, política, sexo, feminismo, viagens e também amor. Crônicas para mim são como parques de diversões, é uma oportunidade de me divertir ao lado do autor ou até chorar. No caso de Duvivier, eu gritei em um daqueles brinquedos ruins de criança no meio de todo o parque de diversões (pegaram a metáfora?).

Um é vertical, o outro é horizontal, um é à noite, o outro no raiar do dia. - Carnaval

Ao terminar cada crônica do Gregório, parecia que ele havia usado da mesma estrutura da crônica anterior. Uma metáfora, ironia, sarcasmo e uma crítica acolá. Às vezes me pareceu que ele tinha a chance de me captar, ele estava quase lá, no topo da montanha-russa, mas, simplesmente não rolou.

Ficou parecendo que Gregório estava sem vontade de escrever ou apenas decidiu escrever de forma morna, já que os leitores da Folha estavam mais preocupados com as notícias "conservadoras" do jornal (ele fez uma crônica sobre isso). As crônicas são curtas, não que isso seja um problema, pelo ponto de vista de quem gosta de ler Veríssimo ou Millôr.

Ao mesmo tempo é emocionante ler a história de superação da mãe dele com seu irmão deficiente, quando ele se apaixonou pela Clarice ou quando percebi que partilhamos o mesmo amor por Portugal. É triste pois falta intensidade em quase todas as outras 176 páginas, falta amor em escrever crônica, falta paixão e também um livro bom do Veríssimo para eu me recuperar.

Quando as meninas se jogavam no chão, ela ficava no alto. Quando iam pra ponta dos pés, ela caía de joelhos. Quando se atiravam pro lado, trombavam com ela que se lançava pro lado oposto.

Caviar É Uma Ova me decepcionou bastante, não costumo julgar meus escritores prediletos pela sua posição política, tampouco pelo fato de discordar com eles, porém o problema de Gregório não é sua posição política. O problema é que uma crônica é um convite a casa do autor, onde você se senta com ele e conhece até mesmo a o jeito de dobrar sua gravata. Duvivier, você nem mesmo deixou eu passar pela portaria.