A garota-corvo

Oiee pessoas ^^

Hoje trago a resenha de A Garota-Corvo, publicado pela Companhia das Letras e resenhado aqui no blog pela Carol Castro. Espero que gostem :)

Título: A Garota-Corvo

Autora: Erik Axl Sund

Editora: Companhia das Letras (cortesia)

Páginas: 580

Edição: 1

Lançamento: 2017

Sinopse: Tudo começa em um parque da cidade de Estocolmo, onde o corpo de um menino é encontrado. A detetive superintendente Jeanette Kihlberg lidera a investigação, lutando contra um promotor apático e uma força policial burocrática que não quer dedicar recursos para resolver o assassinato de uma criança imigrante. Todavia, com a descoberta dos cadáveres mutilados de mais duas crianças, fica claro que um serial killer está à solta. Kihlberg procura a psicóloga Sofia Zetterlund, uma especialista em recuperar crianças que sofreram violência, e as vidas das duas mulheres se entrelaçam de forma quase instantânea profissional e pessoalmente. À medida que se aproximam da verdade sobre os assassinatos, as duas vão aos poucos perceber que os crimes escondem um mal subterrâneo que parece abraçar toda sociedade sueca. Na veia da série Millenium, A Garota-Corvo é um thriller sombrio e de tirar o fôlego, e uma investigação dos recantos mais sombrios da mente humana. 

Obs.: se quiserem ouvir música, indico [Pascal Pinon - Forest].

Desculpem-me pela resenha enorme u.u.

Nem sei por onde começar, fiquei chocada, impressionada, abismada, é aquele tipo de livro que deve ser lido com toda a calma do mundo e ainda sim vai parecer que leu rápido demais, é aquele livro que te dá vários tapas na cara até que você o termine. Escolhi o livro pela história da sinopse e pela capa maravilhosa que me fez lembrar várias coisas, como o anime Hellsing, mas vou lhes dizer, não esperava tudo isso, e talvez seja esse o fato de ter demorado mais que o necessário tanto para lê-lo, quanto para resenha-lo, enfim, vamos tentar “spoilar” aqui.

A detetive Jeanette Kihlberg se vê agora em uma das investigações mais estranhas que eu já vi na minha vida, diria que nem em sonho eu teria concebido algo assim; mas antes disso somos apresentados a uma mulher que arruma um quarto - colocando isopor nas paredes, teto, chão -. e a um garoto que acaba de desembarcar de um avião na Suécia, cada um com sua visão do que acontecia, e sem nunca saber se em algum momento eles se encontrariam ou não. Tudo parece muito etéreo, dilatado, a forma como os “capítulos” são colocados passa a impressão de que não os são, ficando assim confuso saber se de fato as pessoas se encontram ou não.

A historia começa a ganhar forma e logo de cara já aparece um corpo perto da Estação de Metrô Thorildsplan (e já lhes aviso com antecedência os nomes são tão estranhos que depois de certo momento eu comecei a ler só com as iniciais, inclusive os nomes dos personagens), um menino < encontrado no meio dos arbustos, completamente nu, sentado com os braços em volta dos joelhos e com a pele parecendo couro> (para ler as linhas ao lado, selecione-as. Pode conter spoilers). com traços de árabes, ou palestinos, indianos ou paquistaneses, e aqui que a aflição começa, porque você quer saber se é o garoto do começo, ou se é outro, e os autores com a sacada ninja deles só nos contam detalhes disso muito mais lá na frente.

E é aqui que as coisas começam a ficar complicadas – pelo menos para mim – existem outros personagens nessa trama, que na visão inicial não se conversam muito (no sentido de estarem em outros lugares, envolvidos com outras coisas), como é o caso da psicoterapeuta Sofia Zetterlund. Sua apresentação começa simples, com o seu dia a dia, mas logo se percebe que ela também está envolvida de alguma forma com a trama, já que a mesma lida com crianças que, de alguma forma, sofreram violência.

Além dessas consultas para casos específicos, ela tinha seus próprios pacientes, e um deles era Victoria Bergman, uma mulher sem filhos, com lembranças fragmentadas. Sempre que Sofia lhe perguntava algo Victoria lhe respondia, mas logo se voltava para si mesma e fazia longos monólogos que até a terapeuta cochilava, muitos relatos são de quando passavam o verão em Dalarna, em Dala- Floda < logo no seu primeiro relato sabemos que o pai a abusa, e que a mãe não faz nada a respeito, embora ela mesma apanhe dele em alguns relatos de Sofia > (para ler as linhas ao lado, selecione-as. Pode conter spoilers). 

Ô livro comprido, ô livro tenso, um livro gigante que poderia ser colocado em doses homeopáticas, porque no final me senti com a cara inchada de tanto tapa que levei, além de ser enorme a história fica um pouco arrastada, e às vezes me perdia lendo e não sabendo o que estava acontecendo. Outros momentos me empolgava e ficava mais tensa que tudo na vida, é uma boa narrativa, mas em alguns aspectos me senti entediada, parecia que era um daqueles clássicos que temos que ler na escola, a leitura não rende e parece que você leu mil paginas, mas não saiu do paragrafo. (claro que reli muitos deles e agora tenho uma visão e uma carga emocional totalmente diferente do que tinha aos 15 anos)

Contudo ele é bem bom gente, não vou contar mais nada porque eu não quero estragar mais nenhuma partezinha dele. Recomendo que leiam devagar o máximo que puderem, para entender cada mudança na história, cada nuance dos personagens. Se alguém conhecer por um acaso muito enorme do universo alguém que produza filmes, façam esse favor, mostrem esse livro; assim como “Os Homens que Não Amavam as Mulheres” mereceu um filme, esse também merece. Gente, vamos criar uma hashtag filme de A Garota- Corvo.

#filmeagarotacorvo

Carol Castro