Temporada de segredos

Oie pessoas, tudo bem com vocês?

A resenha de hoje é do livro Temporada de segredos, publicada no Brasil pela Geração Editorial. É da mesma autora de Como viver eternamente.

Titulo: Temporada de segredos

Autora: Sally Nicholls

Editora: Geração

Páginas: 244

Edição: 1

Lançamento: 2014

Sinopse: Perdida de sua irmã, Molly vê um rapaz sendo caçado numa floresta. Aterrorizada, ela tenta ajudá-lo e sente compaixão. Voltando para a casa de seus avós, conta a todos o que ocorreu, mas quando procuram o homem ferido, não o encontram e atribuem a imagem à fértil imaginação da menina. No dia seguinte, numa velha igreja, Molly percebe, surpresa, que o rosto daquele misterioso rapaz está esculpido em uma coluna. Quem seria ele? No desenvolver da história, nos envolvemos com o misto entre mistério e magia que envolve aquela noite de perseguição, ao mesmo tempo em que nos sentimos comovidos pela triste histórias das irmãs, órfãs de mãe e levadas pelo pai para serem criadas pelos avós. 

Resenha

Tudo é muito mais simples nos livros. Nos livros, pais perdidos sempre voltam do mundo dos mortos e quem é mau sempre acaba derrotado. O sol sempre brilha no seu aniversário e as coisas acabam bem no final. – página 33

Molly acabou de perder a mãe. Molly está morando com os avós na casa que não é dela. Seu pai não a quer por perto, nem mesmo quer Hannah, ele as deixou quando sua mulher morreu. Molly estuda numa escola que têm apenas seis alunos, e ela não gosta muito de lá. Molly tem um amigo Verde!

Hannah odiava morar com os avós, e numa certa noite, decide que irá fugir e voltar para casa, mas não sem antes chamar Molly. As duas então saem em plena tempestade, porém, Molly se perde da irmã e vê um homem ser perseguido por uma matilha de cães, um homem com chifres e cavalos. No dia seguinte, durante uma excursão com a escola, ela vê o mesmo homem na igreja, mas em forma de estátua. A professora então conta a lenda do Homem Carvalho, também conhecido como verão, e então tudo passa a fazer sentido.

Quando menor, Molly vivia contando histórias criadas a partir de sua criatividade e imaginação, então quando ela menciona o Homem Carvalho para a família e amigos, ninguém acredita nela, e chegam a chamá-la de louca. Mas ela sabe que ele é real, e sabe que o pobre homem está em perigo, pois o Rei Azevinho, homem do inverno, está chegando e pretende derrotá-lo.

Se eu fosse uma dessas pessoas, eu teria feito alguma coisa. Se eu fosse qualquer outra pessoa que não eu, eu o teria salvado. Ele não tinha ninguém. Só eu. E eu não fiz nada. – página 167 

Molly sente muito a falta tanto da mãe quanto do pai. Quando a mãe era viva, todos eles eram felizes, mas quando ela morreu, as meninas não só perderam a bela moça de cabelos claros, mas também o pai, que passou a evitá-las. Ele jogou para os pais (avós paternos) a obrigação que deveria ser dele: a de criar suas filhas. A Vó não tinha paciência para lidar com as garotas, e o Vô tentava de tudo para deixá-las confortáveis. 

Às vezes, sei exatamente como é ser Hannah, porque, às vezes, detesto o papai também. – página 71

Não sei se eu já disse isso alguma vez, mas não sou muito fã de livros narrados por crianças. Não sei o por que, mas simplesmente acabo não gostando tanto quanto deveria. Com Temporada de segredos foi diferente, com Molly foi diferente. Eu pude sentir a dor que ela sentia e a felicidade, conheci o Homem Verde e assim como ela, acreditei que ele era um amigo do bem, e que Azevinho era do mal. Os dois são parte de uma fábula sobre as estações do ano, mas por um momento eu realmente acreditei que eles eram reais, pois a autora consegue passar ao leitor essa ideia.

O livro é pequeno, e a história é tão encantadora e rápida que eu o terminei em tempo recorde (menos de duas horas). A editora fez um ótimo trabalho na diagramação, ficou linda mesmo! A única coisa que eu não gostei muito foi a mudança do titulo, que antes era A menina que via o verão, não consegui encaixar Temporada de segredos na história. 

Porque se queremos o verão, o inverno tem que morrer, e se queremos o inverno, então é o verão que deve morrer. – página 228

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Dryh Meira