De olho no autor #28: Rodrigo Mendes

Oláá pessoas

Já faz um tempo que eu li Atemporal, (ano passado) e o livro foi uma grande surpresa para mim. A surpresa maior foi quando o autor respondeu minha mensagem aceitando responder a entrevista pouquíssimo tempo depois de eu enviá-la. Então o De olho no autor de hoje contará com a presença de Rodrigo Mendes, autor de Atemporal. Bora lá?!


1. Como foi seu primeiro contato com a leitura? 
RM.: Puxa, faz tanto tempo que não me lembro direito.. :) Bom, minha primeira lembrança concreta é de colecionar e devorar os gibis da Turma da Mônica. Quando precisava fazer algo que eu não gostava muito, como por exemplo ir ao dentista, o prêmio sempre era um gibi.. Depois disso, me lembro também de ler a coleção Vaga-Lume. Acho que essas foram as primeiras experiências como leitor. 

2. Quando você começou a escrever? 
RM.: Escrever mesmo, pra valer, foi em 2011. Mas digamos que sempre tive facilidade para me expressar, tanto verbalmente como na escrita, e isso facilitou muito o processo.

3. Quem inspirou os personagens? Algum ator, atriz, conhecido...
RM.: Boa pergunta.. O Lucas acho que não foi inspirado em ninguém específico.. não que eu me lembre. A Daniela contém alguns traços da Angelina Jolie, mas um personagem que eu claramente pensava em um ator enquanto escrevia, foi o do Ben Masters. Na minha cabeça, ele se parece exatamente como o ator Jack Coleman, mais especificamente em seu papel no seriado "Heroes", onde ele interpretou o Mr. Bennet
Além disso, o Henrique, depois de velho, foi inspirado no meu sogro. Haha. 

4. Você se divertiu enquanto escrevia o livro? 
RM.: Escrever um livro é como o qualquer outro trabalho. Mais ou menos. Mas o que quero dizer é que se você ama o que faz, se realiza, e se diverte enquanto está fazendo aquilo. Mas também, como em qualquer outro trabalho, você tem períodos de tensão, apreensão, angústia.. afinal, você se liga tanto na história, nos personagens, que é muito comum sofrer com eles, se alegrar com eles, enfim, sentir o que eles sentem. Mas resumindo, me diverti sim. ;)

5. Quanto tempo levou para escrever Atemporal e como foi a experiência? 
RM.: Do primeiro dia até o dia que decidi que estava finalmente pronto, foram 2 anos. Mas é importante ressaltar que não foram 2 anos ininterruptos, escrevendo todos os dias, etc.. Até por ser o primeiro livro, sem saber exatamente o que ia acontecer com o livro depois de pronto, afinal você não sabe se vai publicá-lo ou não, não tem contratos, etc, eu não me dediquei 100% a isso durante a escrita, e como tinha que conciliar com meu trabalho no dia-a-dia e com os outros afazeres domésticos, fiquei vários períodos sem escrever. 

6. Quais são as dificuldades para que um autor consiga ter seu livro publicado e conhecido no mercado literário brasileiro?
RM.: Como tudo na vida, quanto mais investimento é feito, melhor e maior o retorno. Para um autor, isso também é válido. Se você quer publicar logo e ser reconhecido logo, terá que fazer um alto investimento financeiro depois que o livro está escrito. Diversas editoras abrem espaço para novos autores, mas o autor tem que adquirir X números de exemplares, por exemplo. Se você não quer ou não pode investir financeiramente, terá que investir muito trabalho ("bater de porta em porta") e tempo, com muita paciência, esperando que alguma editora decida publicar seu livro sem cobrar por isso. Depois de publicado, o trabalho é ainda mais árduo, pois a divulgação é importantíssima para que as pessoas saibam que seu livro existe. Mais uma vez, quanto mais investimento fizer, tanto financeiro quanto de trabalho/tempo, maior e melhor será o reconhecimento pelo seu trabalho.

7. Para você, qual a melhor coisa em escrever? 
RM.: Eu acho que a melhor parte é poder contar histórias que possam entreter as pessoas. Deixar a criatividade fluir e viajar nesse mundo fantástico da literatura, podendo proporcionar isso para os outros.

8. Sei que essa pode ser uma pergunta difícil, mas qual seu livro preferido? Pode ser um dos seus, ou de algum colega escritor...
RM.: Difícil mesmo. Eu obviamente adoro Atemporal. Acho que é uma história envolvente e surpreendente, mas para não ser óbvio, vou citar também "Os Sete", do André Vianco. Eu nem sou tão fã assim de terror, mas foi esse livro que começou a me instigar a escrever meu livro lá atrás, em 2001. A narrativa, se passar no Brasil, a linguagem atual.. tudo isso foi um marco na literatura brasileira, pelo menos na minha opinião.

9. Se fosse um personagem, qual seria? Por quê?
RM.: Puxa.. Boa pergunta. Do meu livro, acho que seria o Henrique, pelo amor pela família e pela dedicação ao trabalho. O Lucas também tem isso, então até poderia me encaixar nesse perfil também. Agora, da literatura de uma forma geral, acho que seria o Gandalf.. porque é o mago mais poderoso que eu conheço ué.. rs

10. Além de escrever, você também lê bastante?
RM.: Leio sim. Sempre li muito, e continuo lendo sempre que possível. Agora, por mais irônico que pareça, depois que lancei meu livro, diminuí o número de livros que tenho lido.. mas isso aconteceu simplesmente por falta de tempo. Como eu disse anteriormente, a divulgação requer muito trabalho por parte do autor, então enquanto antes eu podia simplesmente sentar e ler um livro, hoje eu uso o tempo livre para divulgar minha obra nas redes sociais, etc. Mas ainda consigo reservar um tempinho para ler. Isso não dá pra deixar totalmente de lado.

11. Qual livro nacional você recomenda? Por quê?
RM.: Além dos livros do André Vianco, "Os Sete" e o "Sétimo", como gosto muito da literatura policial, recomendo o último que li nesse estilo, "Suicidas", do Raphael Montes. Muito bem escrito, com alterações entre primeira e terceira pessoa, sem ficar esquisito, e com uma história envolvente. Ótima pedida. 

12. Poderia nos contar um pouco do seu livro?
RM.: Atemporal começa já ligado nos 220v, onde o policial André é sequestrado, e (spoiler!!) é assassinado durante o sequestro. Isso se passa em 1983, e o crime, apesar de ocorrer durante um sequestro, contém características misteriosas, como o ferimento que ele apresenta, além de uma pequena placa de metal sem nenhuma inscrição encontrada na cena do crime. Ninguém sabe para que ela serve, e porque ela está ali. E o crime não é solucionado.
O livro pula então para 2023, onde Lucas, filho do detetive Henrique, que era parceiro de André, também é policial e recebe a informação de que aquela placa encontrada na cena do crime em 1983 foi na verdade fabricada em 2023! A partir daí, Lucas começa a investigar como aquilo é possível, e o leitor vai desvendando o mistério junto com o protagonista, em uma história cheia de reviravoltas, intrigas, mistério, e com um final surpreendente. 

13. Tem algum trabalho futuro chegando? Poderia nos falar um pouco dele ou é segredo?
RM.: Comecei a escrever outro livro de ficção policial, mas ainda estou bem no início. Segue a mesma linha investigativa, mas como mudei de emprego e isso trouxe algumas outras mudanças na minha vida profissional e pessoal, parei um pouco com a escrita e ainda estou me organizando para voltar ao trabalho. Não chega a ser um segredo porque a obra está bem no início, mas posso dizer que pretendo surpreender novamente meus leitores. ;)

Quero aproveitar para agradecer ao carinho dos leitores que me enviam mensagens sobre o livro, agradecendo e comentando suas impressões. Esse feedback é essencial para o escritor, e no final das contas, é o que faz todo o esforço e trabalho valerem a pena. Obrigado mesmo a todos vocês! 

8 comentários

  1. Oi Flor!
    Parabéns para o autor pelo livro e pela entrevista! Achei a capa bárbara, gostei mesmo, também adorei a indicação dele, quero ler Suicidas já faz um tempo! Beijos

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  2. Os gibis da Turma Mônica e a coleção vagalume fizeram parte da minha infância *>*
    Esta sua coluna é muito legal!
    Mil bjs p vc! sucesso p o autor!

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  3. Legal a entrevista
    Bom saber um pouco mais do autor.
    Sempre quis ler o livro dele só me falta oportunidade.
    Tbm comecei pelos gibis e amava
    Sucesso ao autor
    Malucas por Romances

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  4. Ola, tudo bem lindona ? Que legal a entrevista, eu nao o conhecia, nem o livro na verdade rs vou ler sua resenha depois. Achei o autor bem simpático, que bom que a literatura brasileira tem tamanha qualidade. Fiquei até curiosa para ler esse livro. Bjin

    www.somandoconhecimento.com

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  5. Oi Dry!
    Gibis <3 Apesar de ter começado com mangás *o* Bem simpático ele, mas pessoalmente não me senti atraído pela leitura, até porque, policial não é meu forte :(
    Parabens pela entrevista. E sucesso para o autor.

    Abraços
    David Andrade
    http://www.olimpicoliterario.com/

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  6. Oi Drih! Não conhecia o Rodrigo e nem Atemporal. Gostei das perguntas (parabéns) e das respostas. Ele parece ser bastante comprometido com a literatura mesmo.
    Série Vagalume *-* Quem nunca? rs
    Beijos

    Blog Coisas da Juu

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  7. Poxa eu amo estas entrevistas com autores nacionais pois me sinto próxima a eles de alguma forma inclusive na questão superar dificuldades e conquistar um sonho que no Brasil é sempre muito difícil. Parabéns..bjs
    http://florroxapoemasepoesias.blogspot.com.br/

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  8. Oii, tudo bem?
    Eu já tinha visto a capa do livro por ai mas nunca tinha parado para saber do que se trata e muito menos para conhecer um pouco do autor, eu adorei a entrevista achei as perguntas bem interessante, elas foram capazes de abordar vários ângulos legais.

    www.fonte-da-leitura.blogspot.com.br

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