Hoje trago a resenha de um livro nacional que me surpreendeu muito - ele têm aquela atmosfera de 'padoca' paulista que eu tanto gosto.
Autor: Bernardo Ajzenberg
Editora: Rocco (cortesia)
Lançamento: 2017
Páginas: 192
Sinopse: Um jornalista solteiro e entediado de trinta e poucos anos e um espalhafatoso casal de franceses octogenários são os protagonistas do novo romance do prestigiado escritor, tradutor e jornalista Bernardo Ajzenberg. Em Gostar de ostras, Marcel e Rachelyne Durcan invadem o cotidiano monótono de Jorge, seu vizinho, de forma semelhante à trepadeira que cresce desordenadamente no jardim do prédio onde moram, compensando sua presença caótica com uma flor roxa de beleza intensa. Com sua prosa ao mesmo tempo firme e sensível, Ajzenberg envolve o leitor com a história dessa amizade improvável, que levará os Durcan a revisitar seu passado difícil, incluindo os motivos que fizeram com que deixassem seu país, e que mostrará a Jorge que a vida pode ser mais desafiante e colorida do que ele se acostumou a imaginar.
Resenha
Frustrado, decepcionado e depressivo - este é o Jorge. Ele mora em um apartamento na Bela Cintra, e por mais que seja um apartamento bem localizado, as paredes são finas e ele consegue ouvir o barulho de seus vizinhos de cima; um casal de franceses octogenários bem 'jovens'. Será que Marcel e Rachelyne - com todas suas peculiaridades e uma juventude de espírito exacerbada - conseguiriam reanimar um homem de 30 anos sem alguma perspectiva? A resposta é mais otimista do que o trânsito paulista.
E é impossível que essa mistura apenas potencialmente explosiva não colaborasse para alimentar a mornidão existencial que me caracterizava
Marcel e Rachelyne não são o tipo de casal 'da boa idade' que todo mundo espera encontrar. Eles se mudaram da França para São Paulo apenas por 'diversão'. Já Jorge tem um emprego que sempre 'sonhou' ter: editor em uma revista de automóveis. Mas após a morte da irmã dele, nosso narrador não consegue ver perspectiva alguma na jornada que se chama vida ou até no amor.
Ainda apegado a alguns clichês saudáveis, aqueles clichês que nos fazem sentir em casa ou em um ambiente comum, Gostar de Ostras é um romance incrível. O autor faz um trajetória de acertos que compreendem metáforas engraçadíssimas, linearidade invejável e espaços que abraçam o leitor - como na sala de Marcel e Rachelyne: 'infestada' de objetos por toda parte.
- Amor as vezes é gelado, Jorginho. Inclui erros irreparáveis, feridas, mordidas, sabe? Flechada, ciúme, perdão, espera, solidão.
- Entendo
- Tudo isso faz parte do amor.
Bernardo Ajzenberg consegue até mesmo adicionar tons intimistas que nos fazem questionar o autobiográfico presente nos personagens ou no narrador (Jorge). A narrativa é deliciosa; conquistando o leitor e pedindo por uma próxima página, é um livro digno de garoa paulista (com um coado do lado, claro). O livro, que tem apenas 191 páginas, pode ser lido em uma tacada só - assim decidi fazê-lo.
Editado pela Rocco, Gostar de Ostras conta com diagramação excelente e um trabalho gráfico interessante - principalmente na capa. Este não foi meu primeiro contato com o autor, coincidentemente, estava lendo (anteriormente) uma tradução de A Fugitiva, de Proust, com notas de rodapé feitas por ele - também tradutor.
(...) as coisas que ele fazia - fosse um biombo e ao mesmo tempo uma tela de cinema: proteção e projeção, distância e fantasia. E eu, enquanto isso, assistia ao espetáculo parado.
Recomendo a leitura de Gostar de Ostras para quem já leu Pessoas que Passam Pelos Sonhos do Cadão Volpato - também excelente. Gostar de Ostras é uma jornada imprevisível e deliciosa pelo amor, velhice e passado (com direito a risada e excelentes metáforas).
Nossa parece ser mto bom esse livro, gostei de um trechinhos que colocou...
ResponderExcluirSeguindo https://blogdajenny2014.blogspot.com.br/
Que resenha mais linda e que livro mais lindo ainda! Ainda não tinha ouvido falar dele mas já tô morrendo de amores. Essa premissa me traz a sensação que esse é um daqueles livros que você guarda pra sempre na estante porque volta e meia vai bater a vontade de reler. Com certeza vai pra lista! Parabéns pela cortesia, beijos.
ResponderExcluirhttps://maresialiteraria.blogspot.com
Olha que interessante parece ser mas não é uma leitura que me chame a atenção por agora. Quem sabe mais a frente não é? Bela resenha. Parabéns.
ResponderExcluirBeijão.
Olá, adoro livro com metáforas e elementos poéticos. Parece uma leitura bem diferente e por ser nacional já me dá ainda mais vontade de conhecer a escrita do autor. Bjs
ResponderExcluirGostei da resenha. O livro é uma leitura diferente das que leio, mas gosto de coisas novas. Já está na lista.
ResponderExcluirOi Heitor!
ResponderExcluirNão conhecia o livro e logo de imediato achei o título bem peculiar. É um livro bem diferente do que estou acostumada a ler, mas parece ser bem interessante e com personagens que fogem do padrão trivial. Gostei, acho que daria uma chance a ele.
Beijos
esse livro ta na minha lista faz tempo, vou começar a ler hj, sua resenha me deixou com vontade de ler ele <3
ResponderExcluiroi td bem?
ResponderExcluirque bom q vc gostou do livro eu n curto mt ler livros nacionais então vou repassar a dica dessa vez bjs
Eu olhei a capa do livro e logo pensei que era aqueles de poesia estilo Rupi Kaur, mas fico feliz de estar enganada e de ser um livro com tanta poesia! Fiquei interessada nele
ResponderExcluirOi Heitor, não conhecia o livro e confesso que pela capa ele não me chamaria atenção. Uma pena que mesmo sua resenha sendo positiva, não me empolguei com a leitura.
ResponderExcluirBjs, Rose
Olá, como vai? Se já foi uma delícia ler essa resenha, cheia de comparações com SP, imagine esse livro! Amei, já está anotadinho aqui. Não conheço o autor, mas gosto da ideia de que amizades inusitadas possam nos trazer boas lições de vida. Um beijo, muito sucesso com o blog e até minha próxima visita.
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirParece ser uma leitura bem interessante e bacana. Eu gosto muito de ouvir ou precensiar histórias onde encontramos idosos pro ativos ou não em engajamento com os mais jovens. Com certeza ambas gerações saem ganhando assim que vencem as barreiras. Gostaria muito de ler!
Parabéns pela resenha e Boas festas! Bjs
*presenciar
ResponderExcluirOi, tudo bem?
ResponderExcluirEu ainda não conhecia esse livro, mas fiquei bem curiosa para ler. Me pareceu ser uma leitura muito divertida e, apesar de você ter apontado que tem alguns clichês, acredito que não seja algo que vá me incomodar. Como você disse, acho que são daqueles clichês saudáveis, que a gente acaba se acostumando.
Por tudo que você falou, acredito que seja um romance apaixonante mesmo. Adorei sua resenha e vou anotar a dica.
Beijos!
Olá, tudo bom? Este não é um livro que me chama de cara, mesmo achando a premissa do personagem Jorge interessante. A parte dos franceses não me despertou curiosidade, mas parece que ao longo da história vai ficando interessante.
ResponderExcluirOie
ResponderExcluirque legal a sinopse eque capa mais lindinha, adorei sua resenha e ainda não conhecia o livro mas com certeza ja fiquei curiosa, adoro esse tipo de história, muito legal, bem peculiar o titulo
beijos
http://www.prismaliterario.com.br/