Hoje eu trouxe a resenha de Antes da tempestade, lançado recentemente pela Editora Paralela. O livro é da mesma autora de O perfume da folha de chá, e apesar de não ter gostado 100% do primeiro livro da autora que foi publicado por aqui, eu estava curiosa para ler este, principalmente por se passar na Índia. Adianto que me decepcionei bastante com o livro,
Título: Antes da tempestade
Autora: Dinah Jefferies
Editora: Paralela (cortesia do Grupo Companhia das Letras)
Páginas: 344
Edição: 1
Lançamento: 2017
Sinopse: "Para conhecer o amor verdadeiro é preciso ser arrasado por ele.” Rajputana, Índia, 1930. Desde a morte de seu marido, a jovem inglesa Eliza tem como única companhia sua câmera. Determinada a se firmar como fotógrafa profissional, ela acaba de aceitar um convite do governo britânico para se hospedar durante um ano no castelo da família real local. Sua missão: fotografar, para o acervo da Coroa inglesa, a vida no Estado principesco de Juraipore. Ao conhecer Jayant, irmão mais novo do marajá, Eliza embarca na aventura mais transformadora de sua vida. Acompanhada pelo príncipe rebelde e misterioso, ela conhecerá uma terra marcada por contrastes — com paisagens de beleza incomparável, cultura rica e vibrante e, ao mesmo tempo, a mais devastadora das misérias. Enquanto Eliza desperta Jayant para a pobreza que circunda o castelo, ele mostra a ela as injustiças do domínio britânico na Índia. Juntos, descobrem uma afinidade de alma e uma paixão arrebatadora. Mas a família real fará de tudo — até o impensável — para impedir a aproximação entre o nobre indiano e a viúva inglesa.
Resenha
Se você chorar porque o sol desapareceu da sua vida, as lágrimas vão impedi-lo de ver as estrelas. – Rabindranath Tagore, página 123
Recebendo uma oportunidade que pode mudar sua
carreira, a jovem Eliza viaja para Rajputana, na Índia, para fotografar a família do marajá (como um “rei”) em seu “habitat
natural” e enviar para o acervo da coroa britânica. Ela hospeda-se então no
castelo da família do marajá, onde deveria ficar por um ano, e passa a
fotografar tudo ao seu redor, desde a família até as pessoas mais pobres. Mas
ali não era exatamente um lugar seguro para ela, considerando os sentimentos
que o irmão mais novo do marajá lhe trazia, e também os velhos costumes do povo
local. Só que ela não podia ir embora. Ainda não.
Eliza tinha
morado na Índia com seus pais quando
criança, mas sua mãe a levou para a Inglaterra
após a morte de seu pai, e desde então, ela não havia pisado em solo indiano.
Ao voltar para o país, Eliza
sente-se em casa, como se ela devesse ter estado ali desde sempre. Mas as
pessoas do palácio não são tão gentis quanto ela esperava, (principalmente
porque havia em muita gente o desejo de independência da Índia, e havia também o medo de que algum golpe pudesse ocorrer) já
que ela é inglesa e represente tudo o que eles odeiam: o domínio inglês.
Além disso, Eliza
era viúva. Seu marido havia morrido num acidente de ônibus, mas isso era
irrelevante para a cultura local. Na antiga cultura indiana (realmente espero
que isso tenha ficado no passado), era obrigação da mulher cuidar do marido,
então quando o mesmo morria primeiro, ela deveria suicidar-se deixando ser
queimada numa fogueira. Quando isso não acontecia, as mulheres eram amarradas e
enfiadas na fogueira do mesmo jeito. Somado isso ao fato de que parecia que
sempre havia alguém observando Eliza,
ela não estava se sentindo muito segura, apesar de ter Jayant ao seu lado.
Aquele não era um mundo confortável para ela ou para mulher alguma, pensou, refletindo sobre sua própria segurança. Ela também era viúva. Qual seria a sensação de ser executada de forma tão sofrida? A dor insuportável, o medo, a brutal crueldade deveriam ser muito piores do que imaginava. – página 101
Como eu disse antes, estava bastante curiosa para
ler este livro, principalmente por ele se passar na Índia, país que quero muito visitar um dia. E ainda mais por se
passar na Índia quando a mesma ainda
era colônia inglesa, e quando vi que Eliza
estaria em contato com a “realeza” de Juraipore
(lugar fictício), a curiosidade só aumentou. Eu nem estava esperando tanto do
livro, apesar da curiosidade que sentia em lê-lo, mas, ainda assim, eu acabei
me decepcionando.
Começando pelo fato de que os personagens não foram
totalmente desenvolvidos, de maneira que eu sentia que mal conhecia Eliza e Jayant (principalmente ele), então eu não sentia afeição por nenhum
deles e nem conseguia engolir o romance que foi surgindo entre os dois. Isso não
significa que eu não torci para que tudo desse certo no final, isso eu sempre
faço, mas eu não queria que eles terminassem juntos, pois a maneira como se
tratavam não me agradava.
Sendo um rajá, Jayant
deveria se casar com uma princesa ou alguém que estivesse na mesma posição social
que ele, e sendo o sucessor de seu irmão (caso o mesmo morresse), era ainda
mais importante que se casasse com alguém à altura. Ele falava o tempo todo
sobre como os casamentos indianos não eram regidos por amor, e sim dever, mas
se esquecia de tudo isso quando estava com Eliza,
e não bastando ter ficado próximo a ela quando não deveria (ambos sabiam que um
romance era impossível, e que deveriam manter distância um do outro) ele ainda
a magoou quando não precisava tê-lo feito. Então não, eu não gostei nada de Jayant, e também não consegui gostar
muito de Eliza ou de qualquer outro
personagem.
Somado a isso, achei a escrita da autora muito
cansativa, de maneira que a leitura foi um pouco arrastada, e eu demorei para
engatar na mesma. Na verdade, não havia nada para me prender à história; nenhum
personagem encantador, nenhum acontecimento que me deixasse tensa ou com as
emoções à flor da pele, nenhum romance apaixonante. Nada. Sem contar que o
final me deixou com o queixo caído, pois me pareceu muito fácil e isso
realmente não bateu com o restante da história. Ao meu ver, ficou um pouco sem
sentido, e eu só fiquei feliz porque consegui finalmente finalizar o livro.
Eu sei que eu deveria ter desistido dos livros da
autora, mas vi que ela escreveu mais um (A
separação) que ainda não foi publicado por aqui, e mesmo que nem Antes da
tempestade nem O perfume da folha de chá tenham me encantado ou se tornado
histórias que me marcaram, ainda assim eu quero ler A separação. Mas prometo não
criar expectativas, e nem ficar torcendo para que a história seja melhor que as
outras duas. Vamos ver no que dá.
Oi Dryh, tudo bem? Eu tenho uma amiga que gostou muito do primeiro livro que foi publicado pela cia, mas pela sua resenha acho que esse fica um tanto a desejar, uma pena!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Oie!
ResponderExcluirEita, tá dificil defender essa autora hein. Ja vi varias reclamações desse mesmo livro, então não tem a menor possibilidade de eu ler isso, rs. Mas adorei a sua resenha! ❤
Será que o fato de você ter se decepcionado com a leitura, não foram as muitas expectativas que você mantinha em relação a ele?
ResponderExcluirChato saber que você não gostou de nenhum dos personagens, nem mesmo da Eliza. Espero que você consiga gostar mais de “A separação” e eu juro que estarei louca para saber sua percepção sobre ele, se você será surpreendida, ou se terá novas decepções. rsrs
Me avisa quando tiver resenha sobre ele?
Boa sorte!
Eliziane Dias
Oi, Dryh
ResponderExcluirEu amei de paixão O Perfume da Folha de Chá, foi um dos melhores livros que eu li e por isso minhas expectativas para este livro estavam enormes. Eu também me decepcionei com a leitura. A Dinah tende a se estender nas descrições, mas nesse livro ela exagerou! Rss
Mas eu ainda consegui curtir um pouco, acho a narrativa dela bem sensorial, sigo curtindo a autora apesar dos pesares.
Beijos
- Tami
http://www.meuepilogo.com
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirEu ainda não conhecia esse livro, mas confesso que, assim como o outro livro dela, esse não despertou minha curiosidade. Aliás, ao contrário de você, eu não tenho a menor intenção de conhecer a Índia algum dia, então, a ambientação já não me atraiu muito.
Além disso, o fato de você não ter gostado dos personagens e a leitura ser arrastada me desanimaram bastante. É difícil se envolver com uma história quando nem os protagonistas são cativantes.
De qualquer forma, adorei sua resenha e a sinceridade com que você falou sobre a obra.
Beijos!
Oi Drih,
ResponderExcluirjuro que agora estou receosa. Eu não li um perfume da folha de chá e infelizmente nem a sua resenha dele, tinha lido tantos elogios a primeira história da autora que acabei solicitando antes da tempestade, que ainda vai chegar pra mim, mas agora estou com muito medo de não gostar da história, porque todos os pontos negativos que você citou certamente me incomodarão durante a leitura. Mas tudo bem, quando meu exemplar chegar vejo como a história flui pra mim, de qualquer forma sua resenha serviu para zerar minhas expectativas, e se eu vier a me decepcionar não será nada surreal.
Abraços!
Nosso Mundo Literário
Que pena que a leitura não te agradou, eu li O perfume da folha de chá e senti o mesmo, acabei abandonando a leitura, ela não me prendeu em nada, foi cansativa e não senti os personagens se desenvolvendo ou crescendo, que pena que isso aconteceu com essa obra também, infelizmente a unica ressalva são essas lindas capas.
ResponderExcluirDryh, eu li muitas criticas positivas para o primeiro livro da autora lançado aqui, inclusive em função destes elogios, coloquei na lista de leitura. Essa aqui é a primeira resenha que leio deste segundo livro da autora e confesso que mesmo ele não tendo te encantado, fiquei curiosa com o cenário. Vou tentar.
ResponderExcluirMEU AMOR PELOS LIVROS
Beijos
Oi!
ResponderExcluirTive a oportunidade de ler os dois livros da autora lançados aqui no Brasil, mas acabei passando pra frente porque simplesmente me desanima logo de cara saber que a história é cansativa, geralmente eu leio um livro em até dois dias e pensar em ficar empacada com um livro assim me faz nem passar perto rsrs
Uma pena porque as temáticas dos livros da autora são incríveis, espero que o terceiro dela publicado seja melhor que esses
Olá!
ResponderExcluirQue pena que você se decepcionou com a obra! Eu ainda não li o primeiro livro dela, mas confesso que estava bem curiosa. Esse me chamou a atenção justamente por se passar na Índia também, mas agora me desanimou com essa escrita arrastada, que me faz ler um livro que leria em uma semana em dois meses. Enfim, adorei a sua resenha, mas acho que não leria a obra.
Beijos.