O primeiro último beijo

Título: O primeiro último beijo

Autora: Ali Harris

Editora: Verus (cortesia do Grupo Editorial Record)

Páginas: 448

Edição: 1

Lançamento: 2016

Sinopse: “O primeiro último beijo” conta a história de amor de Ryan e Molly, de como eles se encontraram e se perderam diversas vezes ao longo do caminho. Na primeira vez em que eles se beijaram, Molly soube que ficariam juntos para sempre. Seis anos e muitos beijos depois, ela está casada com o homem que ama. Mas hoje Molly percebe quantos beijos desperdiçou, porque o futuro lhes reserva algo que nenhum dos dois poderiam prever…
Esta história comovente, bem-humorada e profundamente tocante mostra que o amor pode ser enlouquecedor e frustrante, mas também sublime. Na mesma tradição de P.S. Eu Te amo e Um Dia, O Primeiro Último Beijo vai fazer você suspirar e derramar lágrimas com a mesma intensidade.

Resenha

Molly Carter + Ryan Cooper = para sempre

Ryan e Molly têm uma belíssima, emocionante e bagunçada história de amor. Eles se conheceram quando ele era um esportista sarado e desejado por todas, e ela uma garota rebelde que não via um futuro na cidade onde crescera.  Alguns anos depois do primeiro beijo do até então não-casal, eles encontram-se novamente durante as férias, e é quando a história de amor entre os dois começa. Mas não quando o livro se inicia.

O primeiro último beijo começa com Molly empacotando suas coisas para a mudança. Tudo o que o leitor sabe é que ela e o marido não estão mais juntos, e que a moça sente saudades dele, e que as coisas na casa a lembram dele. A partir disso, passamos a conhecer diversas épocas da vida de Molly (não em ordem cronológica, o que me confundiu um pouco no início), seja de quando ela conheceu Ryan, quando eles se beijaram pela primeira vez, quando tiveram a primeira briga, etc.

Ryan e Molly eram totalmente diferentes, mas eles se apaixonaram rapidamente, e estavam juntos desde que eram adolescentes, o que a fazia sentir privada de sua adolescência e da farra toda que as outras pessoas tinham. Ela não queria ficar justificando o que fazia, com quem fazia e a que horas fazia. Molly queria ser livre, desimpedida e queria se divertir, pois era jovem e merecia aquilo. Mas e Ryan? Merecia que ela se sentisse daquele jeito?

Com ele, era como se eu pudesse tocar o céu, mas eu também sabia que ele nunca, nunca me deixaria cair. – página 271

Acontece que Ryan era muito acomodado. Ele gostava da cidadezinha onde ambos cresceram, gostava de ficar em casa e da calmaria. Molly gostava da cidade grande, de sair e de aproveitar todo o resto. Essas diferenças causaram algumas desavenças entre o casal ao longo da história, algumas inabaláveis, outras, trágicas. Muitas foram as vezes em que eu fiquei brava com um dos personagens por fazerem o outro sofrer, mas é impossível odiá-los.

“Nunca vou esquecer esse beijo.” “E eu nunca mais vou deixar que você vá embora.” – página 78

Felizmente, a história não fica apenas nos personagens principais. A autora abre espaço para os secundários também; as famílias dos protagonistas, os amigos, os irmãos, a namorada do irmão, os amigos. Gostei bastante de conhecer Casey e Mia, as melhores amigas de Molly, e Carl, irmão mais velho de Ryan, além dos pais dele, que são muito divertidos. Também gostei de ver Ryan e Molly amadurecendo durante a história, realizando sonhos, conquistas, e seguindo em frente após um conflito ou uma grande perda.

“Eu sempre vou estar ao seu lado, Molly, sempre. Eu vou te amar para sempre, mesmo que a gente não fique juntos.” – página 47

Mas, infelizmente, o livro não é de todo perfeito. A narração ficou um pouco confusa, isso porque a cada hora a autora narra uma época da vida de Molly, então eu demorava um pouco para me situar na época e no ano em que aquilo estava acontecendo. Outra coisa que atrapalhou um pouco a leitura foram algumas partes cansativas, mas, tirando isso, é um livro incrível, e muito, muito emocionante. Algumas cenas são realmente muito tristes, e eu fiquei surpresa por não chorar tanto quanto imaginei que choraria. É mesmo um livro maravilhoso.

Esse beijo, agora, dá início à contagem regressiva para o último. É nosso primeiro último beijo. E, quando esse pensamento me ocorre, beijo Ryan com cada grama de amor que já tive por ele, um amor que às vezes foi grande demais para que eu pudesse lidar, um amor que vai além dos meus anos. – página 334

Mal vejo a hora de ler mais obras da Ali, e, tendo O primeiro último beijo sido uma surpresa para mim, tanto no quesito personagens quanto no acontecimentos, espero que os outros livros da autora sejam tão bons quanto. (É um livro com uma carga emocional um tanto grande, então é bom estar ciente disso antes de lê-lo.)