Um romance em Paris

Título: Um romance em Paris

Autora: Deby Incour

Editora: Angel

Páginas: 185

Edição: E-book

Lançamento: 2015

Sinopse: Alice Cannedy tem 21 anos e acaba de concluir a faculdade de Publicidade. Ela mora em Vancouver com a melhor amiga, Dannyella. Alice perdeu os pais em um acidente de carro; sua única família é o tio Brenndon Cannedy, um CEO, dono de uma grande Empresa de Publicidade em Paris. Alice vai morar com ele e leva junto a amiga. A vida de Alice muda a partir do momento em que conhece Edward Darllan, o sócio de seu tio. Edward é um homem rico, atraente e mulherengo, mas irá cair nos encantos de Alice. Alice e Edward irão conviver juntos e o romance entre os dois vai acontecer, mas ele será cheio de obstáculos... Se quiserem ficar juntos, terão de enfrentar tudo e todos e isso pode se tornar quase impossível quando ameaças e perseguições começam a acontecer.  

Resenha

O amor não escolhe lugar, nem em quem ele vai ficar.

Alice vive em Vancouver, onde está terminando a faculdade de Publicidade. Com vinte e um anos, ela mora num apartamento com sua amiga, Danny, que é totalmente o oposto dela. Enquanto Danny aproveita a vida, é faladeira e tem muitos ficantes, Alice prefere sofrer calada, é tímida e guarda seus sentimentos e preocupações para si.

Sua única família é seu tio, Brenndon, que mora em Paris, e por mais que a distância seja grande, eles são muito próximos. Os pais dela morreram num acidente de carro, enquanto viajavam para visita-la, e ambos ainda sofrem pela perda.

Agora ela está indo morar com Brenndon, em Paris, e como se mudar para uma cidade nova é assustador, Danny a acompanha. Ao chegar na nova cidade, elas conhecem Edward, sócio de Brenndon que fica encarregado de busca-las no aeroporto. Ele é lindo, charmoso e de cara consegue a atenção das duas, principalmente a de Alice. E, bem, a partir daí já dá para se ter uma ideia do que vai acontecer.

Achei estranho que Edward se abrisse com as meninas enquanto as levava para a casa de Brenndon, ele conta à elas grande parte de sua vida e mal as conhece. Ninguém já chega contando sua vida a desconhecidos desse jeito, a não ser que você esteja bêbado e conversando com o bartender.

O fato de ele ser um mulherengo e já se apaixonar por Alice de cara também não me convenceu. Eles trocam algumas palavras e já estão amando um ao outro, se declarando e dizendo que precisam lutar pelo amor impossível, mas não é um amor impossível. A única coisa os proibindo são as regras da empresa onde ambos trabalham, e algumas crises de ciúmes aqui e ali.

Alice é uma criança vivendo num corpo de mulher adulta. Aceita as decisões de seu tio sem nem mesmo retrucar, isso porque já tem 21 anos de idade. Ele simplesmente ordena que ela e Danny irão trabalhar em sua empresa, e vendo a tensão entre a sobrinha e seu sócio, diz que ela vai ser a secretária de Edward. O que ela faz? Corre para o quarto e chora. Ela age como uma criança a maior parte do tempo, senão o tempo todo, e quando decide que ninguém mais vai cuidar de sua vida, parece mais uma criança do que uma mulher determinada a mudar ou seguir em frente. Sem contar que ela é a personagem mais chorona que eu já conheci. Não me admira que o tio peça satisfações de tudo o que ela faz.

Não sei se estou implicando com o livro ou os personagens (já que somente um deles, Andrew, me encantou, e somente no início), mas a história não foi muito bem construída, assim como os personagens.

Sem contar que algumas coisas em Um romance em Paris não bateram. No início, a autora diz que Alice é tímida, sofre calada e é o contrário de Danny, mas de tímida ela não tem nada. Fala também que Alice não se importa com roupas caras ou de marca, que usa apenas o confortável, mas no instante em que passa a morar com o tio, deixa isso de lado e se apega rapidamente às bolsas de luxo e marcas caras.

O livro é narrado por vários personagens ao mesmo tempo, então é mais fácil entender cada um deles, e saber o que estão sentindo. Edward se apaixonar por Alice pareceu um pouco forçado, e a forma com que eles tratam um ao outro é tão melosa que dá vontade de deixar o livro de lado, sem contar as crises de ciúmes entre os dois.

A leitura é um pouco arrastada, os acontecimentos chegam e vão embora muito rápido, mal dá para apreciar o que está acontecendo e alguns meses já se passam. A narrativa também não me impressionou, e por não ter gostado muito de Alice, preferiria que esta fosse em terceira pessoa, não em primeira.

A única coisa que conseguiu me impressionar foi um final, mas não completamente. Estava esperando algo mais “comum”, por assim dizer, e a autora me surpreendeu com um acontecimento diferente, e isso foi muito bacana. Mas aí o comum apareceu, e eu acabei não gostando muito dele também.

O que me fez levar a leitura até o fim foi a esperança de que algum personagem recebesse uma luz e ficasse interessante, e também a curiosidade para saber aonde a história ia dar. Mas tirando esses dois fatos, é um livro que eu não leria novamente, de jeito nenhum. Nada nele me conquistou, com exceção de uma parte do final.

Me sinto horrível por dar uma nota tão baixa ao livro, mas não foi uma leitura agradável para mim, e eu realmente espero que os outros leitores de Um romance em Paris apreciem o livro, porque para mim não deu.