Hoje trago a resenha de um livro que me deixou um pouco confuso, ainda estou tentando digerir as novas informações acionadas à minha vida. Enquanto isso, deixo com vocês a resenha.
Autor: Tom Wolfe
Editora: Rocco (cortesia)
Edição: 1
Páginas: 190
Lançamento: 2017
Sinopse: Expoente do New Journalism e autor de romances consagrados como A fogueira das vaidades, Tom Wolfe investe todo o seu talento de jornalista investigativo e exímio contador de histórias em O reino da fala, em que se debruça justamente sobre sua principal ferramenta de trabalho: a linguagem. Com sua prosa irreverente e humor mordaz, o autor examina os repetidos esforços da ciência na tentativa de explicar o dom humano da fala, segundo ele a verdadeira responsável pelas complexas sociedades e conquistas da humanidade. De Alfred Wallace, que primeiro formulou a teoria da seleção natural, mas depois renunciou a ela por sua incapacidade de explicar a fala humana, passando pelo pai da Teoria da Evolução, Charles Darwin, e chegando a neodarwinistas, cientistas e linguistas de diversas correntes, Wolfe defende que a linguagem fez o homem avançar bem além dos limites da seleção natural e que a fala poderia ser considerada o quarto reino, habitado apenas pelo homem.
Resenha
Crítica literária? Estudos linguísticos? Humor e Ironia? Esses foram meus primeiros questionamentos quando comecei a ler O Reino da Fala, do jornalista americano Tom Wolfe. Basicamente somos apresentados ao incrível e magnífico dom da fala, passando por estudos realizados na selva amazônica - chegando até mesmo em contraposições sobre a Teoria da Evolução de Darwin.
É difícil falar de linguística,origem de fonemas, dialetos e até mesmo idiomas sem uma dose de humor e ironia - Wolfe parece ser especialista nisso. Diferente de uma leitura pesada, que também pode ser interessante, O Reino da Fala se estabelece como meio termo com uma linguagem apelativa e cheia de ironia, aproximando mais o leitor da opinião do autor.
A fala é aquilo a que o homem presta homenagem em todo momento que ele pode imaginar
O ponto-vista apresentado pelo autor baseado, por exemplo, em Alfred Wallace e Daniel Everett, é bem diferente daquilo que os seus professores te ensinaram a vida toda. Wolfe defende uma relação mais familiar e primitiva com a língua, quase assemelhando-se a geração de tudo - bom, esta é minha interpretação.
Além de se distanciar de uma linguagem de artigos literários e científicos, este é um livro para todos poderem se aventurar e ler, é interessante questionar a origem da nossa língua e o desencadear de ações pelo homem a partir da própria linguagem - pegaram o fio da meada? É possível se divertir e até mesmo rir com a ironia e as referências do mundo pop empregadas por Wolfe - as metáforas dele são bem engraçadas.
Eles só falavam no tempo presente... todas as idades tinham nomes baseados nas ferramentas que os povos pré-históricos faziam.
Editado pela Rocco, O Reino da Fala conta com tradução feita por Paulo Reis e páginas cor creme, tornando a leitura mais confortável. Senti falta de um prefácio feito por algum escritor/tradutor brasileiro, é uma obra plausível a discussão.
Recomendo O Reino da Fala para os leitores de crítica literária e auto-ajuda, vocês com certeza terão uma excelente leitura. Com uma narrativa que beira um destino incerto, Wolfe traça um divertido e interessante estudo sobre a relação homem e linguagem, digno de dúvidas e analogias cheias de referências.
Oii tudo bem??
ResponderExcluirQue livro difícil vc arrumou pra resenhar, não sei se conseguiria. Parabéns.
Apesar de tudo, não me interesso muito pelo estilo, e vou passar a dica.
Bjus Rafa
Oie, Tudo bem?!? Eitaaaa que eu não conhecia a obra. Acho que não faz muito meu estilo. Mas adorei seu ponto de vista.
ResponderExcluirBjs
Olá!
ResponderExcluirTenho muito curiosidade de ler Tom Wolfe. Enquanto jornalista, é quase que uma obrigação minha, né? Obrigada pela indicação :)