O problema do para sempre

Oiee pessoas, como vocês estão?

Eu acabei falhando na maratona que inventei de fazer semana passada no Instagram, mas para mascarar a minha vergonha de ter lido um livro dos cinco que queria, vou estender essa maratona para o próximo feriado ♥

Sem mais delongas, O problema do para sempre, segundo livro lido da maratona... Já adianto que não foi muito coisa </3

Título: O problema do para sempre

Autora: Jennifer L. Armentrout

Editora: Galera (cortesia)

Páginas: 392

Edição: 1

Lançamento: 2017

Sinopse: Mallory viveu muito tempo em silêncio. Mas o destino lhe reserva um novo desafio. E ela percebe que está na hora de encontrar a própria voz
Já na infância, Mallory Dodge percebeu que só poderia sobreviver se ficasse calada. Teve que aprender a ficar o mais quieta possível. Aprendeu a passar despercebida. A se esconder. Mas agora, após ter sido adotada por pais amorosos e dedicados, ela precisa enfrentar um novo desafio: sobreviver ao último ano do Ensino Médio numa escola de verdade. O que Mallory não imaginava é que logo no primeiro dia de aula daria de cara com um velho amigo que não via desde criança, quando viviam juntos no abrigo. E começa a notar que não é a única que guarda cicatrizes do passado, além de uma paixão adormecida e inevitável.

Resenha

“Meu nome é Mallory... Dodge. E eu gosto... gosto de ler. E eu não gosto... não gosto de quem eu sou.” – página 105

Quando pequena, Mallory não sabia o que era ter comida na mesa ou até mesmo o que era amor. Ela passara anos e anos se escondendo das pessoas que deveriam cuidar dela, já que vivia num lar temporário. Ao menos ela tinha Rider ao seu lado, outro menino que o estado designara para viver naquele lugar horroroso que eles deveriam poder chamar de casa. Protetor, Rider a protegia e a defendia, mas quando um acidente tirou ambos daquela casa e os separou, eles nunca mais se viram.

Mallory agora vive numa casa grande com dois médicos, que a adotaram após o já mencionado acidente. Ela ainda possui traumas de todos aqueles anos horríveis de sua vida, e não é uma pessoa falante. Na verdade, ela mal fala, mas está se esforçando. Principalmente agora que decidiu que queria ir para a escola como uma pessoa normal, e não mais se esconder em sua casa. Ela sabe que vai ser difícil, mas não quer decepcionar Rosa e Carl (seus pais adotivos), e se um dia quiser ir para a faculdade, o que ela quer, seria bom “treinar” antes, né?

No primeiro dia de aula, Mallory encontra a única pessoa que ela imaginou que nunca mais veria: Rider, e percebe que ele também não a esquecera.

As palavras não eram o inimigo ou o monstro debaixo da minha cama, mas tinham muito poder sobre mim. Eram como o fantasma de um ente querido, me assombrando para sempre. – página 73

{spoiler} Quando li a sinopse desse livro, achei a premissa bem interessante. A sinopse promete que Mallory vai encontrar a própria voz para ajudar aqueles que ama, e que vai ajudar Rider. Mas isso só acontece no finalzão do livro, o que me decepcionou bastante. E nem é bem assim que a coisa corre: Mallory não salva ninguém, ela fica o livro todo dependendo de Rider para dizer para que coma, que vá, que fique... Só falta ela obedecer quando ele fala para respirar. Entendo que ela passou anos e anos em silencio, tentando passar despercebida, mas ela realmente precisa querer mudar só porque Rider está de volta em sua vida? E mudar pelos outros, ainda por cima? Não poderia tentar mudar e melhorar por si mesma? E outra, ela já não é mais uma criança, e agora tem adultos para apoiá-la. Não sabe tomar decisões, não? {fim do spoiler}

Eu tinha gostado bastante do livro até o momento em que Rider aparece outra vez. Mallory estava adaptando-se à sua nova vida, tinha uma melhor amiga (Aisley) e pais amorosos que cuidavam muito bem dela. Ela era uma garota responsável, mas que fazia as coisas pensando no que os outros iriam pensar. Não podia decepcionar os pais, fazia isso e aquilo porque sabia que eles queriam que ela fizesse, e por aí vai. Quando Rider aparece, ela sente tantas coisas ao mesmo tempo que nem mesmo sabe como reagir. Até aí sem problemas... Mas depois a coisa desanda.

Falarei primeiro do fato de eu só ter gostado de Mallory no início do livro, e de não ter gostado de Rider. Ela é muito dependente dele, e Rider é protetor de um jeito irritante. Não aquela coisa fofa de “ah, ele só quer o melhor para ela”, mas do jeito “vá encontrar outra coisa para fazer e deixe a Mallory fazer o que ela quiser, poxa vida!”. Ele é muito chato! Sem contar que, aparentemente, a autora tentou dar um charme nele ao transformá-lo no tão conhecido bad boy “misterioso” que nós tanto conhecemos. Ele é o típico adolescente que não quer nada da vida e em quem ninguém acredita, com exceção da mocinha. Mallory ficou muito chata depois que voltou a andar com ele, sem contar que senti que Rider foi um personagem muito superficial, sem profundidade. Assim como os secundários.

Ah, mas dos secundários eu gostei. Ainsley é a melhor amiga de Mallory, mas ela aparece tão pouco que é fácil se esquecer dela. A autora inventou de criar um problemão na vida dessa menina, mas parece que se esqueceu de ao menos tentar resolver, já que, do nada, o livro acabou. Sem desfecho para Ainsley.

Hector e Jayden, amigos de Rider que vivem na mesma casa que ele. Na verdade, Rider vive na casa deles. Os dois são personagens maravilhosos, meus favoritos (junto com Ainsley), mas a autora também pecou com eles. Criou uma confusão envolvendo um, e parece que se esqueceu de dar um desfecho decente pros dois. Antes nem tivesse colocado os irmãos no livro.

“ [...]Mas ele não pode estar lá para sempre. Então, chegará a hora em que você não vai conseguir lidar com nada, não vai poder se defender, e ele não estará por perto. Você vai cair, e ele vai ficar juntando os pedaços, se culpando. É assim que funciona. É assim que sempre funcionará entre vocês dois.” – página 275

O livro é narrado pela Mallory, então vocês podem imaginar como foi difícil para mim terminar de ler, sabendo que só ia dar lenga lenga dela e do Rider. Eu não queria saber do relacionamento deles, não queria ver Rider carregando uma falsa culpa ou Mallory dizendo que ia mudar quando estava claro que não ia. Eu queria saber o que aconteceria com Hector e Ainsley (shippei tão forte que doeu) e Jayden. Queria ver Mallory apoiando a amiga nos momentos difíceis, e não só jogando o problema Mallory-Rider nela. Ah, e outra personagem que eu queria muito ter conhecido melhor: Keira, uma personagem que deveria ser amiga de Mallory na escola, mas que só serviu para dar-lhe um lugar em sua mesa (dos populares) na hora do almoço.

É muito difícil resenhar negativamente um livro pelo qual você nutria tantas expectativas, principalmente quando vê que os outros leitores estão adorando e dando nota máxima. Por todos os motivos listados nos parágrafos acima, eu darei dois. Dois porque, apesar de a autora não ter desenvolvido a história e os personagens muito bem, incluso o final, eu gostei da premissa. Só precisava ter protagonistas mais “gostáveis”, e secundários mais “aparecidos”. Uma pena, porque eu realmente estava animada quando peguei este livro para ler </3