Mil e quinhentos

Oiee pessoas \0/
Quais os planos para o feriado (prolongado até segunda para uns, e até amanhã para outros haha)? Eu estou aproveitando os dias totalmente livres para adiantar algumas leituras, e, entrando no clima do feriadão de Proclamação da República, decidi ler o livro Mil e quinhentos, que traz uma história do "descobrimento" do Brasil, e dois irmãos como protagonistas, ao invés do amado/odiado Pedro Álvares Cabral. Bora conhecer?

Título: Mil e quinhentos
Autor: Alan Oliveira
Editora: Gaivota (cortesia)
Páginas: 128
Edição: 1
Lançamento: 2016
Sinopse: Quando as grandes naus estão prestes a deixar Portugal rumo às Índias, em 1500, os irmãos Scalfi resolvem encarar o Atlântico. Juntos com um amigo francês, são escolhidos para viajar na embarcação principal de uma das expedições e acabam vivendo uma história emocionante e imprevisível. Lidar com perdas e enfrentar o desconhecido são apenas alguns dos desafios que eles têm de enfrentar.
Na narrativa de Alan Oliveira, Pedro Álvares Cabral e Pero Vaz de Caminha são apenas coadjuvantes de uma história envolvente, com doses certas de realidade, mistério e imaginação.
 Resenha

Pouco depois de chegarem a Lisboa, os irmãos Bruno e Rafael Scalfi acabam embarcando numa das várias naus de Pedro Álvares Cabral em direção às Índias. Órfãos desde que os pais foram assassinados, os meninos só tinham um ao outro, e perdidos como estavam, precisavam de um propósito. Ou de uma espécie de emprego. Tornar-se marinheiro numa expedição como a de Cabral era como alcançar ambos os objetivos numa vez só.

Eles estão por perto quando as embarcações de Cabral “descobrem” uma terra a qual eles denominam Novo Mundo, e estão por perto quando os portugueses fingem amizade com os índios. Mas quando as naus estão retornando para Portugal, após poucos dias ancoradas no litoral brasileiro, Bruno percebe que o irmão ficou para trás, e sem ter como voltar para busca-lo (até parece que os navios dariam a volta para buscar um simples ajudante dos barcos), o mantém em sua memória por quase trinta anos, na esperança de vê-lo outra vez. O que será que acontecera com Rafael?

Estavam felizes. Eram jovens, destemidos, e giravam no centro de um mundo curioso e febril. E, o mais importante: embarcariam em breve para as distantes e exóticas terras das Índias. – página 18

Quando li a sinopse de Mil e quinhentos, a tinha achado muito interessante, principalmente porque o subtítulo do livro é O ano do desaparecimento. Desaparecimento de quem? O que será que iria acontecer neste livro, onde Álvares Cabral e Vaz de Caminha não eram protagonistas, e sim os dois irmãos? Irmãos estes que possuíam personalidades diferentes, o que me fez gostar imediatamente de um e não gostar tanto do outro.

Bruno é do tipo briguento, mente fechada e mais crente na teoria de que todo mundo que não era cristão na época ou vivia à lá europeu era selvagem. Quando o livro pula para quando ele já está em seus quarenta e poucos anos, podemos ver que ele não passa de mais um crente de que os índios não eram nada mais do que animais selvagens que poderiam ser usados pelo benefício de Portugal e das outras potências europeias. Já Rafael era do tipo mais sensível, curioso e aberto para novas aventuras. Quando ele desapareceu, tive uma teoria a respeito de seu sumiço, contudo, só descobrimos o que realmente aconteceu com ele no final do livro.

Um personagem que merece muito destaque é o jovem Jean Marc, amigo dos irmãos. Fora ele quem os ajudara a fazer parte da expedição, e é ele quem ajuda Bruno a procurar pelo irmão desaparecido. Ele também é o personagem mais inteligente e interessante da história, um dos poucos que conseguem ver o que Portugal realmente está fazendo com as terras que, aparentemente “descobriu”, e que consegue se colocar no lugar dos índios. Por esse e outros motivos, ele foi o meu personagem favorito.

Pago um preço por enxergar além da mediocridade na qual se esconde a maior parte dos homens. Enxergo, por exemplo, que nós somos os invasores; eles, os donos das terras invadidas. – página 95

Eu gostei deste livro, a história é bem bacana e os personagens foram bem construídos. Mas é muito curta, de maneira que as coisas acontecem rápido demais e com pouco desenvolvimento. O livro tem menos de 100 páginas (contando com ilustrações muito bonitas ao longo das páginas), e as folhas são bem grossas, então aparenta ter muito mais. Então, apesar de eu ter gostado do livro num geral, não foi uma leitura totalmente envolvente ou instigante. Acho que se o livro fosse maior, o autor teria explorado melhor os acontecimentos acerca do desaparecimento de Rafael e de como Bruno acabou se tornando quem é, e, como consequência, Mil e quinhentos seria mais rico e envolvente.

Não o descarto como leitura, porém. É interessante e inteligente na maioria dos pontos, só faltou um pouco mais de atenção da parte do autor aos detalhes e desenvolvimento da trama.


10 comentários

  1. Ahhhh é bem curto mesmo para conta uma história tão cheia de acontecimentos. Eu não sou particularmente ligada a nossa história mas acredito que todos devam saber um pouco dela. Mas gosto mais neste estilo mesmo, contando em forma de história e não de ensino de escola.

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  2. Oi.
    Li essa resenha em um dia que estou estudando história para um concurso. E achei bem legal e diferente a abordagem do livro, de focar em dois "anônimos" em vez de focar nos "personagens principais".
    Gostei da dica apesar das suas ressalvas.
    Beijos.

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  3. Oi, dri. geralmente eu prefiro livros maiores, justamente por essa questão do desenvolvimento, que nem sempre fica tão bacana quando feito de forma breve. Mas, gostei do teor do livro, e fiquei bem instigada com o que aconteceu para rafael desaparecer. Vou em busca desse livro, nunca tinha ouvido falar sobre ele.

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  4. Oie!
    Ahh, não curto livroa curtos! Se tem algo que me apetece em uma boa leitura é o bom dedenvolvimento, tanto dos personagens quanto do enredo. Espero conferir para tirar minhas conclusões; mas não no momento 😁

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  5. Oie amore,

    Feriado que nada... quem trabalha de freelance não tem feriado rsrsrs.
    Mas nos momentos ociosos consegui pegar alguma coisinha pra ler.
    Ainda não conhecia o livro Mil e Quinhentos, que capa diferente... adorei.
    Não conhecia ainda.
    Vou anotar a dica por aqui, parece ser muito bom!

    Beijokas!

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  6. Oi!
    Ainda não conhecia esse livro e confesso que a capa não me chamaria muito atenção (parece aqueles livros de história rsrsrs)
    Mas gostei de saber na sua resenha que é uma história, apesar de corrida por ter poucas páginas

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  7. Oiii tudo bem??

    Não acredito que essa história me chamaria atenção para realizar a leitura. Mas até que gostei do enredo como contou. Pena que não é tão bem construído e não foi tão agradável assim.
    Adorei a resenha.
    Bjus Rafa

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  8. Oi Dryh! Tudo bem?
    Um livro sobre o "descobrimento" cujos protagonistas são dois irmãos "anônimos"? Gente, já gostei da proposta, ainda mais quando sou a doida dos livros de História!
    Só foi uma pena que o livro não foi tão agradável quanto poderia.
    Abraços e beijos da Lady Trotsky...
    http://rillismo.blogspot.com

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  9. O autor escolheu um tema bastante interessante para discorrer seu enredo, mas ele pecou ao fazer isso em tão poucas páginas, sendo que ele poderia ter explorado ainda mais e ter construído uma história instigante. Gostei de sua resenha e concordo plenamente com suas palavras

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  10. Olá, tudo bom?
    Também achei a premissa desse livro super interessante quando ouvi falar sobre! Uma pena que a história seja curta demais e que alguns acontecimentos fiquem meio atropelados por causa disso. Confesso que fiquei bem curiosa para conhecer esse personagem Jean e o porque gostou tanto dele rs
    Adorei a resenha!

    Beijos!

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