Nós

Oiee pessoas \0/

Como estou com poucos livros de parceria para ler, andei dando umas furadas na fila e lendo livros que foram comprados e deixados para as traças...haha'  E numa tentativa de fugir dos romances YA e de todos os outros que possuem um bad boy ou um/dois personagem(s) sofrido(s) tentando fugir do passado, optei por ler Nós, pois trazia personagens mais velhos e a crise do casamento. Passou bem longe de ser a melhor leitura do ano, mas também não foi a pior. Fica entre 2,5 e 3 milkshakes *-* bora saber por quê?

Título: Nós

Autor: David Nicholls

Editora: Intrínseca

Páginas: 384

Edição: 1

Lançamento: 2015

Sinopse: Certa noite, Douglas Petersen, um bioquímico de 54 anos apaixonado pela profissão, por organização e limpeza, é acordado por Connie, sua esposa há 25 anos, e ela lhe diz que quer o divórcio. O momento não poderia ser pior. Com o objetivo de estimular os talentos artísticos do filho, Albie, que acabou de entrar para a faculdade de fotografia, Connie planejou uma viagem de um mês pela Europa, uma chance de conhecerem em família as grandes obras de arte do continente. Ela imagina se não seria o caso de desistirem da viagem. Douglas, porém, está secretamente convencido de que as férias vão reacender o romance no casamento e, quem sabe, também fortalecer os laços entre ele e o filho.
Com uma narrativa que intercala a odisseia da família pela Europa — das ruas de Amsterdã aos famosos museus de Paris, dos cafés de Veneza às praias da Barcelona — com flashbacks que revelam como Douglas e Connie se conheceram, se apaixonaram, superaram as dificuldades e, enfim, iniciaram a queda rumo ao fim do casamento, Nós é, acima de tudo, uma irresistível reflexão sobre a meia-idade, a criação dos filhos e sobre como sanar os danos que o tempo provoca nos relacionamentos. Sensível e divertido, com a sagacidade e a inteligência dos outros livros do autor, o romance analisa a intrincada relação entre razão e emoção.

Resenha

Acho que nosso casamento já deu o que tinha de dar, disse ela. Acho que quero me separar de você. – página 31

Prestes a fazer um Tour pela Europa com a família, Douglas Petersen, um bioquímico de 54 anos que há muito não trabalha com o que realmente gosta, recebe a notícia de que sua mulher não quer mais continuar casada com ele. Isso aconteceu no meio da madrugada, quando ela o acordou para dizer que o casamento já tinha dado no que precisava. Atordoado, Douglas percebe que irá perder tanto a mulher quanto o filho em breve, e vê na viagem uma chance de reconquistar a ambos.

Albie, o filho do casal, havia entrado na faculdade de fotografia, e os pais decidiram que seria uma boa ideia viajarem todos juntos pela Europa, passando por várias cidades e conhecendo os museus de vários países. Doug imaginava que tudo seria às mil maravilhas, que tanto Connie quanto Albie ririam de suas piadas, adorariam seu roteiro e perceberiam quão maravilhoso ele era. Mas ele não contava com o mal humor do filho, o desapontamento da mulher e bem... Todo o resto.

Eu perdera de vista as pessoas com quem me importava e era vital que, mais uma vez, eu voltasse a atenção para a tarefa que tinha em mãos, resgatando meu filho e reconquistando minha mulher. – página 267

Eu não estava necessariamente ansiosa para ler este livro, mas queria algo que fugisse dos romances (parecidos) que eu estava lendo, então peguei Nós. Não foi o meu primeiro contato com a escrita do autor, já tinha lido Um dia antes, e, apesar de ter achado um pouco cansativo, gostei da história.

Já no começo de Nós eu desanimei. Ver Douglas se “esforçando” tanto para manter um casamento que já tinha acabado há anos e ver quão chato e implicante ele era, me deixou desanimada.

Ao mesmo tempo em que conta o presente, Douglas, o nosso narrador, fala também sobre como e quando conheceu Connie, como se apaixonaram e por aí vai. No início nada de mais, ela era uma artista descolada que praticamente passava as noites na rua, e ele um bioquímico que fazia experimento com moscas. É possível perceber que, desejando que Connie goste dele, Douglas finge ser alguém que não é, age da forma que imagina que ela queira que ele aja, e sente como se precisasse moldá-la a seu gosto. Ele faz a mesma coisa com o filho, Albie, ao longo da vida do menino, o que é um dos motivos pelos quais eles não se dão bem. Douglas é um personagem tão mesquinho e chato que eu quase abandonei o livro, mas segui em frente numa dose de coragem e continuei a ler.

Eu achava inconcebível imaginar a vida sem ela. Literalmente assim. Eu não era capaz de conceber. Então, decidi que não podia permitir que aquilo acontecesse. – página 36

A história não me atraiu muito, só finalizei o livro porque não gosto de deixar livros pela metade...haha’ A escrita do autor até que é rápida e tem seus momentos divertidos, mas, na maior parte (principalmente por ser narrada pelo Douglas) era arrastada, e eu realmente não sei como Connie conseguiu aguentar 25 anos casada com um cara como ele.

Connie e Albie também não me convenceram, ela dizia que queria se divorciar do marido, mas continuava agindo como se eles fossem dois jovens apaixonados, dando esperanças para o pobre coitado que, como disse a Laila, do blog Entre Livros, não tinha auto estima alguma e vivia das sobras do amor da esposa. Já Albie é o típico adolescente chato e irresponsável; mas ao longo da história eu consegui entender suas atitudes, à medida em que Douglas ia contando o passado. Não posso dizer que gostei dos personagens, mas consegui aturá-los.

Eu já tive experiências de amor não correspondido no passado e não foram mamão com açúcar posso lhes garantir. Mas amor não correspondido de seu único filho vivo se assemelha a uma lenta queimadura de ácido. – página 56

Ainda assim, o final me deixou feliz, pois me surpreendeu um pouco e eu senti que não poderia ter sido melhor. E mais irônico, não pude evitar rir com os acontecimentos, por mais terríveis que fossem. Nós foi uma leitura um tanto decepcionante, mas me fez rir em alguns momentos e eu até gostei de algumas passagens, apesar de não ter gostado dos personagens. Como dizem os comentários de jornais, autores e revistas que constam nas primeiras páginas do livro, é uma história um tanto realística, principalmente por mostrar tanto os lados positivos quanto os negativos de um casamento.