Sissi foi um livro que eu recebi em fevereiro da editora Gutenberg, e eu fui ler assim que ele chegou, mas não consegui passar da segunda página, então o deixei de lado por um tempo. Até que bateu aquela curiosidade de saber o que Allison Pataki havia escrito, e eu o peguei mais uma vez. Só posso dizer que é um livro encantador ♥
Autora: Allison Pataki
Editora: Gutenberg
Páginas: 416
Edição: 1
Lançamento: 2016
Sinopse: A “Rainha Encantada”, a mulher mais linda do mundo: a figura da Imperatriz Elisabeth da Áustria-Hungria, carinhosamente chamada de Sissi, sempre desperta fascínio e comoção por onde passa, mas sob tanto deslumbramento vive uma mulher muito mais complexa, que se sente sufocada pelo casamento turbulento e pelos rigorosos protocolos que ditam a vida na corte.
Casada com o Imperador Franz Joseph, amada e odiada por seu povo, Elisabeth é uma das mulheres mais poderosas e influentes do mundo na Viena de meados do século XIX, onde os luxuosos salões do Palácio de Hofburg fervilham não só com valsas imperiais, champanhe e assuntos de Estado, mas também com tentações, rixas e desavenças acirradas.
Espírito livre e sensível, Sissi só encontra paz quando vai para longe das intrigas palacianas e, assim, nasce uma chama que a consumirá por toda a vida: a paixão pelas viagens, que a leva para lugares remotos, onde pode cavalgar livremente e interagir com plebeus.
Mas a vida de um monarca não pertence a ele mesmo, e sempre que o dever se impõe à liberdade de escolha, Sissi é obrigada a voltar à reclusão de seu círculo social, rodeada de fofocas, inveja e tristeza. Grande parte da excelente imagem mundial da Áustria-Hungria depende do carisma de Sissi, e ela precisa fazer a sua parte para salvar o Império. Mas, no final, ela poderá salvar-se?
Onde eu não estou, aí reside a felicidade. - Heinrich Heine, poeta favorito de Sissi.
Elisabeth
era muito jovem quando se casou com Franz
Joseph, o Imperador da
Áustria-Hungria (império sucessor do Austríaco;
caiu após a Primeira Guerra Mundial).
Apaixonada pelo Imperador, ela não
imaginou que sua vida se tornaria o inferno que se tornou, nem mesmo que seriam
anos e anos solitários, tendo que seguir regras e protocolos que beiravam o
ridículo, nem mesmo que teria que acompanhar o marido em assuntos do Estado. Mas isso aconteceu.
Seus três primeiros filhos lhe foram tirados pela Arquiduquesa Sophie, mãe de Franz, assim que nasceram, e Elisabeth (Sissi) mal podia vê-los. A desculpa era que ela era jovem demais,
portanto, não tinha capacidade de criar o herdeiro de um dos impérios mais
poderosos da época. E ela quase não passava tempo com o marido, o que a deixava
ainda mais triste e solitária. Até que, após ter quatro filhos, ela fez um
acordo com Franz, e a quarta filha, Valerie, seria criada pela própria Sissi. Sendo assim, ela pegou a filha e
se mudou para Gödöllõ, na Hungria, enquanto o palácio imperial
ficava em Viena, na Áustria.
Até certo momento, é quase impossível não sentir
empatia por Sissi, vendo como ela
era tratada pelos cortesãos do palácio e pela própria Arquiduquesa. E Franz
não fazia muito para defendê-la, então ela estava praticamente sozinha, vivendo
longe de sua família, e tomada por uma angustia que só aumentava. Mas, a partir
do momento em que consegue passe livre para encontrar a felicidade em outro
lugar, Sissi só tem olhos para Valerie e só pensa em cavalgadas, pouco
se importando com o resto, inclusive seus outros filhos, Gisela e Rudolph,
criados pela Arquiduquesa (a filha
mais velha havia morrido ainda pequena). Até receber uma carta de Gisela, que pedia ajuda para a mãe,
vendo que Rudolph estava sofrendo, e
aí Sissi volta para Viena. Mas não demora muito para que
parta.
Como era possível que alguém compreendesse que seu tempo livre era sagrado? Que ela tinha lutado muito para conseguir aqueles momentos fugazes nos quais se via longe do peso esmagador de seu império? – página 227
O livro é ficção, mas muitas das coisas narradas
aqui realmente aconteceram. Na verdade, a maior parte delas, pelo o que a
autora disse no final da obra. Gostei muito de conhecer Sissi e o restante de sua família, gostei inclusive de aprender um
pouco sobre os conflitos e as alianças que ocorreram na época, inclusive a Liga dos Três Imperadores, que contava
com Franz, o Imperador da Rússia e a Alemanha, em 1872.
Conheci vários reis e imperadores aqui, mas o que mais me chamou a atenção
foram os romances de Sissi com dois
cavalheiros diferentes, em épocas distintas. Mas em ambas as situações ela
acabou sozinha, presa num casamento que duraria até o fim de seus dias, e
sofrendo a falta de seus amantes.
Também achei interessante que, ao mesmo tempo em
que era odiada pelo povo de seu marido, seja por estar sempre ausente ou por
ter rixas com a Arquiduquesa, amada
por todos; Sissi era adorada por
muitos; ingleses, irlandeses (para total desgosto da Rainha Vitória), húngaros, e por aí vai a lista. Seja por sua
beleza incomparável (considerada a mulher mais linda do mundo) ou por sua calorosidade e por ser tão boa em
montaria. E por falar em montaria, era praticamente tudo o que Sissi sabia fazer. Isso e caminhadas, somadas
a ler poesia. E paparicar Valerie,
ignorando totalmente (mesmo que não por querer) seus outros filhos. Entendo que
não era culpa de Sissi, pois a Arquiduquesa tinha mais poder do que
ela, mas ela ainda tinha chances de lutar pelos filhos, de pelo menos fingir
que se importava com eles. Mas ela só queria saber de sua amada Valerie, e de seus cavalos. E suas
viagens.
Ao mesmo tempo em que gostei de Sissi, eu me irritava muito com ela.
Ela não necessariamente escolheu a vida que teve, mas ela era uma pessoa
privilegiada, tinha poder, o mundo estava sob seus pés, todos se encantavam por
sua beleza. Não poderia ter feito algo de bom com tudo isso? Ela fugia sempre
que podia (sempre mesmo), abandonando Franz
e seus filhos e o palácio de Viena,
indo para a Inglaterra, Irlanda, Hungria
e Suíça, e sempre levando Valerie consigo. Não me surpreende que
as coisas não tenham dado certo para os Habsburgo
no final...
Como os Habsburgo ainda não tinham entendido que, enquanto seus herdeiros fossem forçados a se casar apenas em nome dos interesses de Estado, ninguém na casa imperial seria feliz? – página 275
Gostei da narrativa, apesar de ter achado algumas
partes um tanto cansativas. Mas foi um livro e tanto, alguns personagens foram
marcantes, outros nem tanto. Alguns odiáveis, outros apenas incompreendidos. Sissi sofreu muito durante sua vida, e
fiquei com pena dela quando recebia um golpe após o outro, perdia um ente
querido após o outro, ou sofria uma crítica após a outra.
O desfecho da obra é um tanto triste, mas não
poderia ser de outra forma, já que foi Franz
Joseph quem declarou guerra à Sérvia após o assassinato de seu
sobrinho e sucessor do trono, em Sarajevo,
iniciando a Primeira Guerra Mundial,
em 1914.
Confesso que, antes de ler este livro, nem mesmo
sabia que Sissi havia existido, mas
agora que sei, estou curiosa para conferir os filmes e os outros livros
existentes a seu respeito, e espero que sejam tão bons e envolventes quanto
este livro foi.
A minha mãe sempre fala de um filme baseado nesta história e eu nunca me interessei. Lendo a sua resenha, a curiosidade para ler o livro bateu forte, por causa dos fatos reais mesclados na ficção e agora quero ler o livro pra ontem.
ResponderExcluirValeu pela dica.
Meu Amor Pelos Livros
Beijos
Interessante você não se empolgar pelo livro logo de cara e depois sentir curiosidade e acabar destrinchando a história! Que bom que, apesar de conter trechos cansativos a narrativa foi marcante. Acabei ficando com vontade de conhecer a obra e saber mais sobre a protagonista, Sissi.
ResponderExcluirBeijo!
Olá amore,
ResponderExcluirEssa editora sempre me surpreende e dessa vez não foi diferente por que até então eu não conhecia o livro e já gostei da obra como um todo, até anotei a dica por aqui.
Mesmo você mencionando que tem horas que fica cansativa a narrativa, vou dar uma chance pra leitura futuramente.
Beijokas!
Oiee
ResponderExcluirSempre ouvi falar bem do filme (minha sogra é apaixonada por essa história), mas não sabia que tinha o livro.
Eu amei a capa e com certeza é um livro que gostaria de ler. Que bom que você resolveu dar uma nova chance e que valeu a pena.
Eu também vou atrás dessa leitura...rsrsrs
Dica anotada
Bjo
Olá!
ResponderExcluirJá ouvi falar do título mas nunca parei para saber mais sobre a história, sinto que a Sissi é uma personagem que da pra se nutrir amor e ódio ao mesmo tempo, acho que eu iria sentir muita raiva dela em alguns momentos que você citou. Gostei de além do romance ter um contexto histórico muito abrangente por trás da história. Dica mais que anotada!
Beijos,Lari.
Segredosdeumacerejeira.blogspot.com
Olá Dryh,
ResponderExcluirEssa coisa de começar um livro e não conseguir dar andamento é ruim, não é? Confesso que não fiquei muito curiosa para ler esse livro, pois não simpatizei muito com a Sissi, acho rs.
É bacana ser um livro ficcional, mas com coisas reais ao longo da trama. Vou deixar essa dica passar, pelo menos, por enquanto.
Beijos
Olá,
ResponderExcluirEu não conhecia a obra e nem a autora. Fico feliz em saber que você deu uma segunda oportunidade para o livro, pois isso acontece frequentemente comigo, eu não sou atraído pelas primeiras páginas, mas é só fazer uma forcinha que a história começa fluir em minha mente. Adorei a sua resenha, mas o gênero do livro não é muito do meu gosto, mas adorei a dica! ♥
→ desencaixados.com
Olá, tudo bom?
ResponderExcluirJá tinha visto essa capa na época do lançamento mas não sabia ao certo do que se tratava já que também não conhecia Sissi. Curti saber que é um histórico mesclado com ficção e que vários conhecimentos são agregados através dessa obra. Apesar de na segunda parte da obra a personagem gerar mais raiva que empatia, fiquei bem curiosa para conferi-la e saber mais de vários pontos aí, inclusive da Liga dos três Imperadores. Adorei sua resenha e anotei a sugestão.
Beijos!
Oi Dryh, como esta?
ResponderExcluirPrimeiramente, excelente resenha! Segundo, ADOREI a proposta do livro porque acho Sissi uma figura fascinante!
Falando de um quote que tu mencionou perto do fim do texto, fiquei me perguntando: quem era beneficiado de fato pelos interesses de Estado? Porque quando a gente para e pensa, vemos que as coisas não eram nada simples.
Abracos e beijos da Lady Trotsky...
http://rillismo.blogspot.com
Oie
ResponderExcluirNão conhecia o livro ainda mas bem legal, adorei essa capa e não costumo ler livros do gênero mas bem legal a dica por ter um conteúdo tão interessante
beijos
http://realityofbooks.blogspot.com.br/
Olá!
ResponderExcluirNão conhecia o livro e nem essa história, mas achei super interessante poder misturar ficção com fatos históricos.
GOstei de conhecer a personagem e as dificuldades que ela viveu, mas também não entendi como ela pode ter desistido dos primeiros filhos dessa forma.
Obrigada pela dica!
Um beijo
www.asmeninasqueleemlivros.com
Olá!
ResponderExcluirSou apaixonada por história, livros que misturam ficção e não-ficção chamam bastante minha atenção. Não conhecia esse livro ainda, o jeito que você descreveu me deixou interessada nos acontecimentos e também quero ver o filme. Obrigada pela dica!
Beijos,
Luana