A vida como ela era

Título: A vida como ela era

Autora: Susan Beth Pfeffer

Editora: Bertrand Brasil (cortesia do Grupo Editorial Record)

Páginas: 378

Edição: 1

Lançamento: 2016

Série: Os últimos sobreviventes #1

Sinopse: Quando Miranda começa a escrever um diário, sua vida é como a de qualquer adolescente de 16 anos: família, amigos, garotos e escola. Suas principais preocupações são os trabalhos extras que os professores passaram – tudo por causa de um meteoro que está a caminho da Lua. Ela não entende a importância do acontecimento; afinal, os cientistas afirmam que a colisão será pequena. O que Miranda não sabe é que os cientistas estão muito enganados... Para surpresa de todos, o impacto da colisão é bem maior do que o esperado, e isso altera de modo catastrófico o clima do planeta. Terremotos assolam os continentes, tsunamis arrasam os litorais e vulcões entram em erupção. Em 24 horas, milhões de pessoas estão mortas e, com a Lua fora de órbita, muitas outras mortes são previstas. Miranda e sua família precisam, então, lutar pela sobrevivência em um mundo devastado, onde até a água se torna artigo de luxo. Através do diário da adolescente, A vida como ela era nos conduz por uma emocionante história de persistência, ensinando-nos que, mesmo diante de tempos assustadores e imprevisíveis, o recurso mais importante de todos – aquele que jamais deve ser extinto – é a esperança.

Resenha

A colisão de um meteoro com a Lua estava causando grande comoção pelo mundo, mas, como sabia que não era grande coisa (afinal, muitos já colidiram com a Lua antes e nada de ruim aconteceu), Miranda não deu muita bola. Ela estava era irritada com os muitos trabalhos que precisava fazer para a escola, todos sobre a Lua. E, além disso, preocupada com o fato de ter sido convidada para ser madrinha do filho de seu pai com a nova esposa.

Mas, acontece que os cálculos dos cientistas estavam errados, e o meteoro acaba causando mais estragos do que apenas os buracos previstos. Ele tira a Lua de sua órbita natural, o que deixa o mundo em pânico, pois terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas começam a acontecer. E isso não é o pior. Sem energia, o mundo para de funcionar, não há mais comida, não há segurança, proteção, e as doenças tomam conta. Como sobreviver, se as pessoas nem sabiam quem era o inimigo?

Não sei como sobreviverei se nunca mais vir a luz do sol de novo. – página 177

No início, todos pensaram que as coisas logo voltariam ao normal, mas a mãe de Miranda imaginou que isso podia não acontecer. Sendo assim, fez os filhos comparem o máximo de comida que pudessem no supermercado, e estocou de tudo em casa. Ao longo do tempo, Miranda percebeu que a mãe estava certa. A ajuda estava demorando para chegar, e as comidas estocadas poderiam ser úteis. Mas as coisas ainda podiam melhorar, né?

Talvez sim, talvez não. Mas Miranda não está feliz de qualquer jeito. Ela não consegue se comunicar com o pai, não sabe se a avó está viva (muitas cidades e até países inteiros foram devastados pela maré, que subiu muito quando a Lua “se mexeu”), e não fala mais com as amigas. Além disso, as escolas não funcionam mais, de forma que ela não pode praticar natação ou conversar com seus colegas. As únicas pessoas com quem se relaciona agora são sua mãe, seus irmãos e a Sra. Nesbitt, uma vizinha que já é parte da família. Ah, e o gato, Horton.

Nós temos uns aos outros. Enquanto viermos uns aos outros, ficaremos bem. – página 242

Eu não sabia o que esperar deste livro quando comecei a lê-lo, mas sabia que ia gostar quando cheguei lá pela página 20 e já não conseguia parar de ler. Gente, que escrita! A história é contada pela Miranda, que escreve em seu diário sobre o seu dia-a-dia e etc, e é assim que ficamos sabendo sobre tudo o que acontece, sobre os sentimentos da menina (que tem 16 anos, esqueci de mencionar antes) e sobre as pessoas ao seu redor. Ela tem uma relação um pouco complicada com a mãe, as duas vivem discutindo e sempre acabam gritando uma com a outra, o que termina em Miranda correndo para o quarto. Achei a protagonista um pouco mimada e irritante em alguns pontos, mas ela amadurece MUITO, o que me surpreendeu bastante, pois eu não imaginava que isso fosse acontecer. É difícil acreditar que a Miranda da última página é a mesma da primeira. No começo ela se importava com umas coisas tão fúteis, mas, no final, ela tornou-se alguém realmente impressionante.

O que também é impressionante é a história em si. Bem original, interessante e, mais uma vez, surpreendente. Nada ficou óbvio demais, a autora não deixa nada tão previsível, os personagens são apaixonantes (cada um à sua maneira, até mesmo os mais chatinhos), e os momentos de tensão são muitos, chegando ao ponto de eu tentar não me apegar a ninguém, com medo de que algum dos personagens morresse.

Fico imaginando se algum dia terei que decidir o que é pior: a vida que estamos vivendo ou vida nenhuma. – página 137

Estou doida pela continuação, e, sendo uma série um tanto grande (cinco livros, se não me engano), imagino que muita coisa ainda vai acontecer. Só fico imaginando o que a Lua vai “fazer”. Vai se aproximar da Terra e causar mais destruição? Vai voltar para o seu lugarzinho e trazer a normalidade de volta? Vai continuar quietinha fora de sua órbita, enquanto Miranda e os outros sobreviventes racionam comida e sofrem no calor e frio extremos?

É... Muita coisa ainda pode acontecer, e imagino que o próximo volume seja tão eletrizante quanto este. Mas eu confesso que não sei o que esperar dele. Não consigo nem imaginar o que vai acontecer, fico pensando em finais para a história, mas não consigo imaginar nenhum concreto, pois sei que vou errar...haha’ Enfim, tenho certeza de que os fãs de distopia irão amar (e, por favor, deixem de lado essa coisa de “Uma das melhores séries para os fãs de Jogos Vorazes” ali na capa), e os leitores que curtem uma boa história de fim do mundo também.

Não quero ter mais nada a temer. Não comecei a escrever este diário para que ele seja um registro do nosso fim. – página 85