Quase uma Rockstar

Título: Quase uma Rockstar

Autor: Matthew Quick

Editora: Intrínseca

Páginas: 256

Edição: 1

Lançamento: 2015

Sinopse: Desde que o namorado da mãe as expulsou de casa, Amber Appleton, a mãe e o cachorro moram em um ônibus escolar. Aos dezessete anos e no segundo ano do ensino médio, Amber se autoproclama princesa da esperança e é dona de um otimismo incansável, mas quando uma tragédia faz seu mundo desabar por completo, ela não consegue mais enxergar a vida com os mesmos olhos. Será que no meio de tanta tristeza e sofrimento Amber vai recuperar a fé na vida? 

Resenha

Amber Appleton é quase uma Rockstar, mas ela não canta e nem mesmo dança. Amber é um tipo de Rockstar porque é uma pessoa incrível que se importa com os outros mais do que com si mesma. Ela é uma Rockstar para as Divas Coreanas por Cristo, os idosos da Casa de Repouso Metodista, a Federação Ferrenha do Franks, e BBB, seu cachorro. Todos eles tiveram suas vidas mudadas pela doce e gentil Amber, que sorri e deseja bom dia até para os mal-humorados, anima os idosos que têm poucos anos de vida pela frente e faz amizade com pessoas rabugentas que todo mundo odeia. E olha que ela não tem uma vida fácil. Não é? Pois é.

Não quero me gabar nem nada do tipo, mas sou meio que uma rockstar para essas pessoas. – página 87

Amber e a mãe já moraram em diversos lugares. De apartamentos chulos à caminhões, onde conheceram várias cidades pelo país, mas agora elas vivem no Amarelão, ônibus escolar dirigido pela mãe dela, que toda noite sai em busca de um novo namorado que tenha uma casa onde ela, a filha e BBB possam morar. Amber não tem um quarto, um banheiro ou uma cozinha, mas passa boa parte de seus dias na casa de seu amigo, Ricky, e a mãe dele, Donna, quem ela desejara muitas vezes que também fosse a sua.

Você é maravilhosa – responde Donna. – Você tem brilho, só não sabe disso ainda. – página 67

A menina era líder de um grupo de estranhos/excluídos da escola chamado Federação Ferrenha do Franks, e todos os Cinco faziam parte da equipe de marketing da escola, além de serem muito amigos do professor Franks e jogarem Halo 3. Amber também visitava os idosos da Casa de Repouso Metodista, onde travava batalhas com uma mulher rabugenta, e sempre vencia ao fazer sua adversária sorrir e divertia seus espectadores. Como se já não bastasse tudo isso, ela também arranjava um tempinho para ensinar as coreanas do Divas Coreanas por Cristo a falarem e cantarem em inglês, com a ajuda do Padre Chee.

Amber era otimista, esperançosa e divertida até o momento em que JC (Jesus Cristo, para quem ela rezava todas as noites e falava o tempo todo) puxou seu tapete e a deixou cair de cara na lama. Depois disso, Amber deixa de ser aquela menina adorável que era, e precisa de ajuda para voltar a viver.

O único negro da cidade. O menino que não conseguia falar direito. O garoto pequeno e cabeçudo que andava de cadeira de rodas. O moleque retardado (eu não sabia o que era autismo na época). E, de repente, eu. – página 33

Estava bastante animada para ler esse livro, tinha me apaixonado completamente por Perdão, Leonard Peacock e O lado bom da vida não deixou a desejar, então sabia que Quase uma Rockstar tinha que ser pelo menos bom. O início não me impressionou muito, a leitura fluiu muito devagar e eu demorei bastante para engatar a leitura, mas no momento em que Amber vai perdendo a fé e a vontade de ajudar os outros e a si mesma, eu passei a sentir uma compaixão muito grande por ela. 

Queria vê-la animada novamente e queria que parasse de maltratar as pessoas que queriam seu bem. Amber é uma personagem incrível, e como vocês já devem ter percebido, é dona de um coração enorme. Nem mesmo a pessoa mais fria e rabugenta conseguiu escapar de seus encantos, mas ela também é humana, também tem pontos fracos e desaba quando não aguenta mais, e essas partes partiram meu coração.

A forma com que o livro é narrado é bem divertida, principalmente quando Amber conversa com JC como se ele fosse um dos Cinco, chamando-o de cara e tantas outras coisas. Os personagens secundários também são incríveis, mas Ricky é o meu favorito ♥

Quase uma Rockstar não é tããão bom quanto eu imaginei que seria, mas é um livro incrível, com personagens marcantes e um cachorro muito companheiro chamado BBB.

E penso: “Cara, eu sou mesmo uma rockstar.” – página 228