Invisível

Título: Invisível

Autores: David Levithan e Andrea Cremer

Editora: Galera

Páginas: 322

Edição: 1

Lançamento: 2014

Sinopse: Stephen tem sido invisível por praticamente toda sua vida - por causa de uma maldição que seu avô, um poderoso conjurador de maldições, lançou sobre a mãe de Stephen antes de ele nascer. Então, quando Elizabeth se muda para o prédio de Stephen em Nova York vinda do Minnesota, ninguém está mais surpreso do que ele próprio com o fato de que ela pode vê-lo. Um amor começa a surgir e quando Stephen confia em Elizabeth o seu segredo, os dois decidem mergulhar de cabeça do mundo secreto dos conjuradores de maldições e dos caçadores de feitiços para descobrir uma maneira de quebrar a maldição. Mas as coisas não saem como planejado, especialmente quando o avô de Stephen chega à cidade, descontando sua raiva em todo mundo que cruza seu caminho. No final, Elizabeth e Stephen devem decidir o quão grande é o sacrifício que estão dispostos a fazer para que Stephen se torne visível - porque a resposta pode significar a diferença entre a vida e a morte. Pelo menos para Elizabeth...

Resenha

Sou como um fantasma que nunca morreu. – página 11

Stephen é invisível! Ele já nasceu assim, e seus pais nunca disseram o porquê de ser tão diferente de 99,9% do mundo, e olha que ele perguntou. Após a morte da mãe, Stephen se viu perdido e sozinho, e não fosse o amor que sentira por ela todo o tempo em que estiveram juntos, provavelmente teria se suicidado por causa da solidão. Ele nunca teve amigos, nunca foi para a escola e nem mesmo sabia como era sua aparência física. Imagine sua surpresa quando a nova vizinha, Elizabeth, o viu, e mais, FALOU com ele!

Vinda de uma cidade que queria esquecer, e experiências que queria mandar para o buraco negro do cérebro, tudo o que Elizabeth queria era alguém para conversar, e ela encontrou. Os dois acabam se tornando amigos com o passar do tempo, e a garota não sabe que ninguém além dela consegue ver Stephen. Nem mesmo quando eles passeiam pelo parque e as pessoas olham torto para ela, a menina que fala sozinha. E por que ele deveria contar? Ela não ia acreditar mesmo. Ou ia?

Quero uma pessoa que me veja. No meio daquelas centenas, no meio daquelas milhares. Só quero que uma delas me pergunte as horas. Pergunte o que estou fazendo. Olhe nos meus olhos. – página 26

Assim como todos os outros personagens masculinos de David Levithan que eu já conheci, Stephen me conquistou. Ele é tão solitário e doce que eu queria entrar dentro do livro para vê-lo, talvez assim ele não se sentisse tão sozinho. Ficava imaginando como ele conseguia viver daquele jeito, ganhando dinheiro de seu pai (que fora embora e tinha outra família, com filhos visíveis) e andando em meio à multidão sem que ninguém o visse. Não devia ser bom.

Invisível. Eu sou invisível. – página 7

Ver como ele mudou quando conheceu Elizabeth me deixou tão feliz! Mas eles não podia ficar daquele jeito para sempre. A menina seria taxada como louca por ter um namorado invisível, mesmo que ele falasse. Plantão de Notícias, chegou alguém para ajudar: Laurie, o irmão mais novo de Elizabeth, que, assim como ela, estava doido para esquecer Minessota. Laurie é aquele personagem que consegue roubar a cena o tempo todo, e por quem a gente acaba torcendo mais que para os protagonistas. Ficaria muito feliz se ele fosse a Elizabeth da história, e ela pudesse desaparecer. Não que Elizabeth seja uma personagem tão ruim, mas também não é lá muito amável.

Afasto o calafrio causado pela possibilidade de subitamente ficar sem o garoto por quem eu me apaixonei. O garoto invisível. – página 163

A história é narrada por Elizabeth e por Stephen, mas as partes da menina eram tão chatinhas e cansativas que eu QUASE virava a página sem nem mesmo ler. O início do livro e o final fluíram rapidamente, mas o “miolo” é um pouco maçante e cansativo, principalmente quando Stephen descobre que foi amaldiçoado, junto com sua mãe, por seu avô, que é um tipo de mago do mal que adora jogar maldições e desgraçar a vida dos outros. E então Elizabeth também descobre algumas coisas e começa a se achar a maioral, como se fosse forte o suficiente para salvar o mundo e Marte.

Sou tão novato nessa coisa toda e desconfio profundamente de que isso seja o que as outras pessoas chamam de amor. – página 66

A parte mágica da história não me agradou 100%, mas não sei o que eu esperava. O protagonista é invisível, é claro que haveria algo do tipo mágico no meio da história! O final desse livro é desgraçado, e eu realmente espero que haja uma continuação, ou as coisas ficarão mais do que feias. Mas o que what the hell foi aquilo? Como assim, David e Andrea? Lembro que me senti da mesma forma quando li Todo dia e o livro não teve um final tão FINAL. Nem sempre faço questão de um final feliz (mentira, quem não ama um final feliz?), mas realmente esperava que os autores fossem bonzinhos o suficiente para deixar Invisível com carinha de conto de fadas.

Estou procurando uma situação na qual nós dois continuemos vivos. Onde possamos continuar com esta maravilha que é o amor, a descoberta e a confiança. Não estou nem pedindo um “viveram felizes para sempre”. Apenas um “sobreviveram nesse meio tempo” para que a vida possa continuar acontecendo como quiser. – página 210

Invisível não é o melhor livro de David Levithan, mas é uma história incrível. Alguns personagens são bem chatinhos (oii, Elizabeth, Saul e Millie), mas Laurie, Sean e Stephen compensam. Vi que bastante gente não curtiu o livro, mas eu adorei! Enfim, se você ainda é iniciante quando se trata de David Levithan, deveria ler outro livro do autor primeiro. Mas se você já é um apaixonado pelas histórias do autor, manda ver que Invisível será uma sobremesa e tanto.

Quero que essa seja a areia que fica nos meus dedos. Você. Quando todo o restante se for, quero me lembrar de você. – página 270