De olho no autor #34: Carolina Matsuo

Oláá

E aí, estão aproveitando o feriado? Eu estou aproveitando... para tirar o atraso das leituras, isso sim. Andei tão focada nas séries de TV que acabei deixando as leituras de lado...haha' Tentando desesperadamente ler tudo o que ficou parado aqui nas últimas semanas, mas consegui tirar uma pequena pausa para fazer o post.
O De olho no autor  de hoje contará com a presença de Carolina Matsuo, autora do livro O sumiço de Beatriz.

Resenha O Sumiço de Beatriz

1. Como foi seu primeiro contato com a leitura?

C.M.: Meus pais sempre incentivaram a leitura e livros educativos, por isso, logo que aprendi a ler, eu já folheava e lia trechos de uma coleção de livros que temos em casa. São bem antigos, chamados Enciclopédia da Fantasia e Jóias da Literatura Infantil. Depois, quando estava no ensino fundamental, comecei a ler a coleção da série Vagalume, e apresentada a Marcos Rey, o autor que mais me influenciou naquela época.

2. Quando você começou a escrever? 
C.M.: Desde quando eu era criança, gostava de escrever. Quando tinha 11 anos escrevi O Sumiço de Beatriz, mas era uma história muito diferente do que se vê hoje, contudo, eu mantive as característica da personagem principal – Beatriz – e criei uma trama totalmente diferente do que era, agora para um público jovem adulto e adulto.

3. Quem inspirou os personagens? Algum ator, atriz, conhecido...
C.M.: Todos os personagens são inspirados em pessoas do nosso cotidiano, a maneira como falam, como se comportam, se vestem, os definem. São parecidos conosco, não só fisicamente, mas também pelo interior. Por exemplo, um dos protagonistas, Tomaz, larga tudo para procurar Beatriz e saber o que realmente está acontecendo. Acredito que muitas pessoas tem medo/receio de fazer algo ou de dizer algo para alguém. Não sabem o que podem encontrar, desistem ou não fazem nada, mas aquelas que seguem em frente já são vitoriosas por conseguirem quebrar essa barreira.

4. Você se divertiu enquanto escrevia o livro? 
C.M.: Sim, bastante, principalmente com os diálogos de alguns personagens. Escrevia, reescrevia, apagava tudo e escrevia de novo, tudo de forma diferente.

5. Quanto tempo levou para escrever “O sumiço de Beatriz”?
C.M.: Como parte do cenário eu uso acontecimentos factuais, então eu tive que fazer uma pesquisa sobre isso e sobre algumas armas, sobre religião, etc. Levei por volta de um ano e meio para por tudo no papel, e não tive pressa para escrever

6.Quais são as dificuldades para que um autor consiga ter seu livro publicado e conhecido no mercado literário brasileiro? 
C.M.: Fiz a publicação de O Sumiço de Beatriz independente, por isso você não encontra o livro físico nas livrarias, somente o e-book é vendido na amazon, livraria cultura e saraiva. A venda do livro impresso é feita somente por mim, através do meu site ou através da fanpage do Facebook. 

Eu terminei de escrever a obra em meados de 2013, e somente após ter me envolvido e pesquisado bastante sobre as editoras, analisado suas proposta, foi que resolvi fazer a publicação em Agosto de 2014. Tive propostas boas e ruins, mas naquele momento optei pela publicação independente. 

A vantagem de ser independente, como o próprio nome diz, é que você é responsável pela sua obra, desde cor, diagramação, enredo, diálogos, a história em si... tudo isso passa pelo seu consentimento, seu gosto, até o momento que você finaliza o que vai diretamente para o leitor. O Sumiço de Beatriz foi passada por várias revisões, foi contratada uma revisora de texto profissional, um capista e uma gráfica. Toda a parte de registro e documentação, além da diagramação e a “direção de arte” da capa foi feita por mim.

A dificuldade de ser independente é que você tem que ter bastante dedicação, tempo, paciência porque muitas coisas não dependem somente de você, por exemplo, a qualidade da impressão do livro da gráfica, e do capista, do diagramador, etc, e o tempo para tudo isso ficar pronto. 

Então, não há muitas dificuldades para que o livro seja publicado, contudo, há muitas dificuldades para ele ser conhecido no mercado. Como são muitas, citarei apenas 4 sugestões que poderiam ajudar para que a obra (nacional) seja conhecida:

• deixar de ter preconceito com a literatura nacional. Sim, isso existe.
• ter a mente aberta para compreender vários gêneros literários.
• não escolher a obra somente pela Celebridade que está na escrita na capa, mas também pelo conteúdo.
• ter seu próprio discernimento sobre a obra. Não seja influenciado por outros. Isso não é só para livros, mas para a vida toda.

7. Para você, qual a melhor coisa em escrever?

C.M.: Viajar para lugares que talvez nunca existam, criar situações que podem ser impossíveis.

8. Sei que essa pode ser uma pergunta difícil, mas qual seu livro preferido? Pode ser um dos seus, ou de algum colega escritor...

C.M.: Cada livro tem sua história, sua peculariedade, a maneira de escrever de cada autor os diferenciam nos detalhes, por isso é difícil de dizer os livros preferidos. Por isso, irei te responder que gosto muito de livros que tem uma trama de conspiração, investigação e assuntos políticos envolvidos. Se o livro tiver algo disso, tem grande chance que eu vou gostar.

9. Se fosse um personagem, qual seria? Por quê?

C.M.: Eu sempre adorei o Batman. Acho que é por ser um personagem que não tem poderes sobrenaturais, e utiliza de equipamentos e treinamento físico para tentar deixar o lugar em que vive um pouco melhor. Seguindo essa linha, também gosto do homem de ferro e do Demolidor, mas o meu predileto é o Batman.

10. Além de escrever, você também lê bastante?
C.M.: Sim, gosto de ler no meu tempo, com calma.

11. Qual livro nacional você recomenda? Por quê?

C.M.: Corações Sujos é um livro de Fernando Morais que me tocou bastante, ainda mais por eu ser descendente de japoneses, eu achei ele excelente e transmite todo a ideologia, cenário, pensamento da época.

12. Poderia nos contar um pouco do seu livro?

C.M.: A história se inicia com ação e um toque de mistério, quando Beatriz é perseguida por homens armados e está apavorada após saber o que aconteceu com a tia. Nesse ínterim, ela encontra com seu amigo de infância, Tomaz, mas não consegue contar o que está acontecendo porque os homens invadem o lugar em que estão, faz o amigo como refém, e ela é obrigada a fugir. Nesse momento, Tomaz, sem entender e preocupado com o envolvimento da amiga com aqueles homens, sai em busca de Beatriz. Ele viaja para algumas cidades dentro do Estado de São Paulo, onde a trama se passa na maior parte, e passa por muitas situações, várias delas inusitadas, encontrando um toque de humor, reflexões, suspense, ação e mistério. 

Acredito que os leitores ficarão ansiosos durante a leitura, por essa mistura de situações e dos sentimentos dos protagonistas. Além disso, há momentos que nos faz pensar sobre alguns valores, ética e moral representados por alguns personagens.

Deixo abaixo a sinopse, um trecho e a degustação do primeiro Capítulo.

"Ainda era o início do inverno, mas poderia imaginá-lo mais rigoroso daqui a algumas semanas. Sentia um vento tão gelado tocar a pele do meu rosto ao ponto de machucá-la. Parecia trazer consigo lâminas microscópicas capazes de perfurar todos os ossos do meu corpo. Calafrios percorriam minha espinha e um frio intenso se espalhava pelas minhas costas. Era uma sensação desconfortante e insaciável que não se limitava a uma parte do meu corpo."

Degustação – Primeiro Capítulo 

13. Tem algum trabalho futuro chegando? Poderia nos falar um pouco dele ou é segredo?

C.M.: Tenho um projeto em mente, ainda nada no papel. Por enquanto estou focada na divulgação d’O Sumiço de Beatriz que agora tem só alguns exemplares impressos.

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