Autora: Laura Sebastian
Tradução: Raquel Zampil
Editora: Arqueiro (cortesia)
Páginas: 352
Edição: 1
Lançamento: 2018
Série: Princesa das cinzas #1
Sinopse: Theodosia era a herdeira do trono de Astrea quando seu reino foi invadido, deixando um rastro de destruição. Dez anos depois, a princesa, órfã, prisioneira e subjugada, percebe que não lhe resta mais nada, a não ser lutar pela própria liberdade. O passado, que por tanto tempo ficou enterrado, agora precisa vir à tona para mostrar a Theodosia os caminhos que poderão levá-la de volta ao trono. Mas Theo conseguirá ser a rainha de que seu povo precisa? Ou será que anos de humilhações transformaram a herdeira da Rainha do Fogo em meras cinzas?
Resenha
“Você sabe quem você é – disse-me ela. Sua voz não vacilou, mesmo quando gotas de sangue brotaram onde a lâmina cortou sua pele. – Você é a única esperança do nosso povo, Theodosia.” – página 11
Princesa de Astrea,
Theodosia presenciou o assassinato de
sua mãe e a invasão de seu país quando era pequena; Astrea não foi o primeiro país a ser dominado pelos Kalovaxianos, e não seria o último: mas
foi quando ela sentiu na pele a dor de ver a vida se esvaindo de sua mãe, e foi
quando se tornou prisioneira do kaiser,
que adorava exibi-la como se fosse seu bichinho de estimação particular -que
ele adorava punir sempre que uma chama de revolução surgia-. Submissa por anos,
Theodosia passou a ser Thora; lady na corte do kaiser, melhor
amiga de Crescentia, e a princesa
das cinzas.
Até que um estampido a traz de volta à realidade: a
morte de um “rebelde” que era muito próximo de sua mãe, e muito importante para
ela. Depois disso, Theo percebe que
precisa lutar pelos astreanos que
ainda estão sofrendo pela invasão, e por ela mesma, afinal, era a herdeira do
trono, mas estava agindo como uma dama submissa que agia da maneira como era
esperada. Ela não deveria aceitar as punições e esperar por um futuro melhor. Theo deveria lutar, mesmo que isso a
levasse à morte, e tinha aliados com quem contar.
Quando comecei a ler esse livro, bufei e revirei os
olhos, porque era muito parecido com outros que eu já tinha lido. Princesa de
um país que é invadido por outro grupo de pessoas, vê os pais assassinatos, e
aí ou foge para liderar uma revolução ou fica para fazer a mesma coisa. Theo era sem sal no início, abaixava a
cabeça o tempo todo e aceitava o que vinha, mesmo que fossem castigos por
coisas que ela nem havia feito. E claro que haveria um príncipe diferente do
pai, que não concordava com as ações do kaiser e que se apaixona por ela, além
do rebelde aliado que também passa a fazer parte do triângulo amoroso, um
acontecimento que a faz “acordar para a vida” e o súbito desejo de mudar as
coisas. Clichê, não é? Mas e se eu dissesse que, a partir de um certo momento
da história, não consegui parar de ler?
Tento não olhar para ele, querendo evitar qualquer tensão entre mim e Cress, mas é impossível. Quando nossos olhos se encontram na metade do almoço, meu coração dispara. – página 142
Theodosia
é chata no começo, não tem como dizer outra coisa, mas a partir do momento em
que decide fazer alguma coisa, ela começa a se tornar interessante. Diferente do
que eu pensei, ela não se deixou levar totalmente pelos romances, colocando seu
povo em risco; Theo tinha um
objetivo em mente, estava determinada e faria o que fosse preciso. Consegui me
compadecer e me colocar em seu lugar, pude sentir o que ela sentia e, por mais
que a tenha odiado algumas vezes, Theo
é uma personagem maravilhosa. Por isso, tiro o chapéu para ela. Contudo, foi a
única personagem pela qual eu torci, não gostei de seus aliados, de Crescentia (sua amiga kalovaxiana super
privilegiada e mimada) e muito menos do prinz, filho do kaiser e herdeiro do
trono de Kalovaxia. Espero mudar de opinião
no próximo volume, mas ao menos Theo
me surpreendeu.
Quanto à escrita da autora.... Achei um pouco fraca
no início, e queria muito ter tido o ponto de vista de outras personagens além
da protagonista, mas quem sabe as coisas não melhoram no segundo volume?
Falando nisso, estou bastante curiosa para saber o que vai acontecer na continuação:
o final de Princesa das cinzas me
deixou animada, e por mais que a premissa da história seja clichê – como dito
lá em cima -, é um clichê que conseguiu me prender, então, para mim, a leitura
valeu a pena...hehe
Princesa das
cinzas pode parecer (e pode até SER) mais do mesmo, mas possui algumas características
que o tornam único, como os reinos e religiões criados pela autora. São coisas
que acabam se tornando inesquecíveis, e contribuem para deixar o livro mais
completo. Espero muito que o próximo livro seja mais complexos e com menos clichês
(e de cara mais surpresas!), porque Theo
merece!
“Não são as coisas que fazemos para sobreviver que nos definem. A gente não se desculpa por elas. [...] Talvez a tenham ferido, mas, por causa disso, você agora é uma arma mais afiada. E está na hora de atacar!” – página 234
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