Oie pessoas, tudo bem?
Hoje eu trouxe a resenha de Cidade de Selvagens, publicado ano passado pela Galera Record. É uma história pós-apocalíptica que foca em duas irmãs vivendo na ilha de Manhattan com a mãe delas, e após muito anos aceitando a vida que levavam, descobrem segredos que as fazem buscar por mais.
Título: Cidade de selvagens
Autora: Lee Kelly
Editora: Galera (cortesia)
Páginas: 364
Edição: 1
Lançamento: 2017
Sinopse: A Terceira Guerra Mundial estourou há quase duas décadas. Manhattan transformou-se num campo de prisioneiros de guerra governado pela nova-iorquina Rolladin, que controla os sobreviventes com punhos de ferro. Para Skyler Miller, Manhattan é uma gaiola que a impede de conhecer o mundo. Mas para a irmã caçula de Sky, Phee, o campo de prisioneiros no Central Park é o único lar que ela poderia querer. Quando desconhecidos chegam ao parque com notícias surpreendentes, Sky e Phee descobrem que há muitas coisas sobre Manhattan – e a própria família – que sequer imaginaram. O livro de estreia de Lee Kelly é uma jornada de acelerar o pulso por uma cidade que é tão estranha quanto familiar, onde nada é preto no branco e os segredos enterrados podem destruir qualquer um.
Resenha
Se não há ninguém lá fora, o que nos mantém presos aqui? – página 117 – (Sky)
Skyler e
Phoenix (Sky e Phee) são irmãs
completamente diferentes, mas que vivem na mesma realidade desde que se
lembram: durante o verão elas vagueiam pela cidade de Manhattan com a mãe, caçando, sobrevivendo e apreciando a companhia
uma das outras. Mas no inverno, migram para o Parque, onde participam do censo e trabalham arduamente por um teto
quente e comida diária, junto com praticamente todos os sobreviventes da
cidade.
Elas não conheceram o mundo antes da Terceira Guerra Mundial, quando os
Estados Unidos foram atacados por diversos países e entraram declínio,
juntamente com a União Europeia. Mas
elas sabem que Manhattan foi dominada
pelos Aliados Vermelhos, e que a única
coisa que manteve todo mundo a salvo foi Rolladin,
a chefe que controla o campo de prisioneiros com punho de ferro, parecendo
esquecer que já fora um deles.
Quando um grupo de desconhecidos aparece de repente
no Parque, e trazem consigo notícias
que podem acabar com o mundo como as irmãs conhecem, elas percebem que não sabem
absolutamente nada sobre o lugar em que vivem, e nem mesmo sobre o passado da própria
mãe. E consequentemente, o delas mesmas.
Prometi que a levaria para casa. Mas talvez fosse conversa mole. Talvez o mundo estivesse desmoronando. – página 90 – (Mamãe)
Quando eu li a sinopse deste livro pela primeira
vez, fiquei me coçando de curiosidade. Não é novidade que eu gosto de histórias
apocalípticas ou pós destruição mundial, e saber que a autora tinha escrito uma
girando em torno de um grupo de prisioneiros que queriam ser prisioneiros
porque era isso ou morrer congelado no inverno, fiquei ainda mais curiosa. E eu
imediatamente imaginei que as duas protagonistas fossem mulheres fortes e
determinadas, e elas ao são, mas...
Começando por Sky.
Sky odeia Manhattan mais do que tudo, ela quer conhecer o mundo além da
cidade destruída onde cresceu, mas sabe que isso não vai acontecer. A mãe das
meninas fez o possível para que elas sobrevivessem durante todos aqueles anos,
mas se registrar no campo de prisioneiros as tornou dele para sempre. Além
disso, para onde mais elas poderiam ir?
Sky sempre
soube que não seria o centro das atenções como a irmã, sempre soube que o lugar
dela era atrás de Phee, sendo calma,
controlada e racional. Ela não era estourada, não gritava, não batia em ninguém.
Sky gostava de ficar quieta na sua,
lendo um livro e imaginando viver num mundo melhor do que aquele em que vivia. Não
é surpresa eu ter gostado tanto dela.
Já Phee
é a irmã estouradinha que me irritou
desde o começo. Ela é rude, violenta, não pensa antes de falar ou agir (o que
torna as coisas bem difíceis para todo mundo) e eu peguei um ranço tão grande
dela (já no começo do livro) que só continuei lendo por causa da Sky e de Ryder (um personagem que aparece um pouco depois), e também porque
eu queria saber o que aconteceria na história – apesar de ter algumas ideias,
já que o livro foi migrando um pouco para o clichê.
Não é assim tão complicado. Sobreviver significa o parque, e o parque significa as regras de Rolladin. – página 34 (Phee)
Eu gostei da história num geral, fui surpreendida
por algumas reviravoltas aqui e ali e fiquei feliz quando vi que Sky não ficaria na sombra da irmã mais
nova para sempre, apesar de seu momento sob os holofotes não ter durado quase
nada. Mas eu achei que a autora poderia ter desenvolvido a história muito mais,
além dos próprios personagens. Tirando Sky
e Ryder, eu não consegui me afeiçoar
a mais ninguém, e mesmo que a autora tenha revelado os segredos que
atormentavam todo mundo e explicado o que aconteceu quando tais segredos “foram
criados”, senti que essa parte ficou bem fraca.
Não sei bem se gostei ou não do final; achei que
foi criativo, mas muito fácil. – início do spoiler - Os personagens passaram
por poucas e boas e, do nada, estavam bem e cavalgando rumo ao pôr do sol.
Entendi porque foram ajudados por certo alguém, mas também achei que, para um
tremendo ditador, tal personagem foi bom até demais com Sky, Phee e a mãe delas,
o que pegou ruim para esse personagem. Sem contar que eu esperava uma espécie
de rebelião da parte dos prisioneiros, que começaram a história de um jeito, e
a terminaram desse mesmo jeito. – fim do spoiler –
Eu queria ter gostado mais do livro, mas os fatores
acima me impediram de dar pelo menos mais uma estrela para ele. Felizmente a
escrita da autora é leve e eletrizante em alguns pontos, e talvez um pouco
divertida e fofa em outros, e somado a isso o fato de que eu gostei da Sky e consegui gostar um pouco da
história num todo, Cidade de selvagens
foi uma leitura mediana, quase de três milk-shakes. Eu ficaria feliz se o livro
tivesse uma continuação J
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