A feiticeira do inverno

A feiticeira do inverno é o segundo livro da Paula Brackston lançado aqui no Brasil, e o primeiro, A filha da feiticeira, também havia sido lançado pela Bertrand Brasil, mas em 2013.

O livro foi lido e resenhado pela Carol Castro, espero que gostem :)

Título: A Feiticeira do Inverno
Autora: Paula Brackston
Editora: Bertrand Brasil (cortesia da Galera)
Páginas: 322
Edição: 1 

Lançamento: 2016

Sinopse: Na cidade galesa do início do século XIX, não há ninguém como Morgana. Embora seu raciocínio seja afiado, ela não fala desde que era menina. Seu silêncio é um mistério, assim como seus dons mágicos e a má sorte que bate à porta dos que lhe fazem mal. Preocupada com a segurança da filha, sua mãe não vê a hora de casar Morgana, e o tropeiro Cai Jenkins, parece a melhor escolha. Após o casamento, ela logo se apaixona pela fazenda de Cai e as montanhas selvagens que a rodeiam. Suas estranhas habilidades começam a ser notadas na aldeia. Uma força maligna está agindo no local — uma pessoa que não sossegará até fazer com que todos se virem contra Morgana, mesmo à custa daqueles mais próximos a ela.
Forçada a proteger sua casa, seu homem e a si de todo o mal que se possa imaginar, Morgana deve aprender a controlar o próprio poder... ou acabará perdendo tudo.

Obs.: se quiserem ouvir música, indico [CocoRosie - Lost Girls] 

Desculpem pela resenha gigante. 

“Uma sombra se move ao seu lado, uma escuridão que não é criada pelo bloqueio da luz que a lua emite nessa noite. A sombra se move, assume uma forma e emerge.” 

Morgana Rhiannon Pritchard, uma jovem mulher de dezoito anos, na flor de sua juventude é arrastada para um casamento com um homem que pouco conhece. Irá sair de sua casa em Cwndu, se tornará senhora de outro local, deixará sua mãe, se sentirá sozinha e continuará sem pronunciar uma única palavra para seu novo marido, Cai Tomos Jenkins, um jovem viúvo de 25 anos, dono da fazenda de Ffnnon Las, um lugar agradável entre montanhas, com rebanhos de pôneis galeses, um pelo poço com água azul e fresca. Cai desejava se tornar um porthmon (condutor de rebanhos), por isso procurava uma moça para se casar, já que condutores de rebanho deveriam ter esposa e um casa na região para poderem exercer a profissão. 

Depois de uma viagem agradável conduzida pelo pônei Prince até a fazenda, Morgana se depara com a liberdade, com o vento das montanhas e dois cachorros gordinhos, espertos e alegres que lhe abanam o rabo na chegada, Bracken e Meg (dois corgis), naquele lugar entre as montanhas, com o sol, os pôneis, ela se sentiria bem, - bom, até a manhã seguinte - bem cedo, no café da manhã, Morgana é apresentada à amiga de longa data de Cai, Sra. Isolda Bowen e logo que suas mãos são dadas umas às outras, ela sabe que algo não está certo, já não vai com a cara, com o espírito e com as gerações futuras da Sra. Bowen. 

Nada será fácil para Morgana a partir de então. Até o reverendo Emerys Cadwaladr lhe parece estanho, com um cheiro horrível de réptil ao sol (depois de ler isso fiquei pensando que cheiro teria, mas nada de ruim me veio a mente, nem ao nariz). Essa jovem feiticeira seria ameaçada em sua própria casa, por pessoas que sentiram seu poder mágico desde o primeiro encontro, porém não é só de pessoas ruins que Morgana está cercada. Existe a boa e rechonchuda Sra. Jones (como ela prefere ser chamada, já que seu nome é quase impronunciável: Heulwen Eluned Prynce- Jones), além de ajudar a cozinhar, arrumar a casa e fazer as compras para a despensa, Sra. Jones também se mostra uma feiticeira (das limitadas diz ela), e cuidadora tanto do poço como do Grimório do Poço Azul (a lenda dos dois não vou dizer, por que seria spoilar hard). 

Vou dizer pra vocês que até um enterro fantasma aparece aqui, um toili, e como diz o senhor: “Um dos seus morrerá e não existe nada que você possa ou qualquer outro possa fazer para evitar”. É de assustar.
O que particularmente me deixava empolgada nesse livro era a narração, cada vez que acabava a visão de um personagem (Cai) e entrava na visão de outro (Morgana) eu ansiava por saber como que pensavam, porque agiram daquela forma.

Sem condições de não comentar isso. Peoples! Que vontade de dar uma voadora com os dois pés na cara do maldito do Edwyn Nails, como que pode ser tão descarado <, o ser humaninho tenta abusar da Morgana, depois tira a corda da porteira pra matar ela, mas mata o próprio colega, e pra arrematar, culpa Morgana por isso, além de colocar a cidade toda contra ela. Ódio até o fim dos dias desse cara.>Ufa desabafei. (para ler as linhas acima, selecione-as. Pode conter spoilers)

Além de dobradora de água (desculpem, mas não pude evitar), controladora dos ventos, e amiga dos animais, Morgana podia viajar através da magia, ela ficava no plano astral, mandava sua alma para outro lugar, via, sentia e podia até duela com a bruxona do mal assim, e que bruxona do mal gente! A malvadona podia mandar seu cavalo observar as pessoas, e até sair da sombra dele, se projetar e tocar as pessoas. Eu achava que não podia ser coisa boa ter cheiro de réptil, ainda mais quando a mega vilã super blaster do mal aparece, e vocês pensando que teria a forma linda de uma donzela, né. A diva da cidade, a bela Sra. Isolda Bowen se transforma!

 “(...) emerge uma forma se retorcendo e latejando que cresce enquanto se sacode e convulsiona, se livrando dos parasitas, se contorcendo e alargando até isso, até ela se transformar por completo (...) uma serpente monstruosa em vários tons de verde”. 

O duelo é eletrizante, os poderes são incríveis, - queria muito ver isso em algum filme, uma animação, qualquer coisa em imagens além das da minha cabeça -, queria que a bruxona do mal perdesse é claro, mas o sofrimento dela foi pouco por todas as maldades que ela fez, quando ela virou um churrasquinho indiano (sem querer ofender), eu juro que fiz um “YES!” bem feito, e fiquei triste porque ela voltou dos mortos pra morrer de novo (não vou contar porque é incrível a segunda morte dela). 

Morgana é uma mulher selvagem, que agora vive em harmonia com Cai em sua fazenda, com algumas perdas na família, e sabem sem sombra de dúvidas que serão felizes com o amor deles progredindo aos poucos, com Ffnnons Las prosperando, as ovelhas barulhentas gordinhas, os pássaros e até Bracken correndo ao sol junto deles... Será?

Carol Castro