O Pêndulo Foucault

Olá a todos!

Hoje eu trago a resenha de um livro que eu queria ler há muito tempo (coloque tempo nisso), e graças à Editora Record e o relançamento do mesmo, pude realizar meu desejo. Segue a resenha,

Título: O Pêndulo de Foucault

Autor: Umberto Eco
Páginas: 607
Editora: Record (cortesia do Grupo Editorial Record)
Edição: 1
Lançamento: 2016 (relançamento)

Sinopse: Causabon, Belboe Diotallevi são redatores da editora Garamond, na Milão do início dos anos 80. Cansados da leitura e releitura de incontáveis manuscritos de ciências ocultas, eles acabam encontrando os indícios de um complô que teria surgido em 1312- quando Felipe, o Belo, supriu a Ordem dos Templários- e atravessando, oculto, toda a historia do planeta até o final do século XX. Os agentes e beneficiários do complô, seriam os templários e os rosas cruzes, cujo o objetivo era dominar o mundo. A partir deste plano, os três redatores inventam, como uma brincadeira, uma trama fantasiosa. Mas o inesperado acontece e alguém começa os levar a sério.

Resenha

O Pêndulo de Foucault, do escritor italiano Umberto Eco, é talvez um de seus livros mais famosos, a trama toda envolve uma teoria da conspiração sobre o Pêndulo Foucault, para quem não sabe, o Pêndulo Foucault é uma espécie de "bússola gigante". Para poder escrever a trama desse livro, que é divido em 10 partes, Eco precisou fazer muita pesquisa e coletar informações em mais de 1.500 livros.

A trama envolve três amigos, Casaubon (o personagem que primeiro aparece na história), Belbo e Diotalevi, eles trabalham para uma editora e criam uma teoria da conspiração maluca sobre o Pêndulo. A partir desse momento começam a entrar referencias como a Cabala (uma raiz do judaísmo) e também muito sobre todas as sociedades que estiveram por trás do Pêndulo.

As pessoas nascem sempre sob o signo errado, e estar no mundo de forma digna significa corrigir dia a dia o próprio horóscopo.

O primeiro capítulo é um pouco confuso, admito que tive que ir no famoso Googlão três vezes para entender a história. O primeiro capítulo começa com Casaubon escondido em um museu parisiense e ele aparentemente tenta roubar o pêndulo, mas na verdade, ele está tentando salvar o amigo. A história é construída a partir do momento em que Casaubon está preso no museu, aí nós temos uma retrospectiva que vai contar como os três criaram essa conspiração e por que agora estão indo atrás deles.

Fruto de uma enorme pesquisa, Eco constrói um livro cheio de referências e termos relativos a física, história e religião, o autor consegue com uma gota de humor deixar essa teoria da conspiração até mesmo engraçada. O autor deixa bem claro que ele não acredita nisso, ao contrário, ele quer fazer graça com os paranoicos presentes nos livros dele, apenas um escritor com tamanha genialidade poderia fazer isso, e esse, é somente o Eco.

Parecia pensar que estava de posse de um segredo perigoso, e queria torná-lo público mais cedo ou mais tarde, para não ser seu único depositário.

Sobre os personagens, vale relatar que um deles, Diotalevi é cabalista, Casaubon já tinha uma relação com o Pêndulo, pois durante seus estudos ele escreveu uma tese sobre os Cavaleiros do Templário. Em relação a Cabala, é necessário dar uma pesquisada após a leitura, pois é um tema muito interesse que também é ligado com o judaísmo, achei apenas um site em português sobre o assunto e é da Associação da Cabala no Brasil.

Além de O Pêndulo de Focault ser um livro bem construído, baseado em pesquisas mais do que relevantes, ele é complexo e tem uma narração definida e de bom contraste, típico de Eco. Vale lembrar que O Código da Vinci usou muitas referências sobre O Pêndulo de Foucault de Eco, o próprio autor fez a seguinte afirmação:

Eu inventei Dan Brown. Ele é um dos personagens grotescos do meu romance que levam a sério um monte de material estúpido sobre ocultismo. O Pêndulo de Foucault projeto brinca com teorias conspiratórias e teve início com uma pesquisa entre 1.500 livros de ocultismo reunidos por seu autor. Ele [Dan Brown] usou grande parte do material.”  Em 'O Pêndulo de Foucault', eu havia inserido um bom número de ingredientes esotéricos, que podem ser encontrados no Código Da Vinci. Os meus personagens, ao elaborarem os seus projetos, levam em conta a importância do Graal, por exemplo. Eu quis fazer uma representação grotesca daquilo que eu via em volta de mim, de uma tendência da qual eu previa o crescimento. Era fácil fazer uma profecia como esta. Ao pesquisar para escrever 'O Pêndulo de Foucault', eu esvaziei todas as livrarias que já se especializavam nessa "gororoba cultural". Dan Brown copia livros que podiam ser encontrados trinta anos atrás nos sebos da Rue de la Huchette, em Paris. O sucesso pode ser explicado pelo fato de que os autores desses best-sellers levam tudo isso a sério, e ainda pelo fato de que as pessoas são sedentas por mistérios. - Umberto Eco

Eu recomendo O Pêndulo Foucault para todos (e coloque todos nisso) que leram Código da Vinci e também para todos que necessitam de um livro com boa informação e humor. O Pêndulo de Foucault é um livro magnífico, que foi lapidado por Eco desde a primeira página até seu último suspiro, além de me fazer rir com suas contradições sobre os loucos conspiratórios, me faz lamentar sua morte.