O mensageiro

Título: O mensageiro

Autora: Lois Lowry

Editora: Arqueiro (cortesia)

Páginas: 160

Edição: 1

Lançamento: 2016

Série: O doador de memórias #3

Sinopse: Há seis anos, Matty chegou ao pacato Vilarejo. Sob os cuidados de Vidente, um cego que tem uma visão especial, ele amadureceu e se adaptou à nova vida. Agora, espera receber seu nome verdadeiro, que determinará seu valor ali, como ocorre com todos os habitantes.
Contudo, algo nefasto está se infiltrando no Vilarejo, e os moradores, antes orgulhosos de receber forasteiros, passam a exigir que as fronteiras sejam fechadas para se protegerem. Por ser um hábil mensageiro, Matty é encarregado de avisar os outros povoados sobre o bloqueio. Sua missão também tem outro grande objetivo: buscar Kira, a filha de Vidente, antes que seja tarde demais. Ele é o único capaz de viajar pela Floresta, que já provocou algumas mortes. O problema é que ela também está se tornando um lugar perigoso para o garoto. Mas muitos dependem de Matty. Então, armado apenas de um poder recém-descoberto, ainda incompreensível e incontrolável, ele se arriscará a fazer o que talvez seja sua última viagem.

 Resenha

Nossos dons são nossas armas. – página 144

Matty chegou ao Vilarejo há seis anos. Vindo de um lugar onde sofria muito, ele demorou um pouco para se adaptar à vida feliz e harmoniosa do Vilarejo, cujos moradores recebiam todo e qualquer forasteiro que precise de um lugar para viver. Mas ele conseguiu se acostumar com a bondade dos habitantes, e tinha como mentor o Vidente, um senhor cego.

Matty sempre se deu bem com a Floresta, então ele sabia todos os caminhos, conhecia os riachos, as árvores e os animais. Por se dar bem no ambiente, era ele quem entregava mensagens ás pessoas fora do Vilarejo, e ansiava pelo dia em que receberia o seu nome, que ele desejava que fosse Mensageiro. A Floresta era um lugar perigoso, muitas pessoas morreram por tentar atravessá-la, e muitas recebiam avisos da mesma, que lhes dizia que não poderiam voltar mais. O aviso poderia ser uma picada de inseto, um arranhão de um galho de árvore ou algo parecido.

Mas logo a Floresta começa a mudar.... Assim como as pessoas no Vilarejo. Quem antes tinha um bom coração e agia de forma gentil, agora maltrata os vizinhos e age de forma egoísta. Matty não sabe bem o que está acontecendo com tais moradores, mas ele sabe que boa coisa não é. Tudo piora quando um grupo de habitantes revoltados decide que o Vilarejo fechará suas portas para novos moradores, com a desculpa de que a comida está acabando. Sabendo disso, Vidente pede à Matty que busque sua filha, Kira (protagonista do segundo livro da série), do outro lado da Floresta, antes que o prazo de três semanas acabe, e ninguém mais possa entrar na vila.

De repente, teve a sensação de que estavam todos condenados. – página 79

Como os outros dois livros não me prenderam totalmente, eu não sabia bem o que esperar deste. Confesso que não tinha expectativas, mas tinha curiosidade de conhecer Matty e o lugar onde vivia. Ele é um personagem interessante, possui um dom especial que tem grande importância na história, e é um rapaz inteligente. É fácil se afeiçoar a ele, principalmente quando Matty conversa com Vidente ou com o Líder, que é quem lidera o Vilarejo, mas não toma decisões sozinho. O lugar é um tipo de democracia, então a população é quem decide tudo... Mas Líder também possui um dom, ele consegue ver além das coisas, o que é melhor explicado no livro.

Dos três volumes, O mensageiro é o meu favorito. O personagem principal foi o que mais me cativou, e eu gostei bastante da forma como a autora seguiu com a história, por mais triste que tenha sido. Fui pega de surpresa quando vi que o livro tinha acabado, pois, com as páginas são grossas, imaginei que ainda haveriam alguns capítulos.

Uma coisa que eu achei interessante, mas que não percebi ao longo da história, é que Jonas, o protagonista do primeiro livro, O doador de memórias, também aparece neste livro. Eu ficava me perguntando onde é que ele entrava na história de O mensageiro, já que Kira aparecia, mas não o encontrei. Só quando li uma resenha sobre o livro é que fiquei sabendo que ele estava junto de Matty em algumas partes da história, o que foi uma jogada de mestre, pois a autora conseguiu juntar todas as pontas soltas que havia deixado nos dois primeiros volumes.

“A Floresta gosta de mim” – comentara ele certa vez com o cego, orgulhoso. “Talvez ela precise de você”. – página 12

O único ponto negativo do livro, é que ele é muito pequeno! São apenas 160 páginas, que passam voando, tanto que eu mal percebia que o mesmo estava acabando. Fiquei boba quando percebi que ele havia acabado, e queria mais! Não sei se haverá mais livros na série, mas acredito que não... O que é uma pena, pois justo agora eu estava animada para ler mais obras de Lois Lowry.

• O doador de memórias
• A escolhida