A melodia feroz

Oiee pessoas \0/

Título: A melodia feroz

Autora: Victoria Schwab

Editora: Seguinte (cortesia)

Páginas: 384

Edição: 1

Lançamento: 2017

Série: Monstros da Violência #1

Sinopse: Kate Harker e August Flynn vivem em lados opostos de uma cidade dividida entre Norte e Sul, onde a violência começou a gerar monstros de verdade. Eles são filhos dos líderes desses territórios inimigos e seus objetivos não poderiam ser mais diferentes. Kate sonha em ser tão cruel e impiedosa quanto o pai, que deixa os monstros livres e vende proteção aos humanos. August também quer ser como seu pai: um homem bondoso que defende os inocentes. O problema é que ele é um dos monstros, capaz de roubar a alma das vítimas com apenas uma nota musical. Quando Kate volta à cidade depois de um longo período, August recebe a missão de ficar de olho nela, disfarçado de um garoto comum. Não vai ser fácil para ele esconder sua verdadeira identidade, ainda mais quando uma revolução entre os monstros está prestes a eclodir, obrigando os dois a se unir para conseguir sobreviver.

Resenha

Tudo começou com uma explosão. – página 26

Veracidade é um caos. Dividida entre Norte e Sul após anos e anos de guerra, a cidade abriga monstros e é palco para uma possível segunda guerra, caso a trégua entre os dois lados acabe. Ao Norte, temos o domínio de Callum Harker, um homem que mantém seus monstros em rédea curta e que vende proteção a quem pode pagar. Ao Sul, Henry Flynn e a FTF (um exército de humanos) combatem os monstros e tentam propagar o bem.

Kate Harker e August Flynn são os filhos desses dois líderes, mas não poderiam ser diferentes.

Kate já foi expulsa de tantos internatos que agora ganhou uma última chance: Colton, onde ela sempre quis estar, pois assim ficaria perto de seu pai. Ela sabia que precisava deixa-lo orgulhoso e provar que poderia liderar a cidade quando fosse a hora, e, para isso, não poderia demonstrar fraqueza. Ela deveria então tentar ser como Callum e tornar-se tão ou mais cruel quanto ele.

Na Cidade Norte, Harker. Na Sul, Flynn. Aqueles dispostos a pagar por sua segurança contra aqueles dispostos a lutar por ela. Morrer por ela. – página 36

Já August.... Bem, ele não é humano. Existem três tipos de monstros na história, e August faz parte do mais raro, contando com apenas três indivíduos em toda Veracidade. E esses três estão ao lado de Henry, lutando para deixar a cidade um lugar melhor e temendo, mais do que qualquer pessoa, que a trégua acabe e outra guerra comece.

August não gosta de quem ele é. Tudo o que o menino mais queria era ser humano, mas ele não nascera bebê e crescera até atingir a idade que aparentava ter. Os Sunais surgiam de atos grandes de violência, como um massacre ou algo do tipo, e fora assim que August surgira. Ele sempre quisera ajudar Henry e a FTF, mas nunca teve permissão para fazê-lo, até o momento em que Kate Harker volta para a cidade, e August finalmente recebe uma missão: ir para Colton e ficar de olho nela.

Eu estava bastante animada para ler este livro, e tinha expectativas muuito altas (tanto que enrolei para iniciar a leitura, pois imaginei que a finalizaria e ficaria que nem doida querendo a continuação), e, apesar de a escrita da autora ser rápida (muito rápida), leve e envolvente, eu senti que faltou alguma coisa. Gostei dos personagens (em especial de August), mas não consegui “me conectar” com ninguém, e eu não conseguia parar de torcer para que algo acontecesse com a Kate, porque ela é muito chata kkkkk’

E outra coisa que me desanimou um pouco foi que a autora demorou para explicar o que realmente estava acontecendo no mundo em que criou. Demorei para entender a diferença entre os monstros, o que August era e tudo o mais, e isso deixou o início do livro um pouco lento. Na verdade, só fui me envolver mesmo com a história lá pela página 50. Claro que essas explicações vêm depois, mas não foram tão desenvolvidas quanto eu imaginei que seriam, assim como aconteceu com os personagens secundários, mas estou esperançosa de que isso tudo será melhorado no próximo livro.

Contudo, eu gostei bastante da maneira como a autora criou os monstros, e o que diferenciava um tipo do outro. Somado a isso, o fato de August lutar tanto contra o que ele era me fez gostar ainda mais do livro, e ver que a história não virou um romance quase me fez gritar de alegria. Eu adoro romances, mas quando o foco principal de uma distopia muda para o romance, eu tenho vontade de chorar.

No geral, eu gostei muito de A melodia feroz, o livro conseguiu me fisgar e me prender até acabar (mal via as páginas virando), mas acho que eu esperava muita coisa, e a história acabou não me envolvendo tanto quanto eu imaginei que faria. O meu maior problema foi mesmo com Kate, acho que só fui sentir um pouquinho de afeição por ela nas últimas páginas, porém, August conseguiu compensar <3

“Não sou um monstro”, era o que ele pretendia dizer, mas não conseguiu. Aquilo não podia ser transformado em verdade. – página 32

A editora fez um trabalho impecável na diagramação, o livro é dividido em quatro partes, além de um prelúdio e uma elegia no final. Estou muito ansiosa para ler o segundo livro, o final de A melodia feroz me deixou animadíssima (olha as expectativas subindo de novo) e eu tô doida para rever o August e ver como as coisas serão dali para a frente. Que venha Our Dark Duet \0/

Corsais, corsais, dentes e garras,

Sombras e ossos abrirão as bocarras.

Malchais, malchais, cadavéricos e sagazes,

Bebem seu sangue com mordidas vorazes.

Sunais, sunais, olhos de carvão,

Com uma melodia sua alma sugarão.

Monstros grandes e pequenos, cadê?

Eles virão para comer você!