Distopia

Título: Distopia

Autora: Kate Willians

Editora: Arwen (cortesia)

Páginas: 318

Edição: 1

Lançamento: 2015

Sinopse: Em uma sociedade governada por militantes, com um sistema incorruptível, as crianças são isoladas no regimento militar aos sete anos de idade e treinadas para serem soldados. Lá, eles aprendem da forma mais cruel a atirar e a matar, perdendo muito cedo a sua inocência. Depois da Grande Guerra, o mundo passou a ser dividido entre governantes e governados e cada um tem as suas dores, suas mágoas e limitações. E o que nos resta saber é: de qual lado você está? Porque no final das contas, não estamos vestidos para lutar... Assim como nunca estaremos vestidos para morrer...

Resenha

...Não há como escapar do Regimento. Nós somos a lei. Nós somos a justiça.

Ano de 2064. O mundo foi praticamente destruído pela Grande Guerra, e agora, mais de cinquenta anos após o acontecido, é dividido entre governados e governantes, sendo os governantes, militares. São eles quem governam tudo, sendo, ao todo, quatro pessoas, quatro coronéis.

As crianças governadas são recrutadas como soldados ainda pequenas, passando por desafios e treinamentos perigosos e servindo um dos quatro regimentos: Norte, Sul, Leste e Oeste. As crianças governantes nascem destinadas a casarem-se com militares quando moças (percebemos assim que, por mais que os anos tenham se passado, o ser humano retrocedeu em relação ao machismo, e à homofobia também); e a servir aos regimentos, quando homens. É claro que esse serviço não é como os que os governados prestam, mas ainda assim, são ruins. Resumindo, a Terra virou um mundo onde ninguém tem o direito de escolher como viver sua vida, e é nesse mundo que Thiago e Laura vivem.

“posso ser um deles, mas meu coração não pertence a nenhum dos lados”.

Thiago foi recrutado quando criança, e após passar por tantos treinamentos perigosos, sofrer consequências trágicas por atos comuns e perder sua infância para o sistema em que vive, acaba aceitando a vida que tem, vivendo-a como pode. Ele tem três melhores amigos: Lucas, Nicolas e Ângelo (novo marido literário), personagens secundários que foram MUITO bem explorados na história, a autora conseguiu criar personalidades incríveis para cada um deles, e todos me conquistaram de primeira.

Laura é filha do coronel do Norte, tendo crescido no meio de muito luxo e tecnologia (usada apenas pelo Regimento e pela Ciência), e por mais que seu jeito mimado e birrento de ser tenha me irritado um bocado no início, é impossível não gostar dela. Vivendo no que pareciam ser três séculos passados, Laura precisava usar vestidos extravagantes, comportar-se como uma dama (o que ela fazia questão de não fazer), e aceitar o fato de que seus irmãos tornavam-se soldados, e ela, uma esposa. Mas é claro que ela não aceitaria as coisas assim de primeira. Se assim fosse, que graça teria?

Distopia é simplesmente um livro incrível, e eu ficaria MUITO feliz em ver uma continuação chegando por aí. Li o livro em menos de um dia, de tão interessante, emocionante e tenso que estava (é um daqueles livros devoráveis, sabem?). Queria chegar ao final para ver o que aconteceria, mas não queria que acabasse, pois sabia que a saudade dos personagens seria imensa! A escrita da autora é simplesmente incríveis, e os flashbacks que acompanham a história em tempo real são mais incríveis ainda. Conhecer os personagens quando crianças e vê-los amadurecer (adoro ver isso em livros) foi a melhor parte.

Encontrei alguns erros de digitação durante a história, mas estava tão presa nos acontecimentos que eles nem me atrapalharam, porém, achei que seria bom mencionar na resenha sobre eles. Não achei que a capa combinou muito bem com a história, já que ela dá a ideia (pelo menos para mim) de uma doença, um vírus ou algo do tipo... Paro de ser chata por aqui, juro.

Enfim, Distopia é um livro incrível, e eu não recomendo apenas para quem gosta de distopias, mas para todos os tipos de leitores, pois é um livro que eu acho que merece ser lido por todo mundo. É um dos melhores que eu li este ano, e realmente espero (de coração e com uma faca na mão) que a autora escreva mais histórias.

não estamos vestidos para lutar... Assim como nunca estaremos vestidos para morrer...