A mais pura verdade

Título: A mais pura verdade

Autor: Dan Gemeinhart

Editora: Novo Conceito

Páginas: 224

Edição: 1

Lançamento: 2015

Sinopse: A Mais Pura Verdade - Em todos os sentidos que interessam, Mark é uma criança normal. Ele tem um cachorro chamado Beau e uma grande amiga, Jessie. Ele gosta de fotografar e de escrever haicais em seu caderno. Seu sonho é um dia escalar uma montanha. Mas, em certo sentido um sentido muito importante , Mark não tem nada a ver com as outras crianças. Mark está doente. O tipo de doença que tem a ver com hospital. Tratamento. O tipo de doença da qual algumas pessoas nunca melhoram. Então, Mark foge. Ele sai de casa com sua máquina fotográfica, seu caderno, seu cachorro e um plano. Um plano para alcançar o topo do Monte Rainier.Nem que seja a última coisa que ele faça. 

Resenha

Sozinho, estou deixando meu lar. Uma nova jornada, uma nova estrada. Para as montanhas agora. – página 13

Mark é um garotinho de 12 anos que está doente. Remédios e dores de cabeça fazem parte de sua rotina há anos, mas ele nunca se deixou abalar pelos tratamentos. O livro começa com Mark fugindo de casa, junto com seu fiel amigo, Beau, um cachorrinho maravilhoso que o segue e protege o tempo todo, enfiado dentro da mochila de seu dono. Ele tem o sonho de escalar o Monte Rainier, e a única pessoa que sabe disso, além dele mesmo, é Jess, sua melhor amiga.

Mesmo a muitos quilômetros de distância. Um amigo ainda pode segurar sua mão. E estar ao seu lado. – página 27

Livros onde o personagem decide viajar sozinho são os meus favoritos, sempre consigo me encantar com as histórias e me apegar aos aventureiros que narram, mas acrescente uma boa dose de drama e o livro se torna o meu favorito. Mark viajou apenas com uma mochila, Beau e uma máquina fotográfica para seguir seu sonho, mesmo sabendo que era perigoso, e que poderia precisar de ajuda caso algo acontecesse. Ele é um personagem corajoso, determinado e que não desistirá nem mesmo quando todo o seu dinheiro acabar, ou quando sua cabeça estiver explodindo por dentro, e isso é muito, mas muito admirável.

O livro é dividido em capítulos e subcapítulos, sendo os capítulos narrados por Mark (primeira pessoa) em sua viagem, e os subcapítulos por Jess, (em terceira pessoa). Jess é a única pessoa que sabe para onde Mark foi, mas como a melhor amiga que é, ela prometeu que guardaria segredo para que o amigo fizesse o que precisava ser feito, fosse qual fosse o motivo da viagem.

Não dá para guardar um segredo em uma mochila. – página 131

Mark é um personagem que conquista o leitor já no início, e não porque ele é criança, mas sim pela coragem e determinação que demonstra durante o livro todo, quando decide que vai até o fim não importa o que aconteça. Ele é um garoto cativante que deixaria muitos outros por aí no chinelo, e um dos meus heróis favoritos também. Claro que não posso deixar de mencionar Beau, o cachorro mais melhor amigo do homem deste mundo! Ele não abandona seu dono em momento algum, e eu estava morrendo de medo que alguma coisa acontecesse com esses dois. De verdade, a leitura foi tensa... E muito emocionante.

A editora fez um ótimo trabalho na diagramação, tanto no livro quanto no livrinho com os primeiros capítulos. A história flui tão rapidamente que a gente nem vê o livro acabando até virar a última página, e quando isso aconteceu eu quase chorei por mais. A escrita do autor é maravilhosa, porém eu me senti um pouco incomodada com a repetição da frase “é a mais pura verdade”. Não esperava que ela fosse aparecer umas dez ou mais vezes, mas tudo bem.

Não havia chegado até aqui e sobrevivido a tudo isso só para desistir agora. Essa é a mais pura verdade. – página 126

Bom, eu disse isso na resenha de primeiras impressões do livro e repito agora: A mais pura verdade NÃO DEVE ser comparado com outros livros (de capas azuis) onde o protagonista tem câncer. A única coisa que Mark, Sam, Hazel e Gus têm em comum é o mardito câncer, somente isso. As experiências pelas quais eles passam são diferentes, e as emoções que avassalam o leitor são ainda mais, então dê uma chance ao livro antes de pensar que ele é o novo A culpa é das estrelas, ou uma cópia de Como viver eternamente, porque ele não é. A mais pura verdade é uma história única, e com certeza merece ser lida.

- Não tem sentido continuarmos, Beau. Mas acho que também não tem sentido voltar. – página 108