Dez formas de fazer um coração se derreter

Título: Dez formas de fazer um coração se derreter

Autora: Sarah MacLean

Editora: Arqueiro (cortesia)

Páginas: 352

Edição: 1

Lançamento: 2016

Série: Os números do amor #2 

Livro 1: Nove regras a ignorar antes de se apaixonar

Sinopse: Isabel Townsend não é exatamente o que se espera da filha de um conde. Apesar de ter a pele delicada e de saber se portar como uma dama quando necessário, a jovem também monta a cavalo, conserta telhados, administra a propriedade e cria o irmão caçula desde que a mãe faleceu – tudo isso sem despertar a menor suspeita de que não há um homem sequer para cuidar de sua família. Para o pai dela, que só queria se divertir e gastar dinheiro em jogatinas, pouco importava o que ela fizesse. Porém, quando ele morre, Isabel se vê sem recursos e precisa defender os direitos do irmão, ameaçados pela chegada iminente de um tutor. Assim, não lhe resta saída senão vender sua coleção de estátuas de mármore, o único bem que herdou.
Para sorte sua, um especialista em antiguidades acaba de chegar ao condado. Inteligente e sensual, lorde Nicholas St. John é um solteiro convicto que deixou Londres para se livrar das jovens que passaram a persegui-lo desde que foi eleito um dos melhores partidos da cidade. Em poucos dias, fica claro para Nick que Isabel é a mulher mais obstinada e misteriosa – além da mais interessante – que já cruzou seu caminho. Ao mesmo tempo, ao conhecê-lo melhor, a independente Isabel percebe que há homens em que vale a pena confiar. Enquanto eles põem de lado suas antigas convicções, seus corações se abrem para dar uma chance ao amor.

Resenha

Isabel, mesmo sendo filha de um conde, nunca pisou em salões de bailes, ou foi cortejada adequadamente. Ela já recebera propostas de casamento, é claro, mas, como tais propostas aconteciam porque seu pai a perdia em apostas e jogatinas, não contavam. Quando o pai abandonara a família, e a mãe morrera, os empregados começaram a ir embora, deixando Isabel sozinha com James, seu irmão mais novo. Foi aí que ela começou a tomar as rédeas da propriedade.

Poucos sabem da existência da Casa de Minerva, mas é uma casa que supostamente acolhe mulheres e meninas fugidas de qualquer coisa ou pessoa. Lá elas ficam seguras, ganham um teto e proteção. A responsável pela casa é ninguém menos que Isabel Townsend, nossa protagonista. Ela sabe que, ao fazer isso, está infringindo dezenas de leis e colocando a reputação de seu irmão (já manchada pelas ações do velho conde) em risco, mas não poderia simplesmente recusar ajudar tantas meninas necessitadas.

As coisas começam a desandar quando o conde morre, e a propriedade fica nas mãos de um homem. Isabel não o conhece, mas, pelas suas experiências com homens (e conhecendo também as situações das meninas que moram com ela), sabe que não pode confiar nele. Sendo assim, ela decide que venderá a coleção de estátuas de mármore que possui e adora, desta forma, poderá comprar outra casa e levar as meninas consigo.

É assim que ela conhece o cobiçado Nicholas St. John, irmão gêmeo de Gabriel, protagonista do primeiro livro. Nick foi escolhido como um dos lordes eminentes conquistáveis por uma revista que, aparentemente, todo mundo lê, então ele está sendo perseguido pela cidade por dezenas de moças solteiras e suas mães. Quando um amigo pede sua ajuda para encontrar sua irmã desaparecida, Georgiana, Nick acaba aceitando, e, seguindo pistas da jovem dama, ele esbarra com Isabel, uma mulher que parece atrair problemas aonde quer que vá.

Os olhos dele eram tão azuis, a compreensão neles, tão tentadora.... Quase o suficiente para fazê-la esquecer de todas as regras.  – página 98

Acontece que Isabel precisava encontrar alguém para catalogar suas estátuas, e, sendo um antiquário, Nick acaba indo até a propriedade Townsed para ver as estátuas. Mas Nick pega a todos de surpresa com sua visita, indo um dia antes do combinado, e parece que a natureza quer muito prender ele e seu amigo, Rock, naquela casa, pois tempestades acabam surgindo e fazendo com que eles passem dias na companhia de Isabel e suas meninas... Meninas vestidas com roupas masculinas, fingindo ser homens e tentando, ao máximo, preservar seus segredos, e manter a dama Georgiana fora de vista.

Com aquelas garotas, Isabel encontrara um propósito – proteger mulheres maltratadas e infelizes e lhes dar uma nova oportunidade de vida. Encontrara uma forma de provar que ela era mais do que os outros viam. – página 90

O que eu mais gostei nesse livro foi ver o quanto as meninas que vivem na Casa de Minerva se esforçam e são independentes. A forma como elas defendem Isabel sempre que algum “amigo” de seu pai aparece para querer leva-la embora, o jeito como são unidas e determinadas a ajudar quem quer que for (até mesmo uma aristocrata como Georgiana, que pode colocar todas em risco), e a amizade delas também é invejável. A autora deu destaque para algumas das meninas, o que foi incrível, pois eu estava com medo de que elas não fossem exploradas da forma como poderiam.

Vi que bastante gente não gostou do romance entre os personagens, mas eu, particularmente, AMEI! Foi incrível ver que, atrás daquela ironia toda e das farpadas, estavam duas pessoas que tinham medo de se apaixonar por conta do que acontecera com os casamentos de seus pais. Nick já tinha amado antes, e a coisa não acabara bem. Isabel tinha medo de ser abandonada como sua mãe fora, e de morrer sozinha. Porém, ambos são apaixonantes e mostram seus sentimentos em várias partes do livro, o que me fez gostar ainda mais deles. Também gostei da química do casal, eles são muito divertidos, e ver o quanto se esforçam para não gostar um do outro (e falham) foi incrível... E engraçado, porque, mais uma vez, eles falharam (não é spoiler, é algo bem óbvio em romances de época).

Ali, enquanto ela se perdia na sensação da dança, no movimento de seus corpos e no calor dos braços dele, Isabel se permitiu ter o sonho que havia sufocado tanto tempo antes. O sonho que permitia que aquela sua primeira valsa fosse com um homem que cuidaria dela, que a protegeria e lidaria com suas preocupações, e, sim... que a amaria. – página 211

Enfim, eu estava com expectativas altas para com este volume, e elas foram superadas. Não sei dizer se gostei mais dele ou do primeiro, acontece que tanto Gabriel quanto Nicholas são apaixonantes, e tanto Callie quanto Isabel são incríveis e mostram muito power girl, então acho que os dois estão empatados. Estou doida para ler logo o terceiro livro, que, acredito eu, contará a história de Juliana, a meia-irmã italiana dos gêmeos.