Quando o amor bater à sua porta

Título: Quando o amor bater à sua porta

Autora: Samanta Holtz

Editora: Arqueiro (cortesia)

Páginas: 304

Edição: 1

Lançamento: 2016

Sinopse: Ele tem um passado do qual não se lembra. Ela precisa esquecer o seu.
Malu Rocha é uma escritora de 29 anos independente, confiante e bem-sucedida. Mora sozinha em São José dos Pinhais, perto de Curitiba, onde mantém uma rotina regrada de pedalar todas as manhãs, escrever e, semanalmente, visitar o avô de 98 anos em uma casa de repouso.
Porém sua vida toda controlada sai do eixo quando um homem bate à sua porta e se apresenta como Luiz Otávio Veronezzi, dizendo ter perdido uma reunião marcada com ela. Malu não se lembra do compromisso e sua primeira reação é dispensá-lo. Mas o belo desconhecido insiste, explicando que sofreu um acidente de carro, ficou em coma e perdeu a memória, assim como seus documentos. As únicas coisas que restaram foram um pouco de dinheiro e um papel com o nome e o endereço de Malu, o nome dele e a data da reunião. Luiz confessa que a escritora era sua última esperança para descobrir a própria identidade. O problema é que ela não tem a menor ideia de quem ele seja. Desconfiada, mas sentindo-se responsável pelo acontecido, Malu decide ajudá-lo e embarca em uma jornada para descobrir quem ele é – o que acaba trazendo à tona muitos fatos sobre si mesma, seus medos e segredos mais bem guardados, além de um passado que preferia esquecer. 

Resenha

O amor não foi feito para ser entendido, estudado ou explicado; o amor foi feito para ser sentido. – página 21

Escritora de sucesso, Malu Rocha está escrevendo mais um livro. Vivendo sozinha em São José dos Pinhais, ela está escrevendo a história de Ana Clara, que promete ser um sucesso ainda maior que os seus livros anteriores. Mas, cansada da fórmula que sempre usa em suas histórias, Malu tenta criar um final onde a mocinha não acabe com o herói, afinal, não é o acontece na vida real, não é mesmo? Malu escreve histórias de amor, mas, na verdade, ela não acredita em finais felizes, e está disposta a tornar seu mais novo livro o mais real possível, pois não quer fazer suas leitoras acreditarem que príncipes encantados existem de verdade.

Presa numa rotina que até mesmo desconhecidos conhecem, Malu é uma mulher que praticamente vive para o trabalho, não tendo tempo para relacionamentos ou até mesmo amizade, então pode-se notar que ela é uma pessoa solitária. Mas isso tudo acaba quando, num dia, um homem chamado Luiz Otávio (mesmo nome de um dos personagens do livro que Malu está escrevendo) aparece em sua porta. O estranho diz ter sofrido um acidente e perdido não só seus documentos, como também sua memória, e, a única coisa que tinha, era um papel com o nome de Malu, além de seu endereço e a data da reunião que havia marcado com ela.

Porém, Malu não fazia a menor ideia de quem aquele homem com voz de locutor de rádio era, e nem mesmo sua assessora desorganizada, Raquel, sabia quem Luiz poderia ser. Sendo assim, mesmo não querendo envolver-se com a história daquele homem, Malu começa a ajudá-lo a recuperar suas memórias e a sobreviver numa cidade que ele desconhecia, mas, ao fazer isso, ela acaba se aproximando cada vez de Luiz, o que pode acabar com suas ideias em relação ao amor.

Eu sabia que este livro iria me conquistar, mas não imaginei que fosse me envolver tanto com a história. Samanta conseguiu me surpreender várias vezes com as reviravoltas que a história traz, e eu temi pelas vidas e pelos corações dos personagens algumas vezes, confesso...haha’ O livro é original em todos os aspectos, seja no enredo (que de clichê não tem nada) ou os personagens (diferentes de todos que eu já conheci, e apaixonantes à sua maneira). Pela primeira vez em muito tempo, eu torcia mais para a mocinha do que para ela e o herói. Como assim? Sabe quando você lê um romance e acredita fielmente no casal, e acredita que ambos são bons e que só serão felizes juntos? Então, eu acreditava fielmente que Malu poderia ser feliz sozinha, que ela não precisava de Luiz para tal, (mesmo gostando muito dele e suspirando pelo seu charme várias vezes), eu sabia que, ela terminando o livro com ele ou sem ele, eu iria ficar satisfeita do mesmo jeito, o que me espantou, pois eu adoro finais felizes onde o casal termina junto.

Ou seja, eu gostei MUITO da Malu, principalmente por ela ter criado uma máscara grossa para esconder quem realmente era, por conta de algo que ocorrera no passado. A autora também me surpreendeu nesse quesito. Malu tem uma personalidade muito forte, mas também nos mostra seu lado mais sensível, e estes momentos me fizeram gostar ainda mais dela.

Ela sabia quem era. Estava de volta. Na busca da identidade de um estranho, reencontrou sua própria e descobriu uma parte do seu coração dentro de outro. Sentia-se plena, apaixonada e mais viva do que nunca. – página 233

Luiz Otávio também não é de se jogar fora (não mesmo!), ele é apaixonante e maravilhoso na medida certa, e eu estava louca para saber quem ele realmente era, e o que queria com Malu, tendo marcado a tal reunião com ela no início do livro. Ele é um personagem encantador, e eu não me lembro de ter encontrado nenhum como ele antes, seja em filmes, séries ou livros mesmo. E olha que eu vejo e leio muito!

Outro personagem que também merece destaque é o avô de Malu, um Sargento de 98 anos de idade que, toda vez que recebe visita da neta, a orienta sabiamente e a ensina a se defender na rua. Um senhorzinho incrível ao qual eu me apeguei rapidamente, e os momentos em que Malu estava com ele eram uns dos melhores, pois ela mostrava sua verdadeira face. Também devo mencionar Raquel, a assessora de Malu que, apesar de desorganizada, é uma amiga e tanto, além de ser fã da escritora e ser uma pessoa maravilhosa, apesar de falar o tempo todo, esgotando a paciência de Malu.

Enfim, Quando o amor bater à sua porta é um romance lindo, e eu não esperava menos de uma obra de Samanta Holtz, que me conquistou totalmente em Quero ser Beth Levvit. Eu adorei este livro, e além de tudo, a autora ainda traz várias reflexões acerca do amor e da felicidade, além de personagens mega realistas (e eu já sinto saudades de todos eles). Leitura mais do que recomendada!

O final de uma história não é como ela termina. Na verdade, é como ela começa. Assim, a princesa não escolhe com quem vai acabar... Ela escolhe aquele com quem irá viver seu “para sempre”, e nós dois já sabemos que o infinito não pertence ao futuro, ele pertence ao presente. – página 290

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Esta postagem faz parte da Maratona Setembro Nacional 2016