De olho no autor #24: Robson Gabriel

Autor de Imperfeito, Robson Gabriel é o autor entrevistado de hoje! O livro anda ganhando críticas excelentes na blogosfera (inclusive da blogueira que vos fala!), e tem ganhado muito destaque também... Então, bora conhecer a mente incrível por trás da história do Daniel?

1. Como foi seu primeiro contato com a leitura?

R.G.: Olha a resposta clichê! Meu primeiro livro foi Harry Potter e a Pedra Filosofal, quando eu tinha uns dez anos! Mas tiveram alguns depois dele que também influenciaram no meu desenvolvimento como leitor, por exemplo, A Mochila Amarela e A Caverna dos Titãs. 

2. Quando você começou a escrever? 

R.G.: Comecei a escrever quando tinha quase dezesseis anos, com uma fanfic de “Os Instrumentos Mortais”. Depois surgiu a ideia de escrever uma distopia, que eu chamava de “A Redoma”, mas acabei descartando o projeto. Depois de dois anos, escrevi metade de um livro, que chama “Os Filhos de Pandora: Os Escolhidos” com meu amigo Vitor Castrillo (vocês podem encontrar alguns capítulos no Wattpad.) Daí, quando finalmente encontrei minha identidade na escrita, escrevi a primeira versão de Imperfeito, já com dezenove anos. Ela se chamava Persuasão, mas decidi descartar e usar só algumas coisas, que se tornaram Redenção, que só sofreu com a mudança do título e algumas mudanças, que resultaram no que vocês têm hoje em Imperfeito. 

3. Quanto tempo levou para escrever seu livro? De onde veio a inspiração para a história?

R.G.: Contando com as duas versões anteriores, pode-se contar um ano e meio. Mas no geral, foram sete meses.

Capa antiga ♥

4. Quais sentimentos estiveram presentes enquanto você escrevia “Imperfeito”? 

R.G.: Foram muitos, uma avalanche, para falar a verdade. 

Quando comecei a escrever Imperfeito, estava lidando com a decepção (e a paixão, é claro) que foi meu primeiro namorado. Então, na minha cabeça havia sentimentos como frustração, raiva, tristeza e dúvida. Eu estava à beira de uma depressão séria, pensava em fazer coisas horríveis comigo mesmo, mas encontrei uma saída maravilhosa na escrita. Enquanto eu escrevia, botava para fora todas as minhas angústias com o mundo e comigo mesmo (vai ver é por isso que o Daniel é uma Drama Queen total rs). Mas, além destes sentimentos ruins, tive muitos outros bons. Eu comecei a me sentir bem comigo ali, enquanto narrava a história do Dani e suas descobertas, então passei a ser uma pessoa feliz, de boa com o mundo e tudo mais.

5. Na sua opinião, quais são as dificuldades para que um autor consiga ter seu livro publicado e reconhecido no mercado literário brasileiro? 

R.G.: Assim, eu aprendi isso na dor. Então sei bem quais são as dificuldades.

A gente, quando escreve, tem mania de achar que tudo está lindo, perfeito e que vai ser o novo best-seller nacional. E, pelo fato de termos passado meses escrevendo, lendo e relendo aquelas mesmas palavras, não é possível identificar erros bobos de continuidade, revisão e etc. Eu e meus amigos escritores costumamos chamar isso de “leitura viciada”. Então, é preciso contratar um profissional para fazer essa primeira análise, para preparar o texto, para que só então ele seja enviado a uma editora. 

Mas calma, essa não é a única dificuldade, só a primeira. Hoje em dia, as editoras (principalmente as grandes), costumam apostar em quem já tem um público definido e que faz barulho nas redes sociais, afinal, é um mercado, o livro precisa ter algum potencial de vendas. Então todo dia é uma luta diferente, você precisa ter seu trabalho reconhecido, precisa que ele seja bem feito para que as editoras o dê a devida atenção. Mas isso está mudando, as editoras estão de olho nos autores brasileiros e, por conta do dólar alto, estão apostando mais no nosso trabalho. 

Capa nova ♥

6. Para você, qual a melhor coisa em escrever? 

R.G.: Escrever, para mim, é uma terapia. É a maneira que eu encontro de colocar tudo pra fora, sem magoar ninguém e ainda conseguir passar uma mensagem para as pessoas que estão lendo meus textos. É um benefício mútuo. Então, posso dizer que a melhor coisa em escrever, é a liberdade, posso ser quem eu quiser dentro dos meus livros. 

7. Sei que essa pode ser uma pergunta difícil, mas qual seu livro preferido? Pode ser um dos seus, ou de algum colega escritor...

R.G.: Eu diria Admirável Mundo Novo, mas o trono passou (há um bom tempo) para Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo, do maravilhoso Benjamin Alire Saenz. Dos nacionais, esse livro definitivamente é A Batalha do Apocalipse, do mestre Eduardo Spohr.

8. Se você fosse um personagem, qual seria? Por quê? 

R.G.: Eu gostaria de ser vários, mas no momento, vendo o mundo como está, queria ser o Dante, de Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo, só pra poder enxergar tudo de uma forma pura e inocente, viver o amor e a vida como eles devem ser vividos, sem criar causos.

9. Qual livro nacional você recomenda? Por quê?

R.G.: Vou indicar três!

•  Poder Extra G, da Thati Machado:

Quem nunca ficou cansado de ler personagens padrões, com tudo no lugar? A Nina, o Noah, o Nico e a Marcela vieram para quebrar isso de uma vez por todas. A Thati mostra, em seu livro, que ser diferente, é ser normal, e isso é algo lindo de se ver!

•  Fortaleza Negra, da Kel Costa:

Sabe aquela pessoa que não suporta vampiros? Euzinho! Mas a escrita da Kel tem algo de especial e inovador, ela foge totalmente dos clichês do gênero e traz uma história cheia de reviravoltas, praticamente reinventando esses seres mitológicos! 

•  País Imerso, da Jéssica Anitelli e do Allan Cutrim:

Eu sou meio suspeito pra falar dessa obra de arte, eu amo demais essa lindeza. Mas sério, eu nunca li uma distopia tão fabulosa, tão realista e cheia de críticas à nossa sociedade. Quando eu betei o livro, me apaixonei instantaneamente com a genialidade desses dois. Então gente, aguardem o lançamento oficial dessa maravilha e corram pra comprar!

10. Poderia nos contar um pouco do seu livro?

R.G.: Vou tentar não soltar spoilers!

Bom, em Imperfeito vocês vão acompanhar Daniel, um garoto que está saindo do colégio e indo para faculdade. Não bastasse esse baita problema de se adaptar à vida universitária, o garoto precisa aprender a lidar com o surgimento de sua homossexualidade após beijar seu melhor amigo. 

Relutando em se aceitar por medo das pessoas ao seu redor, o Dan acaba se isolando em um mundo só dele. E isso machuca pra caramba, só quem já passou por essa fase sabe. 

Então, em Imperfeito, vocês vão ver toda essa trajetória de aceitação, autoconhecimento. Vão sentir na pele o drama de Daniel e descobrir junto dele o seu primeiro amor, que pode ser capaz de mudar tudo! 

11. Tem algum trabalho futuro chegando? Poderia nos falar um pouco dele ou é segredo?

R.G.: Olha, vou tentar contar um pouco do que está por vir sem me meter em uma baita saia justa!

Primeiro de tudo, estou escrevendo Inquebrável, o final de Imperfeito. Depois disso, tenho planos para um livro único bem fofo, com um personagem bem resolvido e festeiro, bem babado mesmo! 

Bem depois disso, tenho um projeto distópico que não posso revelar muito, é segredo total de estado. E claro, tem outras coisas que não posso falar absolutamente nada, mas que devem ver a luz do sol logo, logo!

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Esta postagem faz parte da Maratona Setembro Nacional 2016