De olho no autor #43: Claudinei Sevegnani

Claudinei Sevegnani é autor de Central de histórias, um livro magnificamente interessante que mostra um mundo onde máquinas podem mudar as vidas das pessoas com apenas um pedido. É com ele que nós conversaremos hoje! Bora?

Resenha Central de histórias

1. Como foi seu primeiro contato com a leitura?

C.S.: Isso é muito difícil de definir. Só sei dizer que foi antes de ir pra escola, ainda em casa, com meus pais. Minha mãe e meu pai que me ensinaram a ler. Lembro da minha mãe me ensinando a ler as coisas das embalagens, das placas da rua, de revistas... Meu pai me ajudava com a construção de pequenas histórias. Então meu primeiro contato com a leitura foi dentro de casa, com minha família.

2. Quando você começou a escrever? 

C.S.: Escrevo desde criança, um pouco antes de entrar na escola e depois mais na escola. Na adolescência escrevi muita coisa. Depois, entrando na fase adulta, ganhei um concurso de redação. Aos poucos a gente vai se especializando na própria prática e também com a ajuda de muito estudo. Escrevo desde muito cedo, não consigo precisar um início. Mas sempre foi um desejo na minha vida. Gosto de escrever coisas diferentes: contos, poemas, romances, etc. Já escrevi, também, peças de teatro. Enfim, sou curioso e gosto de me arriscar. 

3. Quem inspirou os personagens? Algum ator, atriz, conhecido...

C.S.: Bom, eu tenho um pequeno problema de memória, então, mais uma vez, não consigo precisar exatamente como surgiram as personagens de Central de Histórias. Pra essas personagens, eu não pensei em pessoas específicas. As personagens foram surgindo ao longo da construção da história, elas foram se definindo aos poucos. É claro que tudo ou quase tudo que a gente faz e vê e lê na vida exerce influências nas coisas que escrevemos, então é muito certo que as personagens vieram de algum lugar, elas não surgiram do nada. Mas não existe algo específico que inspire suas criações. Pode ser um amontoado de coisas. 

4. Você se divertiu enquanto escrevia Central de histórias? Que outros sentimentos estiveram presentes no momento da escrita?

C.S.: Sim, me diverti muito escrevendo Central de Histórias, e também se senti um pouco pressionado internamente. É sempre um misto de sensações. Houve algum momento em que tive sonhos com a história. E outros momentos que me pegava pensando em como seguir com a história, no cotidiano.

5. Quanto tempo levou para escrever Central de histórias e de onde veio a ideia de criar uma máquina que transforma histórias?

C.S.: Levei cerca de uns seis meses pra escrever Central de Histórias. A ideia de fazer o livro surgiu quando pensei no desaparecimento de uma segunda-feira, assim, de repente. Então pensei como isso poderia acontecer. Foi quando me veio um fiozinho de ideia do que seria essa máquina capaz de transformar histórias de vida. Só que, na história, não é a segunda-feira que desaparece, mas sim um domingo. 

6. Quais são as dificuldades para que um autor consiga ter seu livro publicado e conhecido no mercado literário brasileiro? 

C.S.: Cada livro e cada autor e cada caso é muito específico. É preciso fazer uma pesquisa muito bem detalhada do que você quer pro seu livro e se você quer realmente apostar numa carreira literária. Atualmente existe uma profusão enorme de publicações, das independentes até as grandes editoras. Pra mim, as dificuldades atuais se encontram mais na divulgação do que na publicação. Publicar está cada vez mais fácil, mas editar um livro e ter centenas ou milhares de exemplares impressos não é garantia de sucesso. A maior dificuldade está na visibilidade, em como esse livro chega ao mundo, em como ele é disseminado, compartilhado, divulgado. É preciso estar muito consciente disso, você vai ter que trabalhar bastante pra inserir seu livro no mundo, para que ele possa ser lido por muita gente.

7. Para você, qual a melhor coisa em escrever? 

C.S.: É a possibilidade de inventar muita coisa e de se preocupar e se despreocupar com outras. 

8. Sei que essa pode ser uma pergunta difícil, mas qual seu livro preferido? Pode ser um dos seus, ou de algum colega escritor...

C.S.: Gosto muito dos livros de José Saramago, de Gertrude Stein, de Ana Cristina César, de Douglas Adams. É difícil mesmo indicar um livro preferido, então prefiro ter vários preferidos. 

9. Se fosse um personagem, qual seria? Por quê?

C.S.: Pra ser bem sincero, eu nunca pensei nisso! Prefiro ser um livro inteiro, hahaha. Há muitos personagens pelos quais nos apaixonamos, mas eu nunca pensei sobre ser algum deles.

10. Além de escrever, você também lê bastante?

C.S.: Sim, leio bastante, eu acho que eu poderia ler mais do que leio, na verdade eu gostaria de ler mais do que leio, mas eu leio consideravelmente bem. Vai lá no skoob pra ver o que eu gosto de ler e o que eu já li e o que eu estou lendo! =D 

11. Qual livro nacional você recomenda? Por quê?

C.S.: Não quero recomendar um livro específico, porque vai mais ou menos no sentido de eleger um livro preferido, é praticamente impossível pra mim. Pra citar os nacionais que gosto, aqui vão alguns: os livros do Marcelino Freire são excelentes pra uma leitura ao mesmo tempo densa e rápida. Também há os da Clarice Lispector, que sempre foram uma paixão pra mim. Tem os de poesia que gosto muito, como Paulo Leminski e Ana Cristina César. Bom, além desses nomes já conhecidos, existe uma infinidade de jovens autoras e autores do Brasil que estão, agora, colorindo bem o cenário nacional. Acho que vale muito a pena uma leitura desses novos nomes. 

12. Poderia nos contar um pouco dos seus livros?

C.S.: Vou contar um pouco sobre Central de Histórias. É um livro sobre uma máquina capaz de transformar histórias de vida. Antes de ser sobre a máquina, é também sobre a relação entre Saulo, Lila, Klauss e o Doutor P. Pra quem desejar se aventurar pela Central de Histórias, vai encontrar um pequeno universo de personagens que se deparam com situações de instabilidade geradas pelos mais variados desejos submetidos ao processamento da máquina. São relações que se dividem nos atritos, nos desejos em comum e naqueles desejos que se desviam de qualquer possibilidade de encontro. Há muito diálogo entre as personagens, há um tanto de embate e dúvida, há outro tanto de amizade. Eu acredito que Central de Histórias suscita uma série de questionamentos sobre as transformações que desejamos e sobre os meios para as suas realizações.

13. Tem algum trabalho futuro chegando? Poderia nos falar um pouco dele ou é segredo?

C.S.: Estou escrevendo muita coisa ultimamente. Já tenho um outro livro pronto, mas ainda está na gaveta. Enfim, posso dizer que tudo isso ainda é muito segredo! Mas, pra quem quiser ler coisas que ando escrevendo, tenho um blog de contos.

Quero agradecer o blog shakedepalavras pelo espaço da entrevista. É um blog que faz um trabalho muito legal de divulgação da literatura, vale muito seguir! E pra quem se interessou por Central de Histórias, entra lá no Facebook e dá uma curtida na página pra acompanhar as novidades. Ainda dá pra conseguir um exemplar autografado do livro por AQUI 

Depois me digam o que acharam do livro! Também estou no skoob, o livro também! =D

Abraços e beijos,

Claudinei.

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