Cruzando o caminho do sol

Título: Cruzando o caminho do sol
Autor: Corban Addison
Editora: Novo Conceito
Páginas: 448
Edição: 1
Lançamento: 2012
SinopseCruzando o Caminho do Sol - Sita e Ahalya são duas adolescentes de classe média alta que vivem tranquilamente junto de seus familiares, na Índia. Suas vidas tranquilas mudam completamente quando um tsunami destrói a costa leste de seu país, levando com suas ondas a vida dos pais e da avó das meninas. Sozinhas, elas tentam encontrar um modo de recomeçar a vida. Mas elas não devem confiar em qualquer um...


Resenha

cruzando o caminho do sol,
nossas sombras se encontram.
sobre as rodas do tempo,
nos nomes destinados pela luz,
que nós dá a vida.

Li esse livro pela primeira vez em 2012, e ele mexeu comigo de tal forma que eu não conseguiria explicar. Não me lembro que fim teve o meu exemplar, mas acredito que o tenha trocado. Quando minha irmã decidiu compra-lo ano passado, fiquei com vontade de lê-lo novamente, pois mesmo me lembrando sobre o que tratava, algumas partes da história haviam sumido completamente da minha memória.

Sita e Ahalya vinham de uma família boa e tinham grandes planos para o futuro. Elas eram amadas por suas famílias e amigos, e ambas acreditavam que encontrariam maridos ótimos com quem teriam seus filhos. Seus sonhos vão por água abaixo junto com grande parte da vila onde moravam quando um tsunami atinge a praia e as redondezas, levando consigo a vida de milhares de pessoas, incluindo seus pais, avó e empregada. Sozinhas, cansadas e machucadas, as irmãs tentam chegar a um convento onde estariam seguras. No meio do caminho, encontram um conhecido de seu pai que lhes oferece carona, mas o homem desce pouco depois e as deixa sozinha com o motorista, que faz um caminho diferente e as leva para outro lugar. E é aí que o pesadelo começa.

Aquele mundo em ruínas deixado pelas ondas não era o lar que elas conheciam. O mundo que havia antes e a família que ali habitava agora viviam apenas na sua lembrança. – página 22

Esse livro toca um ponto muito polêmico e importante sobre a história da humanidade: o tráfico de pessoas. Dá-se a crer que com a evolução, a tecnologia e tudo o mais essas coisas parariam, que não haveriam mais escravos no mundo e todo mundo seria igual, porém ainda há muita coisa podre nesse lugar onde vivemos, e o ser humano é um deles. A crueldade e horror pelo o que as personagens passam nesse livro provavelmente não chega nem perto do que acontece realmente nos países mais pobres, e não só os asiáticos. Mulheres, homens e crianças são sequestrados e são obrigados a se prostituir para sobreviver, sem contar que muitos deles também traficam drogas (no estômago) para evitar a morte certa, e foi isso que aconteceu com Sita, de 15 anos. Ela é separada da irmã pouco depois que Ahalya é resgatada por policiais da Aces, uma organização sem fins lucrativos que luta para libertar pessoas traficadas. É nesse ponto que entra Thomas, um advogado americano que mergulha de cabeça no caso quando promete à Ahalya que trará sua irmã de volta.

Thomas estava passando por momentos difíceis quando foi obrigado a tirar férias e se afastar do trabalho. Ele foi à Índia para tentar reconquistar Prya, sua esposa de quem ele se separou há algum tempo. Ele também recebeu a oferta de trabalhar para a Aces, e quando abriu os olhos para o que acontecia nos subúrbios da maior cidade indiana, passou a perceber que advogar não era lá o que ele realmente queria fazer, não se continuasse tão longe de Prya.

Novamente esse livro mexeu comigo. Mesmo já sabendo o que aconteceria no final, ainda fiquei emocionada e quis lê-lo de novo. A escrita do autor flui rapidamente e, mesmo que algumas coisas aconteçam rápido demais, é tão contagiante que eu simplesmente não conseguia parar de ler. Gosto tanto dos protagonistas que queria um segundo livro, ou um conto, só para saber o que o autor imaginou que aconteceria com eles depois. A história é tocante, forte, tensa, emocionante e com um final de arrepiar. Vale muito a pena ler, mas esse livro nos deixa com um sentimento de impotência o tempo todo, e sabendo que eu não poderia nunca mudar a realidade de tantas pessoas que passam e passaram pelas mesmas coisas que Ahalya e Sita me deixou triste e com muita, muita raiva.

A editora caprichou na diagramação, o livro está lindo tanto no interior quanto no exterior. Se você quer fugir um pouco dos clichês e romances comuns, Cruzando o caminho do sol é uma ótima aposta, mas já aviso que você nunca vai encontrar uma história como esta.

Para sobreviver em um mundo como esse, ela teria que arrancar o coração do corpo. Não havia outra opção. Ela não podia se permitir sucumbir ao desespero. – página 95


3 comentários

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Li esse livro ano passado e foi uma experiência maravilhosa, enriquecedora e meio indescritível. Tinha vezes que eu precisava dar uma pausa para dar uma respirada porque muitas vezes a leitura ficava profunda e intensa (know what I mean)... Como diz um amigo meu "choque monstro" esse livro. Rs Amei. Super recomendo. ;)

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  3. Oi Dryh, essa é a segunda resenha que leio desse livro, o que me chama bastante a atenção nele é o fato de ele abordar o trafico de pessoas, ainda não li nenhum livro que aborde essa temática e as vezes que me falaram de Cruzando o caminho do sol, sempre foi de forma muito positiva!

    Bjs

    http://joandersonoliveira.blogspot.com.br/

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Oiê! Muito obrigada por passar por aqui, deixe um recadinho com o link do seu blog e a gente dá uma passadinha lá mais tarde :)

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