A heroína da alvorada

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Sem mais enrolações, apresento-lhes A heroína da alvorada, terceiro e último livro da trilogia A rebelde do deserto (resenhas: A rebelde do deserto, A traidora do trono):

Título: A heroína da alvorada
Autora: Alwyn Hamilton
Editora: Seguinte
Páginas: 384
Edição: 1
Lançamento:
Série: A rebelde do deserto #3
Sinopse: No último volume da trilogia A Rebelde do Deserto, Amani vai se deparar com a escolha mais difícil que já teve que fazer: entre si mesma e seu país.
Quando a atiradora Amani Al-Hiza escapou da cidadezinha em que morava, jamais imaginava se envolver numa rebelião, muito menos ter de comandá-la. Depois que o cruel sultão de Miraji capturou as principais lideranças da revolta, a garota se vê obrigada a tomar as rédeas da situação e seguir até Eremot, uma cidade que não existe em nenhum mapa, apenas nas lendas — e onde seus amigos estariam aprisionados. 
Armada com sua pistola, sua inteligência e seus poderes, ela vai atravessar as areias impiedosas para concluir essa missão de resgate, acompanhada do que restou da rebelião. Enquanto assiste àqueles que ama perderem a vida para soldados inimigos e criaturas do deserto, Amani se pergunta se pode ser a líder de que precisam ou se está conduzindo todos para a morte certa.

 
Resenha - PODE CONTER SPOILERS DOS LIVROS ANTERIORES

Com parte da rebelião presa, inclusive o príncipe rebelde e a general, Amani acaba tomando liderança para tentar resgatar seus amigos e líderes, indo até Eremot, uma cidade que só existe em lendas, na esperança de encontrar Shazad, Delilah, Rahim e Ahmed. Mas se eles realmente estão presos lá, como tirá-los sem que mais alguém morra?

Eu estava muito ansiosa para ler esse último livro; quando li o segundo, fiquei chocada com o final, e imediatamente curiosa para saber o que iria acontecer depois. O terceiro livro já começa onde o segundo parou, com Amani e companhia pensando numa forma de encontrar e ajudar seus companheiros capturados, ao mesmo tempo em que precisam encontrar uma forma de sair de Miraji: temendo invasões que estavam prestes a acontecer, o sultão, com a ajuda de Layla, fizera surgir uma barreira mágica muito grande de carbonizava quem tentasse chegar perto dos limites da cidade. Ou seja, nossos heróis estavam presos.

“Éramos todos mais egoístas que Ahmed. Por isso ele nos liderava. E estava certo. Não estávamos na rebelião por nós mesmos. Mas pelo que poderíamos fazer pelo futuro. O resto de nós podia morrer pela causa. Mas Ahmed precisava viver.” – página 272

A heroína da alvorada me capturou já nas primeiras páginas; isso porque, além de a escrita da autora ser muito leve, divertida e envolvente, ela soube conduzir a história muito bem, trazendo não só os problemas relacionados à rebelião, aos amigos capturados, ao sultão sendo maldoso e refletindo suas maldades no povo, mas também os problemas emocionais de nossa protagonista. Amani estava responsável por tomar decisões, e cada decisão tomada jogava uma quantidade muito grande de responsabilidade em seus ombros, e estando ela com poucos poderes (devido a acontecimentos do livro anterior), as coisas se tornaram ainda mais difíceis. E Amani tinha seus dilemas a respeito de Jin também; ela sabia que existia a possibilidade de perdê-lo na guerra, e isso lhe doía mais do que tudo.

Eu estava morrendo de medo de chegar ao final do livro e ver que alguém tinha morrido, sabia que com certeza isso iria acontecer...haha’ A autora soube conduzir a história muito bem, adicionando elementos para surpreender o leitor e envolvê-lo ainda mais, e foi impossível não ficar o tempo todo receosa e torcendo pelas personagens, que estavam fazendo o possível não só para sobreviver, mas para resgatar seus companheiros e lutar pela rebelião até o fim!

Jin ainda não me conquistou, mas fico muito feliz de ver que, por mais que o ame, Amani não o deixa ser o centro de seu mundo. Ela vai em frente com suas decisões de qualquer jeito, esteja ele por perto ou não. Jin não tem destaque desnecessário por ser o par romântico da protagonista porque ele não é apenas isso: é o irmão do príncipe rebelde, faz parte da rebelião e luta por suas crenças como ninguém. Ele e Amani estão juntos, mas não se deixam depender um do outro em nenhum momento, e por isso, tiro o chapéu para eles.
Sam é um personagem que apareceu no segundo livro, mas que se tornou um dos meus favoritos por ser tão divertido e corajoso; ele não fazia parte da rebelião, mas acabou caindo de cabeça e teve que fazer coisas pelas quais quase morreu só para ajudar. Adorei ter mais um pouco dele neste livro, e as partes em que brincava com Amani, para descontrair, eram as melhores!

“Era o que fazíamos. Sobreviver a uma luta para chegar a outra. De novo e de novo, até morrer. Tudo o que você podia desejar era que outras pessoas não tivessem que participar de mais uma luta. Que finalmente, em algum momento, o país conseguiria encontrar a paz.”

E Amani.... Bem, ela é simplesmente uma das melhores protagonistas femininas que eu já conheci na vida! Não se deixa abalar por nada, luta com seus poderes ou sem eles, sentindo dor ou não, mesmo sabendo que a morte está a apenas alguns passos de distância. Tomou as rédeas da situação quando Shazad e Ahmed foram levados, fez o possível para ajudar quem precisava e o impossível para impedir que pessoas morressem, mas ela continuava sendo humana (apesar dos poderes), e não podia salvar todo mundo. Suas decisões e ações não me agradaram ao todo, mas eu torcia muito para que, ao final de tudo aquilo, ela ao menos estivesse viva.

“Só que eu sabia quem era. Tinha uma resposta para a pergunta tola que aquela voz continuava me fazendo. Quem eu pensava que era? A filha de um djinni. Uma rebelde. A conselheira do príncipe. Havia enfrentado soldados, pesadelos e andarilhos. Havia lutado e sobrevivido. Havia me erguido contra o sultão mais de uma vez. Havia conjurado um ser imortal para ser sacrificado. Havia salvado vidas, sacrificado pessoas, tinha visto mais e feito mais do que jamais poderia. E tudo para salvar pessoas exatamente como minha tia – habitantes da Vila da Poeira, que haviam se tornado amargos, raivosos e desesperados por causa de um país que não se importava com eles. Havia feito tudo por um príncipe que se importava com o que aconteceria com elas. Eu sabia quem eu era. Era a Vila da Poeira que não fazia ideia de quem eu havia me tornado desde minha partida.” – página 171

E o final... Meu Deus! Que final maravilhoso! Eu sabia que não iria encontrar um “e viveram felizes para sempre” porque a autora nunca deixou as coisas simples para as personagens. Mas eu estava MUITO ansiosa e curiosa para saber como terminaria. Fiquei triste com algumas coisas, e super feliz com outras! A trilogia não poderia ter sido finalizada com melhor desfecho, a autora se superou e me surpreendeu ainda mais! Vou sentir saudades das personagens, das aventuras e dos momentos divertidos que encontrei durante os livros, mas me sinto realizada agora que finalizei a trilogia e sei como tudo acabou... Ou não, pois histórias nunca acabam de verdade...

Mas mesmo que o deserto esquecesse nossas mil e uma noites, saber que ele falaria sobre nós já era suficiente. Que muito tempo depois de nossa morte, homens e mulheres sentados em volta da fogueira ouviriam que uma vez, muito tempo atrás, antes de sermos somente histórias, nós vivemos.

 

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