Terceira Voz

Olá a todos,

Hoje trago a resenha de um gênero que me agrada muito: thriller. Será que esse thriller sueco conseguiu me agradar?

Título: Terceira Voz
Autores: Cilla & Rolf Borjlind
Editora: Rocco (cortesia)
Ano: 2017
Páginas: 464

Sinopse: Estocolmo; Ao chegar em casa, uma adolescente encontra o pai, Bengt Sahlmann, enforcado na sala. A princípio, tudo aponta para um suicídio, mas Sahlmann, funcionário da Alfândega, era responsável por um inquérito interno sobre o misterioso desaparecimento de um carregamento de drogas apreendidas pela Alfândega. A polícia não demora a estabelecer a conexão da morte com o sumiço das drogas. O caso vai parar na mesa da renomada investigadora-chefe Mette Olsätter enquanto ela está no comando de uma operação internacional de combate ao tráfico de drogas pela internet.Depois de uma viagem ao México, Olivia Rönning decide mudar seu nome para Rivera, em homenagem à mãe assassinada que nunca veio a conhecer. Após completar sua formação na Academia de Polícia, ela decide não seguir a carreira policial e estudar história da arte. Ao retornar a Suécia, no entanto, Olivia se vê acidentalmente envolvida no suposto suicídio de Sahlmann e seu faro de investigadora independente a arrasta para o caso que julga ser um homicídio, o que terá desdobramentos surpreendentes, levando-a a enfrentar megaempresários inescrupulosos e perigosos do mundo corporativo sueco.Marsellha: O corpo de uma mulher cega brutalmente assassinada é encontrado em uma reserva natural. Ex-artista de circo, onde trabalhava como alvo de um atirador de facas, Samira fazia filmes pornôs para sobreviver. O crime abala emocionalmente um amigo próximo do ex-policial Tom Stilton e, juntos, eles decidem partir para Marselha e descobrir o que aconteceu. Com o andamento das investigações em Estocolmo e Marselha, descobre-se que os dois assassinatos podem estar relacionados. Apesar de seus antigos desacordos, Stilton e Rivera começam a trabalhar juntos.

Resenha

A Terceira Voz é um thriller sueco escrito por dois roteiristas, Cilla & Rolf Bjorlind. Esse livro pertence a uma série que foi precedida por Maré Viva, não é necessário ler o volume anterior para entender a estória do livro. Olivia Ronning, ou melhor, Olivia Riviera, acaba de voltar do México onde foi buscar suas raízes e está decidida; ela quer mudar seu nome para Olivia Riviera, sobrenome de sua mãe biológica. Quando ela chega na casa de seus pais adotivos em Estocolmo, há um tumulto na casa dos vizinhos e uma garota na porta chorando; Bengt Sahlmann, funcionário da alfandega, se suicidou e deixou Sandra, uma menina de 17 anos.

Em Marselha, um atriz pornô cega chamada Samira foi morta de uma forma terrível, seus restos mortais foram enterrados separadamente em uma floresta. Ninguém sabe porque Samira morreu, ao mesmo tempo, ninguém sabe porque Bengt Sahlmann se suicidou, os dois acontecimentos poderiam estar ligados?

Assim ele presumiu que a viagem fosse motivada por um ou outro: tristeza ou ódio. No pior dos casos, ambos.

Olivia Rivera, antes de decidir se aventurar no México em busca de suas raízes, trabalhava para a polícia de Estocolmo junto com Mette e Stilton, dois amigos que agora seguem caminhos completamente diferentes. Mette é chefe da divisão de investigações e pressiona Olivia para voltar, já que vê grande potencial na jovem. Stilton foi despedido da divisão policial após ter um surto psicótico, a vontade dele é de contar a verdade por trás da demissão, ao mesmo tempo, ele está ligado com Olivia, já que sabe o passado dos pais biológicos dela. Em meio a tantas informações, pessoas ligadas, lugares distintos como Marselha e Estocolmo, há uma resposta por trás de tudo, os Borjlind entregam um livro eletrizante com um desfecho um tanto surpreendente.

O ponto alto do livro é com certeza as conexões distintas que se constroem a cada capítulo, como em um bom thriller, nada pode ser dado de mão beijada ao leitor, os Bjorlind com certeza entenderam isso, já que é necessário certo tato para ligar todos os eventos. O desfecho final, o evento que vai conectar tudo, é deixado para as últimas 30 páginas do livro. A Terceira Voz é bem escrito, porém, peca nos diálogos monótomos e também apressa cenas que poderiam ter ficado em segundo plano, não se preocupem, não é nada que estragará o resultado final do conjunto.

Ela suspeitava que existisse, mas havia uma força naquele homem que as pessoas não deviam enfrentar quando ficava intensa demais, e agora tivera um vislumbre dessa força

A Rocco foi a editora responsável pela edição brasileira de Terceira Voz, escrito originalmente em sueco, a Rocco decidiu traduzir do inglês, fazendo uma tradução indireta, não é tão ruim, já que não há quase nenhum tradutor de sueco no Brasil. A qualidade da capa é ruim, a imagem parece um pouco borrada, a diagramação do livro é boa, porém, gosto da numeração das páginas do lado de baixo.

Recomendo Terceira Voz para os leitores de Jo Nesbo e Anne Holt, é com certeza uma boa leitura para o feriado. Terceira Voz tem todos os elementos de um bom thriller, de bônus, o leitor ganha um desfecho eletrizante que só decorre nas últimas páginas, mesmo pecando em questões estruturais, os Borjlind entregam uma boa estória.