Esse é o 50º post da coluna De olho no autor! Não sei vocês, mas eu estou MUITO feliz! Não imaginei que conseguiria entrevistar tantos autores incríveis aqui, nem mesmo que um dia chegaria a entrevistar mais de 50! Sim, já temos algumas entrevistas guardadas aqui...hehe'
E então, preparados para conhecer o autor de hoje? Autor de Célula 2, publicado pela Editora Arwen, apresento a vocês, Ricardo de Jesus \0/
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1. Como foi seu primeiro contato com a leitura?
R.J.: Estranho dizer isso, especialmente vindo de um escritor, mas nunca fui de ler livros na minha infância ou adolescência, e no colégio só o fazia quando a leitura era parte de algum trabalho, enfim. Mas apesar de poucos livros lidos nessa época, é claro que este foi o primeiro contato, entretanto, o prazer pela leitura veio muito tempo depois, quando ganhei de presente de aniversário um livro de uma ficção. Desde então, não parei mais. Ao fim de um livro, sempre busco por outro. E isso é ótimo!
2. Quando você começou a escrever?
R.J.: Aos quatorze anos me vi escrevendo poesias. Nunca tive o intuito de publicá-las algum dia, ou mesmo mostrá-las para alguém. Poucas pessoas conheciam esse meu lado, mesmo assim arquivava tudo, na época, datilografadas e reunidas em uma pasta.
Um dia fui convidado pela Ivone Nascimento, amiga, professora e diretora do jornal “A Folha de Paraopeba”, a escrever uma espécie de biografia sobre meu pai para que ela pudesse publicá-la no jornal, falando de “nossa terra, nossa gente”. O texto agradou de forma que ainda hoje, acho que três anos depois, ainda faço parte da equipe de colaboradores do jornal com crônicas livres mensais.
A partir daí, também com o incentivo de Ivone e familiares acabei reunindo algumas poesias dos meus arquivos à outras inéditas para publicar meu primeiro livro. Hoje já são quatro livros do gênero publicados, além de Célula 2, minha primeira ficção, e posso dizer que não vou parar por aqui...
3. Quem inspirou os personagens? Algum ator, atriz, conhecido...
R.J.: Meus personagens não tiveram uma inspiração definida. Acho que o livro pedia cada um como são, apesar de não terem suas personalidades muito trabalhadas (ainda). Mas o livro é o primeiro de uma trilogia e ainda há muito para acontecer e se conhecer desses personagens. Eu acho que o grande trunfo está guardado para o final.
4. Que sentimentos estiveram presentes enquanto você escrevia “Célula 2”?
R.J.: Foram muitos de acordo com cada parte do livro. Como ele é narrado na primeira pessoa, cada sentimento também era do personagem principal em momentos de paixão, incertezas, tristeza profunda, esperança, ódio... e tudo se misturava dentro de mim também. Às vezes não há como fugir disso, e depois de escrever cada parte, é preciso um tempo para sair de dentro da trama. É tenso, mas muito prazeroso.
5. Quanto tempo levou para escrever seu livro e como foi a experiência?
R.J.: Célula 2 foi escrito em um ano, quase exato, sem que eu me preocupasse com o tempo que levaria. Na verdade as poucas horas vagas e especialmente as madrugadas, foram os momentos em que resolvi “trabalhar” (ou melhor, me divertir), aproveitando a cuca fresca.
A experiência foi grandiosa e continua sendo. Um desafio que eu mesmo me impus mudando completamente o estilo no qual estava acostumado a trabalhar e vem dando certo, apesar de reconhecer que ainda há muito a aprender.
6. Quais são as dificuldades para que um autor consiga ter seu livro publicado e conhecido no mercado literário brasileiro?
R.J.: Acho que a maior dificuldade é a questão financeira do negócio todo. As editoras não querem (e não podem) arriscar seus investimentos em quem está só começando. Publicar um livro sai caro e ainda tem todo o marketing necessário envolvido, ou não irá conseguir vender nada mesmo que seja uma grande obra. Existe editoras que cobram pelo serviço completo e você garante sua publicação, mas não sai barato e a divulgação ainda fica muito mais por conta do autor. Uma boa maneira de se começar pode ser as plataformas de auto publicação como Amazon e Clube de Autores, por exemplo, e ir testando seu público aos poucos, divulgando nas redes sociais até que uma editora se interesse de fato pelo seu trabalho, depois que já houver certo “barulho” em torno dele. Mas é importante que você leia bastante e esteja aberto a críticas. Isso ajuda a crescer.
7. Para você, qual a melhor coisa em escrever?
R.J.: Poder viajar em um livro já é o melhor em ler, e quando você é quem está no comando dessa viagem é demais! Mas sem dúvida, o melhor em escrever é ser lido. Acho que essa é a maior batalha do autor. Quando alguém chega para um autor e diz: “Seu livro é muito ruim”, a primeira coisa que ele pensa é, “nossa, ele leu”. É por aí...
8. Sei que essa pode ser uma pergunta difícil, mas qual seu livro preferido? Pode ser um dos seus, ou de algum colega escritor...
R.J.: Realmente é bem difícil responder essa. Nem sei se tenho um livro preferido, são muitos títulos que poderiam entrar nessa lista, mas existe um em que me senti muito dentro dele, fiquei extremamente tenso com cada capítulo, talvez por se tratar de uma narrativa real sobre a captura e morte de Osama Bin Laden em “Não há dia fácil”, de Mark Owen.
De um estilo bem diferente, também adoro “O pequeno príncipe”, esse livro é simplesmente genial.
Mas estou começando (já há algum tempo) a ler nacionais e devo dizer que estou adorando. Temos excelentes escritores como William Saints, Kate Williams, Letícia Godoy, Juliana Daglio... a lista não é pequena fico muito feliz com isso.
9. Se fosse um personagem, qual seria? Por quê?
R.J.: Sempre gostei de super-heróis e desde criança gosto do homem aranha. Mas sei lá, apesar disso acho que seria o Wolverine. Adoro toda aquela ignorância, impaciência, coragem de enfrentar quem quer que seja... também, se eu tivesse aquele poder de cura e todo aquele adamantium no meu corpo...
10. Além de escrever, você também lê bastante?
R.J.: Sim, agora sim. Como disse antes, sempre tenho um livro de cabeceira e, às vezes, outro na fila de espera sem que eu tenha um estilo preferido.
11. Qual livro nacional você recomenda? Por quê?
R.J.: Nossa, que difícil. Vou recomendar o último que li e adorei. “O Lago Negro”, da Juliana Daglio. Essa menina escreve muito e tem um futuro promissor. É um livro envolvente.
12. Poderia nos contar um pouco do seu livro?
R.J.: Célula 2 tem um quê de ficção científica, mas como em todo livro, uma pitada de romance que não é o foco, mas sempre necessário. Erik, o personagem principal, adolescente, se vê em meio à estranhas descobertas sobre si mesmo a partir do seu décimo quinto aniversário. Mas com adolescente é assim mesmo... não, não se trata de nenhuma descoberta convencional. Cabelos que mudam de cor, estranha capacidade de controlar e entender animais, e uma imunidade física que sempre teve e nunca percebeu... e apesar de não conhecer sua origem (ele foi adotado com menos de um ano de idade), ele nunca quis buscar qualquer informação que levasse à seus pais verdadeiros. Agora é diferente. Erik não é um garoto comum e precisa de respostas. Ele só não poderia imaginar onde essa busca iria levá-lo. Erik não está sozinho... e nem seguro.
13. Tem algum trabalho futuro chegando? Poderia nos falar um pouco dele ou é segredo?
R.J.: Tem sim. Nunca paro de escrever poesias e até tenho um livro “pronto” não publicado, mas no momento meu foco é a sequência de Célula 2. O segundo livro já foi finalizado e aguarda negociação. Já estou escrevendo o terceiro e último livro da trilogia e certamente será o mais surpreendente em todos os sentidos, inclusive na narração.
Acho que o mais importante quando se trata de uma sequência é que o leitor saiba que muita coisa apenas parece mal resolvida em um primeiro momento no livro, e talvez até mal abordado, mas além do amadurecimento natural da trama, alguns detalhes podem estar propositalmente ocultos. O livro narrado na primeira pessoa deixa algumas dúvidas no leitor... essas são as mesmas incertezas de Erik.
R.J.: Tem sim. Nunca paro de escrever poesias e até tenho um livro “pronto” não publicado, mas no momento meu foco é a sequência de Célula 2. O segundo livro já foi finalizado e aguarda negociação. Já estou escrevendo o terceiro e último livro da trilogia e certamente será o mais surpreendente em todos os sentidos, inclusive na narração.
Acho que o mais importante quando se trata de uma sequência é que o leitor saiba que muita coisa apenas parece mal resolvida em um primeiro momento no livro, e talvez até mal abordado, mas além do amadurecimento natural da trama, alguns detalhes podem estar propositalmente ocultos. O livro narrado na primeira pessoa deixa algumas dúvidas no leitor... essas são as mesmas incertezas de Erik.
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Parabéns por conseguir entrevistar vários autores. Eu só consigo entrevistar aqueles que fazer parceria comigo, por isso são bem poucos. Não conhecia o autor, embora estes dias tenha visto resenhas desse livro em alguns blogs. Fiquei com vontade de ler.~
ResponderExcluirBeijinhos
www.fofocas-literarias.blogspot.pt
Olha eu comprei o livro e estou bastante ansiosa para fazer a leitura. Achei a diagramação maravilhosamente bem feita e espero que a estória também me agrade, porque estou bastante ansiosa, principalmente agora sabendo que tem uma continuação. Gostei muito da entrevista e de saber mais sobre o autor. É tão bom conhecer um pouco sobre a vida deles e como eles desenvolvem todo conteúdo de um livro. Enfim...Espero ler esse ano ainda viu?! Espero gostar!
ResponderExcluirhttp://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2016/02/resenha-falsiane.html
Parabéns pela entrevista, pois ficou ótima! Não conhecia o autor nem sua obra, Celula, e confesso que não me interessei muito não, pois não faz muito meu tipo de leitura. Mas adorei conhecer o autor :)
ResponderExcluirBeijos
Olá Dryh,
ResponderExcluirNão canso de falar o quanto gosto de suas postagens e, principalmente, de suas entrevistas.
Ainda não conhecia o autor, Ricardo de Jesus, mas o achei muito simpático. Também consegui simpatizar com o livro e fiquei curiosa.
Espero que ele consiga publicar logo a continuação e que os leitores gostem.
Beijos,
http://mileumdiasparaler.blogspot.com.br/
Ele que é o autor de Célula2!!!
ResponderExcluirGostei da entrevista e das respostas dele, gostei de saber que ele é um leitor viciado que já fica namorando outro livro enquanto mal começou a ler um rs. Achei muito bonita a forma e o carinho com que ele fala do livro, gostei quando ele disse que se alguém chegar e falar que o livro é ruim e vai pensar: nossa, ele leu. Isso é o amor de um autor
Ah, a Arwen arrasando mais uma vez! Todos os lançamentos da Editora Arwen desse ano são espetaculares. Achei esta capa e histórias super lindas, bem montadas. A entrevista bem feita, com pontos importantes. Adoro conhecer os autores assim. Acho muito legal autores que se mantem como leitores viciados! Isso que é renovação e formação continuada! rsrs
ResponderExcluirAté + ver! Nu.
As 1001 Nuccias | Curtiu?
Eu já devo ter falado umas cem vezes que adoro entrevistas. É uma maneira de conhecer um pouco dos escritores, além de suas obras. Eu não o conhecia, mas já tinha visto o livro no site da editora. Só discordo de uma coisa, ele diz q o livro é de ficção mas tem uma pitada de romance, porque é necessário. EU não acho que romance seja algo necessário em um livro, já muitos e muito que não tem uma única linha sobre romance e adorei. Mas é só minha opinião. No mais, adorei conhecer mais um escritor nacional.
ResponderExcluir;D
Profissão: Leitora
Vejo agora as publicações sobre este livro dele e realmente quando se quer publicar um livro tem que bancar a questão financeira é bastante complicado. Mas quando é um amor a gente dá um jeito, o difícil é fazer toda a divulgação e é engraçado que ele não era um leitor assíduo e mesmo assim nunca é tarde para começar!
ResponderExcluirBeijos,
Greice Negrini
Blogando Livros
www.amigasemulheres.com
Oi Dryh, eu adoro essas entrevistas! eu já tinha ouvido falar desse livro mas não conhecia o autor ainda, adorei porque ele parece ser muito legal e as respostas me deixaram mais animada ainda para conhecer o livro!
ResponderExcluirBeijos
www.oteoremadaleitura.com
Oi flor, parabéns pela entrevista, ficou ótima! Eu não conhecia Ricardo DE Jesus, nem o livro que ele escreveu "Célula2" . Apesar de não curtir ficção científica eu amo post assim, porque conhecendo melhor o autor e o livro, sempre que vier a mente poderei indicar para amigos leitores que apreciam o gênero e a premissa deste livro!!
ResponderExcluirParabéns!
BJBJ
kEYLA - http://blogleituraterapia.blogspot.com.br/
Oie, tudo bem?
ResponderExcluirAdorei a entrevista. Já conhecia o autor, mas nunca li nada dele. Acho bem interessante a premissa de "Célula 2", apesar de não curtir muito o gênero. Deu para conhecer melhor o autor e a obra através da sua entrevista. Parabéns!
Beijos,
Dai | Blog Cheiro de Livro Nacional
Oi, Dryh!
ResponderExcluirNossa, achei super legal você ter conseguido entrevistar tantos autores. Parabéns!
Ainda não conhecia o autor, mas achei bem interessante a premissa de seus livros. Como eu adoro ficção científica, é claro que irei colocar na minha lista de futuras leituras.
Beijos!
Books and Movies
www.booksandmovies.com.br/
Oi Dryh, tudo bem? Primeiramente, parabéns por ter chegado ao 50º post da coluna... acho sempre as entrevistas bem legais e espero que venham muitas pela frente.
ResponderExcluirTenho bastante vontade de ler "Célula 2", gosto bastante de ficção, e a capa está bastante legal... e parece ser um livro envolvente. Gostei de saber um pouco mais do autor, achei legal ele ter começado com poesias, e no início ele não gostar muito de ler.
Gosto muito da editora Arwen e de como ela valoriza os escritores nacionais, e todo o cuidado dos livros.
Beijinhos,
Rafaella Lima || Vamos Falar de Livros?
Fico feliz em ver a coluna crescendo cada vez mais e trazendo mais e mais autores que nem sempre conhecemos.
ResponderExcluirNão conhecia o Ricardo e nem me lembro de ter visto algo sobre seu livro. Achei interessantea entrevista e mesmo com um toquede ficção científica que não é meu forte leria o livro. Acho que muda muito conhecer uma obra ao mesmo tempo que se sabe mais do autor :)
Beijinhos,
Lica
UAU! 50 entrevistas já?
ResponderExcluirParabéns!!!
Nunca tinha ouvido falar desse autor, o resumo que ele fez do livro me deixou interessada, gosto de romance, mas normalmente gosto quando é o foco, no entanto algo me fisgou, não sei o que foi, acho que o mistério que envolve o Erik: De onde veio? Quem são os pais?
Quero esse livro para hoje!!!
Blog
Blog Miih e o Mundo Literário
Oi Dryh, tudo bem?
ResponderExcluirNão conhecia o autor e achei bem interessante saber um pouco mais dele e sobre o livro dele, que por sinal, tem uma capa muuuito linda!Fiquei bem curioso para lê-lo.
Abraços.
Oii! Tudo bom?
ResponderExcluirNossa, mais de 50 autores? =O É muita entrevista. Parabéns pela dedicação. Acho que eu só entrevistei uns 3/4 autores, haha. Adorei sua entrevista, continue sempre assim =) Não conhecia o autor, nem o livro. Mas com certeza procurarei agora.
Beijos,
www.falandoemlivros.com
Oi Dryh,
ResponderExcluirParabéns pela entrevista. Eu gosto bastante dessas colunas que nos mostram a outra pessoa por trás do papel.
Gostei da premissa do livro, vou procura-lo.
bjs
Luana Lima
http://blogmundodetinta.blogspot.com
Foi um prazer poder participar! Espero que todos possam conhecer CÉLULA 2 e, muito me breve, teremos a sequência pela mesma editora.
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