A rainha do castelo de ar

Título: A rainha do castelo de ar

Autor: Stieg Larsson

Editora: Companhia das Letras

Páginas: 688

Edição: 4

Lançamento: 2011

Sinopse: Mikael Blomkvist está furioso. Furioso com o serviço secreto russo, que, para proteger um assassino, internou Lisbeth Salander - na época com apenas doze anos - num hospital psiquiátrico e depois deu um jeito de declará-la incapaz. Furioso com a polícia que agora quer indiciar Lisbeth por uma série de crimes que ela não cometeu. Furioso com a imprensa, que se compraz em pintar a moça como uma psicopata e lésbica satânica. Furioso com a promotoria pública, que pretende pedir que ela seja internada de novo, desta vez - ao que parece - para sempre.
Enquanto Lisbeth recupera-se, num hospital, de ferimentos que quase lhe tiraram a vida, Mikael procura conduzir uma investigação paralela que prove a inocência de sua amiga. Mas a jovem não fica parada, e muito mais do que uma chance para defender-se, ela quer uma oportunidade para dar o troco. Com a ajuda de Mikael, Lisbeth está muito perto de desmantelar um plano sórdido que durante anos articulou nos subterrâneos do Estado sueco, um complô em cujo centro está o pai dela, um perigoso espião russo que ela já tentou matar. Duas vezes.

Resenha (contém spoilers de Os homens que não amavam as mulheres e A menina que brincava com fogo)

Essas mulheres, contudo, sempre existiram. Praticamente nenhuma guerra foi travada sem alguma participação feminina.

Não foi dessa vez que uma bala na cabeça derrubou Lisbeth Salander. Recuperando-se no hospital por três tiros e mais outros ferimentos, ela não tem acesso nenhum ao que está acontecendo lá fora, tanto com a busca pelo assassino de Dag Svensson e Mia Bergman, quanto a sua situação e as acusações que farão contra ela.

Enquanto isso, Mikael, a equipe da Millennium e muitos outros personagens unem-se para defender Lisbeth e fechar as lacunas que faltam do caso Zalachenko, finalizando assim, também, a nova edição da revista, que vai dar o que falar.

Bom, acho que nem é preciso mencionar que as expectativas para com esse livro eram grandíssimas, né? Sendo o terceiro e último livro do Stieg Larsson, era de se imaginar que seria o mais inteligente e tenso de todos, mas não achei muita coisa, não.

A rainha do castelo de ar se mostrou muito cansativo, foram muitas as vezes em que eu quis pular as páginas porque o autor estava falando da rotina ou do passado de um personagem que não me interessava, um vilão ou um personagem secundário. O livro tem quase setecentas páginas, e, não querendo desmerecer o autor, poderia ter sido enxugado um pouco.

Não tenho o que reclamar de Lisbeth, que, mesmo internada e presa num quarto de hospital em grande parte do livro, ainda consegue ser a personagem mais foda que eu já conheci. Só a menção de seu nome já salvava os momentos e cenas maçantes da história, e as vezes em que ela aprecia então... É impossível não se surpreender com a personagem, mesmo quando pensamos que já vimos de tudo.

Eu admiro Lisbeth Salander. Ela tem mais fibra do que eu. – página 614

Cheguei a gostar um pouco de Mikael neste livro. Deu para perceber que ele amadureceu em relação aos primeiros livros, e sua forma de agir também mudou. Mikael está mais inteligente, e o fato de deixar tudo de lado para defender e ajudar Lisbeth só me fez gostar ainda mais dele.

Porém, ele não ultrapassa Anikka, sua irmã. Anikka apareceu poucas vezes nos outros livros, mas teve um grande destaque em A rainha do castelo de ar. Contratada com advogada de Lisbeth, a personagem tinha tantas cartas na manga que eu até fiquei um pouco perdida.

Enfim, o livro gira em torno de novas descobertas sobre Zalachenko, seus comparsas e sua organização secreta, mas abrange novamente o passado de Lisbeth, e umas cinquenta páginas são sobre seu julgamento, que, devo dizer, foi a melhor cena dos três livros.

Mas não tinha acabado para Lisbeth Salander. Aquele era só o primeiro dia do resto de sua vida. – página 637

Enfim, ainda considero Stieg um gênio, a forma com que ele liga os acontecimentos e os personagens é incrível, mas os livros são muito cansativos, e isso me desanimou um pouco a continuar a leitura. Mas Estou curiosa para conhecer a escrita de David Lagercrantz, que escreveu o quarto livro da série, A garota na teia de aranha.

Apesar de não ter me conquistado 100%, A rainha do castelo de ar foi um bom desfecho para a trilogia, e eu não poderia ter gostado mais do final.